
Movimento reforça narrativa da perseguição
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) domina os noticiários desde que revelou ter deixado o Brasil. Seu principal objetivo já foi cumprido: ganhar holofotes e reforçar a narrativa de perseguição política. Antes, a condenação à prisão e a iminente perda do mandato quase não chamavam atenção.
Ao desafiar a Justiça brasileira, Zambelli tenta alinhar sua situação à do companheiro de Câmara e de partido, Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Ao contrário do filho do ex-presidente da República, a deputada tem pouco apoio dentro do Congresso e sofre oposição até mesmo em seu partido.
É preciso deixar claro que não há ordem de prisão contra Eduardo Bolsonaro. O que une os dois parlamentares é o discurso de que o Brasil vive uma "ditadura do Judiciário".
Além de agitar a militância, Zambelli espera que o movimento seja lido por boa parte da população como sinal de resistência. Ela sabia que a iniciativa geraria uma imediata ordem de prisão. Aposta, agora, na possibilidade de ficar protegida pela cidadania italiana.
Extradição não é simples
É fato que, mesmo sendo incluída na chamada lista vermelha da Interpol, a prisão e extradição para o Brasil não serão simples. Além de envolver discussões no campo diplomático, devem exigir uma manifestação do Judiciário italiano, chamando ainda mais atenção para o caso, dentro e fora do Brasil.
Para quem foi condenada, estava perto de perder o mandato e poderia ir presa sem despertar grande atenção, Zambelli já saiu vitoriosa, independentemente do resultado final. _
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