Um guri pesca na ponte
Desde a semana passada, toda vez que as pessoas passam pelo Viaduto dos Açorianos, de longe avistam a figura de um menino.
Sentado na Ponte de Pedra, com três metros de altura, uma vara de pesca em uma das mãos e o rosto apoiado na outra, o Guri do Arroio é uma homenagem do artista plástico e arquiteto Roberto Freitas para o aniversário de 250 anos da Capital, feita em parceria com o Atelier Livre da Secretaria Municipal de Cultura. Com um viés histórico e sustentável, a obra deve ficar em exposição até o próximo sábado, durante a Semana de Porto Alegre.
Em entrevista a ZH, Freitas destaca que a Ponte de Pedra é um dos pontos mais emblemáticos da cidade desde que foi inaugurada, em 1854. Naquele tempo, o Rio Jacareí - conhecido atualmente como Arroio Dilúvio - era uma porção de água que "dividia" a cidade em duas grandes metades.
- Eu cresci no Centro Histórico e lembro que, quando era ainda criança, minha mãe comentava sobre os aterros que estavam sendo feitos na região e como toda a configuração acabou mudando. Assim, o Guri do Arroio é uma homenagem à memória do local, pois antes dessas mudanças (aterros) havia muitos pescadores. (...) No fim, é uma obra, uma "ponte", que une o passado e o futuro - conta.
O trabalho também busca chamar atenção para o uso consciente da água e da poluição por resíduos sólidos, que podem ser encontrados no Dilúvio. Apesar da estrutura da estátua ser montada em ferro, o forro é feito com papel jornal reciclado e revestido com sacolas plásticas.
O artista também destaca que optou por deixar o Guri do Arroio virado para o lado do Viaduto dos Açorianos, para que as pessoas que acabam passando possam apreciar com mais facilidade.
Produção: Gabriel Mattos - CHAMOU ATENÇÃO
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