Jaime
Cimenti
Estou em crise, rezem por
mim!
Tenho
passado por crises, como vocês. Normal, né? Mesmo para mim, o todo
poderoso-poderoso criador do Universo. Me dá um Rivotril. As pessoas e o
planeta andam, para variar, tumultuados. Tem horas que quero ir para Marte,
para a Lua ou para o Uruguai. Contudo, vou levando, mantendo o bom humor.
Sempre
fui bem-humorado, ao contrário da maioria de vocês, pobres mortais, que vivem
mais pensando, encucando e refletindo do que rindo, o que é pena. Tem horas que já não sei quem sou, de
onde vim e para onde vou, tipo vocês. Sei lá se tenho personalidade múltipla.
Sou complexo, isso não posso negar, tenho infinitas nuances. Sou muitos,
demais, mas sou um.
Mas
e quem foi que disse que precisamos de respostas definitivas para estas e
outras perguntas? Filosofar sempre foi mais perguntar do que responder. Isso
até para graves filósofos alemães, com suas profundidades abissais e para
palavreantes, pós-modernos filósofos franceses, com seus lindos castelos de palavras.
Nenhuma novidade debaixo do sol, desde as cavernas, os egípcios, os gregos e os
romanos. Mistérios sempre existiram. É bom assim. Mistério é existir quem pense
no mistério, disse Fernando Pessoa, do alto dos mistérios da poesia. Ciência,
arte, fé e tudo mais devem dar as mãos e dançar no baile holístico mundial. A
parte está no todo, o todo está na parte.
Cada
um deve acreditar no que quiser, mas pegando leve com os outros. Uns até
acreditam em nada, o que não deixa de ser uma crença. Uns acreditam em mim, o
Criador, outros no tal big bang, mas aí as perguntas: quem veio primeiro? Quem
me criou? Quem criou a pedra do big bang? Complicado, né? Vai saber! Melhor a
paz, o humor, a saúde, dar um tempo. Ter muita esperança e incontáveis risos e
sorrisos.
Aqui,
nos céus, sobretudo, sou um humor. Acredito em mim, em vocês e no mundo, apesar
do que andam fazendo com os bichos, os macacos, as bananas, as florestas e as
relações humanas. Não me arrependo do que criei em seis dias. Aprendi que eu,
vocês e o mundo estão em permanente construção, uma obra em andamento, work in
progress, se quiserem falar bonito, bem Nova Iorque. Ajudem-me, rezem por mim,
não importa de qual religião vocês sejam ou se de nenhuma. Estamos na mesma
barca globalizada. Não desce, D’Alessandro !
O
Inter te ama. Ah, para descontrair, conto a velha piada do cunhado do
Adão. Na festa à fantasia, ele foi
vestido de Adão. Mas, ao invés de usar a folha de parreira, ele usou uma baita
folha de bananeira.... sabem como ele é, né? Queridos, fiquem comigo, estamos
juntos. Vos abençôo, com muito amor e humor. Obrigado, Jaime por receber e
passar a mensagem.