sábado, 10 de janeiro de 2015


11 de janeiro de 2015 | N° 18039
PAULO SANT’ANA

A propina

Costumo falar mal das pessoas quando elas estão ausentes. Afinal, não sou mal-educado para falar mal delas em sua presença.

Outra mania que tenho é de falar bem das pessoas quando elas estão presentes, não sou bobo nem nada.

As autoridades de trânsito divulgaram agora que as ultrapassagens irregulares causam um terço das mortes em acidentes.

É lógico, se todos andarem uns atrás dos outros, sem ultrapassar, ninguém colide nos outros carros.

Já notaram os meus leitores que nenhum acidente se verifica nos engarrafamentos? Pois é, naquele trecho de 20 quilômetros da BR-101, em Laguna, em que todo o tráfego engarrafa, não acontece acidente, é um exemplo notável para o país de que andando devagar não há acidente.

Gozado, em todo o trecho da rodovia BR-101 acontecem acidentes às pamparras, enquanto ali onde a estrada se vê engarrafada, não há acidentes.

Pelo que concluo que o engarrafamento, embora nos irrite, nos beneficia, engarrafados é que andamos bem no trânsito.

Há três dirigentes da OAS que estão presos, trancafiados, certamente por pagarem propina a funcionários públicos para aumentarem o preço de suas obras, além de realizá-las, é claro.

Casualmente, é a mesma OAS que construiu a Arena do Grêmio, não acredito que tenham pago propina.

Mas quem disse que fica mais fácil para o Grêmio negociar uma repactuação do contrato da Arena agora que os dirigentes da construtora estão presos estava certo. Preso, com certeza, cobra mais barato por obra que construiu.

Houve um caso em São Paulo em que a propina paga aos funcionários do governo custou mais caro do que a própria obra.

Tem muita gente cravando o dente na propina.

Mas, com a prisão dos dirigentes da OAS, pela primeira vez os que pagam propina foram para a cadeia, antes só eram recolhidos à prisão os que recebiam propina.

Era injusto.

MEUS LEITORES
Boa tarde

Viajo com alguma frequência para a Austrália e, nesse final de ano, uma situação no trânsito me chamou atenção; notei um maior cuidado dos australianos em tomar bebidas alcoólicas antes de dirigir e também maior respeito aos limites de velocidade.

Então, fiquei sabendo que a pontuação na CNH é dobrada nos finais de semana e feriados, por isso a maior atenção dos motoristas.

Com essa medida, reduziram drasticamente os acidentes e mortes.

Diante disso, como você é um porta-voz do povo gaúcho e tem credibilidade, poderia lançar uma campanha nacional a exemplo da legislação australiana no sentido dos pontos da CNH serem dobrados em infrações de finais de semana e feriados.

Com certeza, reduziriam muito os acidentes aqui no Brasil.

(LEITOR PEDE QUE SEU NOME NÃO SEJA DIVULGADO)

Resposta: Grande ideia na Austrália. Aumentando o rigor das multas nos fins de semana se atingirá o resultado ideal almejado. Na verdade, a única linguagem punitiva que entendem os motoristas é a da multa financeira. Exorto os governantes a imitarem o exemplo australiano.

Só não entendo a causa de o senhor pedir para que não publiquem seu nome. Mas, enfim, o nome é seu e eu não posso divulgá-lo se o senhor não o permite.

O MELHOR DE MIM
(Pensamentos extraídos do meu arquivo de colunas)

Eu já disse que não tem nenhuma importância a realidade. O que importa é a leitura que cada pessoa faz da realidade.

A saudade se situa numa faixa de terreno entre o deleite e o amargor na alma humana.


Ou você passa o tempo, ou você perde tempo. Perder tempo é parar no tempo, significa que não passou o tempo para você. Perder tempo é escolher mal o passatempo. Quem ama passa o tempo. Quem se debate num amor frustrado perde tempo.