sábado, 30 de junho de 2012

Não é suficiente...

Lindo domingo pra você...


 

"Quem se apega
ao passado fica estagnado.
O passado deve ser um trampolim,
não um sofá."

(Harold MacMillan )

Olá


Lindo domingo para voce


A VERDADE...


A cada dia perco-me
Em meus pensamentos
Que vagam a tua procura
Meus sentimentos não mudaram
Meu coração continua a ser teu
Não adianta eu mentir pra mim mesma
Que não te amo, porque na verdade...
Te amo cada dia mais!

-carmem vidah-



01 de julho de 2012 | N° 17117
MARTHA MEDEIROS

Afogando-se num pires

A vida não é bolinho, quem não sabe? Mas é impressionante a quantidade de pessoas que conseguem complicá-la ainda mais. Acreditam que só erros enormes geram consequências, sem perceber que as pequenas bobeadas é que desgastam. Nem se dão conta da quantidade de facilitações que poderiam aplicar no dia a dia, tornando a vida bem mais producente.

Exemplos, exemplos.

Ligar-se minimamente num troço chamado relógio, pra começar. Se você tem hora marcada para uma consulta, hora marcada para fazer uma prova, hora marcada para pegar um avião, qual é a dificuldade de planejar o tempo que vai levar até lá? Chega de colocar a culpa no trânsito.

É claro que você pode prever se vai levar meia-hora ou 50 minutos para deslocar-se – o pior que pode acontecer é chegar antes, e aí nada como ter um livrinho à mão enquanto aguarda (já dizia Gabriel García Márquez: se cada um levasse um livro dentro da mochila, o mundo seria bem melhor).

“As pessoas se afogam num pires”, costuma sentenciar uma psicanalista amiga minha, confirmando que a maior parte das pessoas poderia simplificar suas vidas, mas são especialistas em se atrapalhar, e o pior: transformam essas pequenas atrapalhações em crises existenciais. Ó, nada dá certo pra mim.

Se alguém tem que ir até um endereço que não conhece, é tão fácil consultar o Google Maps antes de sair. No caso de gamar por uma blusa na vitrine, seria prudente saber se o saldo no banco comporta essa compra extra. Se a última garrafa d´água da casa foi aberta, não custa passar num mercadinho e renovar o estoque pra não ser surpreendida por uma sede absurda no meio da noite.

Se vai ter um big festão na sexta, não convém chegar ao cabeleireiro sem hora marcada. Se ofendeu um amigo, melhor pedir desculpas antes que se transforme numa mágoa séria. Se o filho tem dificuldades na escola, não esperar o último mês do ano letivo para tomar providências. Planejou uma viagem ao exterior?

Confira o prazo de validade do passaporte (não no dia do embarque, gênio). Se o seu santo não cruza com o de um fulano, para que sentar à mesma mesa que ele? Se agendou uma entrevista de emprego, confira antes se a camisa está limpa e passada. Marcou um compromisso para as 16h, não marque outro para as 17h no outro lado da cidade.

Se está em guerra com a balança, ok, é difícil perder peso, mas continuar comendo uma caixa de Bis por noite não vai operar milagres. É claro que sua cunhada vai se chatear se você expor na sala as fotos do seu irmão com a ex-mulher dele. Pô.

Você deve ter lembrado de mais uns 200 exemplos da série “se posso complicar, por que facilitar?”. São essas pequenas besteirinhas do cotidiano que, mal administradas, fazem com que nosso dia seja mais encrencado que o dos demais, mas quem vai se dignar a planejar um dia satisfatório se a ordem é deixar rolar?

E lá vai você rolando para dentro do pires, se afogando numa pocinha de nada.



01 de julho de 2012 | N° 17117
CELIA RIBEIRO

Tons terrosos nos buquês

Muitos casamentos são realizados em julho, aproveitando o período de férias de inverno. Acompanhando a moda atual, surgem buquês de flores coloridas naturais, típicas da estação, salientando o traje branco da noiva. A cor das flores pode combinar com a dos sapatos, outra tendência chique, válida também para os raminhos das damas de honra.

Muriel Dalla Vecchia (www.floradesigneflores.com.br, tel. 8423.0201) tem criado buquês invernosos de efeito, em linhas minimalistas, que agradam às noivas modernas e àquelas que estão comemorando aniversário de casamento.

Duas tendências podem ser seguidas: flores em tons quentes e terrosos como contraponto às baixas temperaturas, ou flores em branco, que remetem à neve e às geadas. Callas, flores muito parecidas aos copos de leite, um clássico do estilo Art déco, compõem buquês da estação, em tons terrosos, amarelo e vinho.

As orquídeas, nas cores mais variadas, são harmonizadas com buquês em pot -pourri ou miscelânea de verdes e flores multicoloridas. Pode-se, ainda, contar com a plena floração das peônias em vermelho e violeta. Outro recurso para usar o branco tradicional nas flores de um buquê ou arranjo floral é a mistura com galhos verde-escuros. Na opinião de Muriel, o buquê não precisa estar inserido no estilo da decoração ambiental, mas pode repetir uma flor ou verde aquecendo o ambiente.

- Acenos entre as sorridentes presidentes Cristina Kirchner e Dilma Rousseff no momento em que tiravam a foto oficial dos dirigentes de países estrangeiros que compareceram à Rio+20, com três estadistas entre elas de pé na primeira fila, mostram que as duas sul-americanas, que comandam respectivamente Argentina e Brasil, ainda não se imbuíram da parte formal de sua funções. Na foto, que percorreu o mundo, o presidente Hollande, da França, olha para Kirchner com um sorriso de ironia.

- É a segunda vez que elogio o manual de etiqueta urbana do Trensurb, um meio de educação de seus usuários, seguindo o preceito “não faças aos outros o que não queres que façam a ti”.

A recomendação de andar sempre pela direita, especialmente nos cruzamentos de pedestres, ainda é pouco seguida, inclusive pelos motoristas. Um exemplo é a saída do estacionamento do Supermercado Nacional, na Rua Carazinho, onde os carros entram pela esquerda, à frente de quem se posiciona para sair pela direita.

Coxinhas do Segundo Império

Comíamos uma coxinha de galinha, Marha Fortuna e eu, quando ela me contou a história deste petisco tão brasileiro, cuja origem está na cozinha da família imperial. O filho mais velho de D. Isabel e do Conde D’Eu, Pedro Augusto, era um menino nervoso e inapetente, que adorava as coxinhas de galinha preparadas pela cozinheira da Fazenda Monte Azul, em Limeira, São Paulo.

Um dia, faltaram coxinhas, e a cozinheira resolveu moer todas as carnes da ave e apresentar uma nova coxinha de galinha. Em 1883, D. Pedro II foi à fazenda visitar a filha e os netos e ficou encantado com a tal coxinha macia e crocante, pedindo a D. Teresa Cristina que anotasse a receita para ser entregue ao cozinheiro da cozinha imperial, no Rio de Janeiro. Essa historinha verídica é contada pela pesquisadora Nadir Cavazim no livro Histórias e Receitas.

Pitigrilli, romancista italiano, autor de A Loira Dolicocéfala, escreveu com irreverência um livro fundamentado em regras de boas maneiras: Não se Come Frango com as Mãos. Ele diz que quem não tem coragem de enfrentar garfo e faca nesta difícil missão segura a asa com um guardanapo descartável.

As coxas de galinha comem-se facilmente com garfo e faca, respeitando o recheio cremoso com queijo Catupiry. Sua mais feliz combinação é com salada verde e cerveja gelada – cozinha de boteco.

Convite cerimonioso

“Fui convidada para uma festa de aniversário de uma pessoa nada íntima e vou telefonar agradecendo com uma desculpa por não comparecer. Preciso mandar presente?” RUTH

– Às vezes, um convite feito pela primeira vez por alguém pouco conhecido dá ensejo de encontrar pessoas interessantes e abrir o leque de relacionamento também com esse anfitrião. Pense nisso. Se comparecer à festa, mande flores. Caso contrário, basta telefonar ou enviar um cartão antes se desculpando.

Mochila no trem

“Sigo as recomendações do guia de etiqueta do Trensurb, mas não consigo passar a mochila que carrego às costas para levar como bolsa de mão.” RENAN

– Uma questão de hábito. Você já levou um encontrão pelas costas de alguém com mochila? Então sabe que pode machucar. Procure usar primeiro a mochila a tiracolo, mantendo-a sob controle junto ao corpo, como uma bolsa grande.

Sapatos no inverno

“Chegou a fazer 29°C no início de junho e usei sandálias de tirinha. Deve-se seguir a pauta da estação fria, mesmo com calor?” URSULA

– A temperatura age, sim, sobre o conforto dos pés, e uma sandália não nos choca se estamos no inverno, mas a temperatura é de verão.

Teresa Gureghian, gaúcha radicada no Rio de Janeiro que se consagrou nos anos 80 com a marca Teresa Gureg de calçados, marcou presença na Rio+20, voltando ao mercado com uma amostra da sua coleção de sapatos sustentáveis, feitos em fibra de milho e soja. Certamente motivará também o comércio exterior nos calçados de verão.


01 de julho de 2012 | N° 17117
PAULO SANT’ANA

Victor vendido???!!!

Para tudo na vida, é necessária a camaradagem.

A camaradagem – imaginem – tem de existir até na vida entre os casais.

Não há sucesso em nenhuma relação humana em que não sobressaia a camaradagem.

A camaradagem é o procedimento ou atitude própria de amigo ou camarada.

Camaradagem, portanto, é parceria e amizade.

Camaradagem, não sei por que, implica também amizade.

Não há nada que me comova mais que a camaradagem que se instala entre mim e outras pessoas.

Meu camarada, meu cúmplice, irei contigo trilhando as mesmas ruas. Eu para felicidade tua, tu para felicidade minha.

Meu camarada, eu fui feito para amenizar as dores tuas, tu foste plasmado e talhado para amenizar as minhas dores.

E também foste feito, como eu, para compartilharmos a alegria de viver.

É preciso ter, acima de tudo, alegria em viver.

Nada mais buscamos em nossas vidas do que a alegria de viver.

Vejo só agora, ao escrever estas linhas, que encontrei finalmente o significado desta palavra maravilhosa que é “felicidade”: felicidade nada mais é do que a alegria de viver.

Não é feliz, portanto, quem está sem alegria de viver.

E a camaradagem revela essa euforia em que estamos ao nos pormos ao lado de outrem, juntos, unidos, para o que der e vier.

Parece até um pacto, amigo, o que estamos traçando: por onde fores, estarei ao teu lado, perfilado contigo, na direção da nossa causa. É claro que isso acarretará combate, dura lida da vida, luta, mas o nosso objetivo será sempre a vitória.

E, se o fracasso rondar os nossos passos, ele acabará servindo necessariamente para o nosso triunfo, ali ou lá adiante.

Queridos leitores e leitoras. Enquanto escrevo esta coluna que por motivos técnicos e industriais tem de ser terminada na sexta-feira, da qual agora são exatamente 20h40min, recebo uma notícia estarrecedora: o Grêmio vendeu para o Atlético Mineiro, exatamente o seu adversário de hoje no Olímpico, o goleiro Victor.

Esta notícia tem de ser investigada, minuciosamente esclarecida, porque chegando a mim nesta hora, véspera de enfrentar Ronaldinho Gaúcho no Olímpico, soa-me, como a todo mundo, surreal.

Não pode ser, não acredito. Para que os leitores tenham uma ideia do impacto desta notícia que estou recebendo neste instante, os três amigos para quem telefonei, assim que a notícia da venda de Victor para o Atlético bateu aqui na Redação, os três amigos meus se mostraram estupefatos.

Não pode ser! Esta notícia precisa ser desmentida.

Não pode ser! É o fim...


01 de julho de 2012 | N° 17117
VERISSIMO

Caneleiras

O futebolzinho dos sábados no sítio dos Limeira tinha começado como apenas um pretexto para reunir os amigos. Como um prelúdio para banhos de piscina e depois um churrasquinho. Nunca mais do que 12 amigos com mulheres e filhos. Enquanto as mulheres conversavam e os filhos brincavam, os homens jogavam futebol. Valendo nada, valendo apenas boas risadas e algumas escoriações antes das primeiras caipirinhas.

Com o tempo a coisa começou a mudar. O grupo de convidados aumentou, e os times também. Os homens passaram a levar o jogo a sério. O futebolzinho para abrir o apetite virou futebol mesmo, muitas vezes – nos casos de prorrogação e decisão por pênaltis, por exemplo – atrasando o almoço, sob protestos das mulheres.

A transformação culminou no dia em que o dono do sítio, o Neco Limeira, entrou em campo de chuteira e caneleira. A caneleira foi uma espécie de sinal: dali em diante não era mais divertimento. Com caneleiras não eram mais amigos, eram adversários. No sábado seguinte quase todos apareceram com caneleiras.

Julinha Limeira, a mulher do Neco, não gostou da transformação. Num sábado ela chegou a ver 33 homens no gramado da sua casa, o bastante para formarem três times e fazerem um torneio, com turno e returno, que só terminou ao anoitecer.

Nem todos os homens traziam mulher e filhos, mas mesmo assim Julinha se viu obrigada a conversar com pessoas estranhas a tarde toda, ao mesmo tempo cuidando para as crianças não enlamearem a piscina e o churrasco não queimar. Numa noite de sábado, exausta, Julinha perguntou ao Neco quem era uma loira com grandes peitos que tinha acabado a tarde embaixo da mesa do alpendre, depois de exagerar na caipirinha.

– É a mulher do Valtão – disse o Neco..

– E quem é o Valtão?

– É o zagueirão do nosso time. Você não viu ele em campo? Zagueirão.

Com o Valtão na zaga, o time do Neco não perderia mais nenhuma.

O Valtão passou a frequentar o sítio todos os fins de semana. Sua mulher, Carol, sempre terminava a tarde embaixo da mesa do alpendre, inconsciente. E o Valtão e a Carol um dia trouxeram os filhos. Três terroristas que em pouco tempo tinham derrubado uma cristaleira, acabado com a salada de batata e provocado uma crise nervosa no cachorro.

– Eu não quero mais essa gente na minha casa – declarou Julinha.

– Ué – disse Neco. – Preconceito social, agora? – Você nem conhecia esse tal de Valtão, Neco. Aliás, metade das pessoas que tem aparecido aqui eu não conheço mais.

Neco não respondeu. Era sábado de manhã e ele estava se preparando para o futebol. Colocando as caneleiras.

– Eu não aguento, Neco – continuou Julinha. – Você tem que escolher. Ou o Valtão, ou eu!

Neco continuou em silêncio. Talvez porque soubesse que a irritação da Julinha era passageira e ela acabaria aceitando o Valtão. Ou talvez estivesse ponderando: uma mulher que, afinal, não era uma má companheira, ou um bom zagueiro de área, que não se encontra em toda parte? A Julinha precisava entender. Agora não era mais só futebolzinho. Agora o jogo era com caneleiras.


01 de julho de 2012 | N° 17117
DEDINHOS NO TABLET

Conectados desde o berço

A tela mágica de um tablet ou smartphone, que responde a qualquer toque, faz com que crianças tenham experiência com a tecnologia digital nos primeiros meses de vida
Júlia tem um ano e cinco meses e já tem um jogo preferido no tablet: Pierre, o papagaio falante. A ave virtual reage contente ao receber um carinho e se movimenta quando a criança pressiona certos comandos na tela.

Quando Júlia tinha apenas alguns meses, observava o pai usar o aparelho. Depois que a menina começou a falar as primeiras palavras, o tablet passou a compor o arsenal de brinquedos. – Ela brinca com uns quatro ou cinco jogos, sempre sob supervisão. A família não estranhou quando ela começou a interagir com o tablet. Na verdade, achamos uma graça – orgulha-se o pai, Maurício Lewkowicz.

O exemplo de Júlia demonstra como, cada vez mais cedo, as crianças passam a usar a tecnologia. A mágica, no entanto, não está nas crianças. Os aparelhos estão mais intuitivos. – A criança não precisa ser alfabetizada, como no computador, que exige uso de teclado.

O bebê se interessa pelo tablet porque é simples, o toque na tela gera reação imediata. As crianças são atraídas pelo movimento, pela imagem. Todo aparelho que tiver isso gera fascínio – avalia Helena Sporleder Côrtes, professora da Faculdade de Educação da PUCRS.

Pedro começou a descobrir os aplicativos aos dois anos, quando o pai, Tiago Becker, comprou um iPhone. Hoje, com a irmã Júlia, sete anos, divide o tempo no tablet sem abandonar o aparelho menor, que tem mais jogos instalados. O pai é cuidadoso. Sabe que largar um aparelho com acesso à internet com uma criança tão pequena pode trazer prejuízos que vão desde quebra até o download de aplicativos pagos.

– O uso é sob supervisão. Às vezes ativo o filtro, assim eles não podem desinstalar os meus aplicativos, que uso para o trabalho, nem instalar nada sem permissão. Eles sabem que se querem algo, é preciso pedir primeiro – afirma Becker.

Já existem aplicativos para bebês, que se propõem a ensinar cores e formas, usando sons e figuras de animais. Uma distração para consultas no pediatra e em viagens.

marina.goulart@zerohora.com.br

A Pessoa Errada

A Pessoa Errada

Mário Quintana – Certezas

O caminho da vida - Charlie Chaplin



Bom Dia!!

Amor infinito...

Beleza rara, encara obstáculos,
Sai fortalecido, não perde o sentido,
Não se altera, enfrenta as mazelas,
Destemido,por muitos incompreendido.

Sentimento nobre, coração pulsante
Não conhece regras, esse caminhante,
Do mortal o alvo, da vida a fonte,
Da morte e vida, faz-se ponte

Nunca viveu, quem por amor não sofreu
Sofreu por amor, quem arriscou e ousou
Não aceita limites, nem é o possível
Vive o milagre, do ilimitado impossível

Não tem nacionalidade,nem é político
É natureza e vida, não se explica
Sem ele, cada dia se morre, tudo perdido
Ele... é o amor,imortal e infinito.

Marisa de Medeiros

Keyla
Beijinhos a todos, no ♥




.
Ser gente de verdade, é ser gramatical,
verbalizando gentilezas,
adjetivando tanta qualidade,
acentuando a vida, com humana pontuação.
Tem gente que cabe numa frase inteira,
entre uma vírgula e outra,
tem gente que vem e
traz junto um ponto de exclamação...
Eu sou dessa gente reticente,
inconformada em terminar
uma frase,
em finalizar uma oração...

(Silvio} 
By Keyla
Beijinhos a todos, no ♥


BOM DIA !!!

Encontrar o amor. Será que alguém quer? 
Claro! Mas o amor não nasce sozinho 
Precisa sempre de uma “mãozinha” 
Coração fértil, sorriso aberto, mente pura
Pobre daquele que na vida 
Não teve a ventura de encontrá-lo. 

Tal qual uma planta que não floresceu, não 
deu frutos, estorricou Vegetou 
e morreu, assim também acontece com quem 
o amor não viveu. Como não nasce 
sozinho. Plantemos pois, do amor, a semente 
e teremos uma árvore bela 
e frondosa, de onde colheremos frutas deliciosas
com cheiro e sabor de carinho! 
Walter Pimentel
Beijokas em teu ♥


30 de junho de 2012 | N° 17116
NILSON SOUZA

Aos quietos

A batalha final (Scliar sempre me socorre na largada das crônicas difíceis) talvez seja entre os extrovertidos e os introvertidos. Tenho lado nessa, evidentemente, pois dou uma boiada para não falar em público e meu lazer preferido é um bom livro. O Poder dos Quietos, da americana Susan Cain, pode ser classificado nesta categoria, não apenas por liderar listas de mais vendidos, mas também, e principalmente, por tocar numa ferida da sociedade moderna: a extroversão compulsória.

Ai de quem não curte festas, não tem boa oratória ou não mostra propensão para trabalhar em grupo. Logo será rotulado de antissocial e condenado à terceira suplência no time dos pretendentes à liderança. A autora do livro denuncia o preconceito coletivo contra as pessoas reservadas e o culto exagerado aos carismáticos num mundo em que se convencionou que só os ousados são bem-sucedidos e só os sociáveis são felizes.

Na solidão da madrugada, que é onde se refugiam os introvertidos, acompanhei dia desses uma palestra da escritora no sistema TED (Tecnologia, Entretenimento, Design), fundação cultural que divulga “ideias que merecem ser disseminadas”. Pois dona Susan entrou no palco com uma maleta fechada e falou durante 20 minutos antes de abri-la.

Só no final, depois de defender respeito aos quietos e de afirmar que líderes introspectivos tendem a ouvir mais seus liderados e a aproveitar melhor suas sugestões, ela abriu a mala para mostrar o que carregava. Eram livros que pertenceram ao seu avô e que representam para ela o momento mais gratificante de sua infância, quando podia ler em silêncio na companhia do homem que a ensinou a valorizar quietude.

Escolas, escritórios e outros ambientes de trabalho privilegiam obsessivamente o coletivo e a convivência, quando algumas pessoas – um grande número delas, na verdade – se tornam mais criativas na solidão e no silêncio. Claro que é preciso considerar os dois lados: extrovertidos também podem ser produtivos e criativos. Aliás, a própria autora da tese lembra que todas as pessoas são as duas coisas, com maior ou menor predominância numa das características. E há ainda os ambivertidos, com metade e metade.

Antes de encerrar sua instigante conferência, a escritora norte-americana deu três conselhos ao público: 1) Parem com a loucura de só trabalho em grupo; 2) Busquem a natureza e a contemplação de vez em quando; 3) Abram suas próprias malas e, seja qual for o conteúdo, mostrem-nos e assumam seu gosto por elas.

Faz sentido. Certamente vamos perder a batalha, pois o mundo multimídia favorece os alegres, os expansivos e os festeiros.

Mas é um consolo saber que não estamos sozinhos na nossa introspecção.


30 de junho de 2012 | N° 17116
LUÍS AUGUSTO FISCHER

Homo fictus

Tem aquela superstição da estatística: se a gente colocar um macaco por tempo suficiente diante de um teclado de computador, em algum momento ele será capaz de escrever, palavra por palavra, o Hamlet, de Shakespeare.

Alguns limites dessa hipótese já são conhecidos, especialmente o fato de macacos serem mortais, e portanto não disporem de tempo suficiente – mil anos? Um milhão? – para a tarefa. É sério: tem gente que já testou essa especulação. O resultado não foi muito animador: saíam linhas como sssssssssssssssssstssssssssm,,m, ou algo assim.

O caso é que a concepção e a redação do Hamlet são mais do que acerto casual. Há algo de muito profundo na prática de conceber e contar histórias. Mais profundo do que o abismo das implicações psicológicas e sociais, para indivíduos e grupos.

É bem possível que contar e ouvir histórias, viver de ficção, seja resultado de um processo adaptativo: em algum momento-chave de nossa trajetória sobre as duas patas traseiras, os ancestrais contadores de história e seus ouvintes atentos devem ter levado vantagem sobre os sem-imaginação. E eis-nos aqui, vivendo intensamente o mundo da ficção, no romance ou na telenovela, na canção ou na propaganda de margarina.

O autor desse argumento é Johnathan Gottschall, norte-americano, professor de literatura. Li a notícia na edição de fim de semana do jornal Valor Econômico e me fui atrás da conversa dele, no site com seu nome. Ali, se pode ler de e sobre seu livro The Storytelling Animal – How Story Make us Human, ou seja: O Animal Contador de Histórias – Como a Ficção nos Torna Humanos. (Ele usa story, e não ficção, que adotei porque sou inimigo pessoal do termo estória.)

Diz um trecho da apresentação (em tradução rápida): “Este livro é sobre o primata Homo fictus (Homem Ficcionalizador), o grande símio com mente contadora de histórias. Você pode não perceber, mas você é uma criatura do imaginário reino chamado Terra do Nunca.

Ela é sua casa, e antes de morrer você vai passar décadas lá. Se você não se deu conta antes, não se desespere: ficção é para os humanos como água para os peixes – totalmente envolvente e não muito perceptível. Enquanto seu corpo está sempre fixado em um ponto particular do espaço-tempo, sua mente é sempre livre para circular por terras de faz de conta. E consegue”.

Isso tudo reforça a convicção de que vale a pena insistir com a literatura. Tanto que esbocei mais uma lista de argumentos a favor dela, lista nascida de uma conversa pública na Feira do Livro de Canoas, em que estive ao lado do amigo Sergius Gonzaga.

Seis teses

1. PROFUNDIDADE. A literatura faz parte da nossa vida de modo essencial. Gottschall fala da narrativa, termo que engloba romance, conto, teatro, memória etc., mas creio que podemos incluir o território da poesia, que não tem compromisso necessário com o relato de histórias.

Poesia tem outra têmpera essencial: o poeta (no poema mesmo, ou em qualquer texto em que possa expressar-se a índole poética) não passa correndo sobre a linguagem-ponte de modo a alcançar logo a outra margem, mas pelo contrário, fica pisando e repisando sobre a linguagem-ponte, fazendo-a balançar.

E o que a literatura nos dá, em primeiríssimo lugar? Profundidade, experiência vertical da vida. Nos dá notícia de que somos muito mais do que sabemos ser, porque somos capazes de entender dramas, tragédias, comédias, percursos os mais variados, isso tudo sem viver diretamente nenhuma das histórias lidas. Aliás, Gottschall nos diz que o provável motivo de ter havido este processo adaptativo foi a vantagem de experimentar situações fortes (participar de uma guerra, conquistar a mulher de um homem poderoso etc.), sem precisar vivê-las diretamente.

2. AGILIDADE. Quem lê tem agilidade mental; quem lê literatura tem ainda mais presteza, velocidade, capacidade de estabelecer relações de todo tipo. Aí está um valor indiscutível da leitura e da literatura. A prova desse ganho pode ser feita em negativo: converse com quem não lê e confira. Bem, há exceções; há pessoas interessantíssimas que não leram, talvez nem soubessem ler, ou mal e mal dominassem a técnica básica. Mas no mundo de hoje essas figuras são cada vez mais raras.

E se for o caso de estabelecer uma regra geral, é certo que a regra desejável será a de ensinar a ler e a escrever, como caminho mínimo para o acesso ao aprendizado, à novidade. Ensinar a ler todo tipo de texto, do mais singelo como uma notícia ao mais complexo como um poema, passando pela bula de remédio, pelo panfleto político, por qualquer modalidade de texto.

De todos os ambientes letrados possíveis, porém, o mais relevante é o da literatura, porque ele concentra as várias modalidades de uso da linguagem utilizadas intensamente e carrega a vantagem da longa tradição, que permite ao leitor exercitar uma verdadeira aeróbica mental. Enfim, mas não por último, a leitura tona-nos mais hábeis no manejo da língua, que medeia todas as relações sociais, afetivas e políticas.

3. VARIEDADE. A literatura tem o extraordinário mérito de acolher qualquer experiência humana, em qualquer parte, época e situação. Faça o teste: na literatura, não há o que não haja. Vidas de santos e canalhas, nobres e plebeus, reacionários e revolucionários, remediados e sem-remédio, ricos e pobres, todas cabem na literatura.

A melhor literatura brasileira foi concebida na luta contra a trivialidade, a indiferença, a exclusão. Pense Simões Lopes Neto, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa botando o “sertão” nas primeiras filas da qualidade. Ou Vieira e Machado, escritores classicizantes. A crônica, que não respeita limites; a canção, forma semiliterária (e semimusical) que não tem como ser mais acolhedora das variedades dialetais.

Quer dizer: já foi cumprido na literatura aquele ideal que os sociolinguistas postulam para o ensino de língua, de que a escola acolha todas as variedades dialetais da vida diária, sem exclusão, como forma de acolher os falantes delas, muitas vezes gente que não conheceu jamais formação letrada. Se os alunos forem expostos a ela, terão como se encontrar e poderão então ver que maravilhas os grandes artistas já fizeram com este patrimônio compartilhado por todos, a língua portuguesa.

4. CONCENTRAÇÃO. A leitura de textos de qualidade impõe exigências, e uma delas é a concentração. Não basta sentar por poucos minutos para vencer o desafio de um texto profundo, e isso costuma ser obstáculo duro para os leitores inexperientes. Essa característica se salienta mais ainda em nossos tempos, tão pródigos em diversões com satisfação imediata.

Mas ocorre que essa imediatez é diretamente proporcional à profundidade: quanto mais rápida a satisfação, mais raso é o prazer estético e o proveito intelectual. O romance exige muito tempo de leitura, mas a intensidade da satisfação nem se compara. O preço para ler bem é a concentração, poderíamos dizer “o foco”, como está na moda. E é bem isso: quem lê boa literatura aprende a ter foco, aprendizado que pode ser repassado para as outras áreas da vida, com ganhos objetivos, da preparação para uma prova à dedicação a objetivos de longo prazo na vida.

5. IMAGINAÇÃO. Um dos dois valores mais importantes para a leitura é a imaginação. Ocorre sempre essa verdade geral aos que fazem comparação entre um romance lido e a adaptação desse romance para o cinema ou a tevê: a transposição para meios audiovisuais costuma decepcionar os leitores do livro original porque na leitura o poder daquela história foi muito superior, devido exatamente ao fato de que a leitura exige imaginação.

Nada contra as adaptações, em todos os sentidos e para todas as linguagens: elas são uma porta de acesso que deve ser incentivada. Mas o caso é que o original faz nossa mente funcionar com mais vigor: ali onde o escritor sugere um castelo ou uma praça, nossa imaginação entra em funcionamento para realizar tais lugares, ao passo que no audiovisual nós já vemos o castelo e a praça que o diretor imaginou, restando pendurar a nossa leitura na dele, o que é sempre menos do que poderia ser.

E qual o valor da imaginação? Incalculável, sem dúvida. Imaginamos novas formas de organização social, tanto quanto novos usos e tecnologias, para nem dizer as novas formas de sermos nós mesmos.

6. LIBERDADE. Talvez o mais potente valor da literatura seja o de proporcionar o exercício da liberdade. Quem lê passeia por rotas desconhecidas que no entanto estão dentro de cada um, bastando ativá-las. São incontáveis os exemplos de leitura proveitosa feita em condições precárias, até mesmo quando faltam as liberdades elementares.

Com crianças, nem se fala: compare o antes e o depois dos livros. Pergunta Michèle Petit: as crianças se exprimem mais do que antes, ou não? Estão mais à vontade para falar delas mesmas? A relação delas com os outros se transforma? Parece haver pouca dúvida das respostas.

Se entendermos liberdade como a infindável conquista da autonomia, então a leitura de literatura pode ser qualificada como o caminho talvez mais significativo que a família, a escola, as instituições públicas de cultura devem proporcionar.

QUATRO LEITURAS SOBRE LEITURA

Lições dos Mestres, de George Steiner. Rio de Janeiro: Record, 2005.

 A Arte de Ler, ou Como Resistir à Adversidade, de Michèle Petit. São Paulo: Ed. 34, 2009.

A Espécie Fabuladora – Um Breve Estudo sobre a Humanidade, de Nancy Huston. Porto Alegre: L&PM, 2010.

Voltar a Ler – Propostas para Ser uma Nação de Leitores, de Mempo Giardinelli. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 2010.


30 de junho de 2012 | N° 17116
PAULO SANT’ANA

Na contramão do clamor

Muita gente me diz que no dia em que eu parasse de fumar, pela visibilidade que ostento, esse meu gesto levaria muita gente a parar de fumar no Rio Grande do Sul.

Deve ser verdadeiro isso, porque o leitor Idel Menda (idel1950@gmail.com) parou de fumar e escreveu um texto, creio que na internet, que foi lido por duas pessoas, entre elas um jovem, tendo ambos parado de fumar imediatamente.

O texto é uma carta de amor que ele escreve para o cigarro, despedindo-se definitivamente dele. Como o texto fez sucesso, inclusive entre os não fumantes, quanto mais entre os que fumam, vou transcrevê-lo abaixo na esperança de que faça muitas pessoas deixarem de fumar:

“CARTA DE A(FU)MANTE PARA SEU AMOR PROIBIDO.

Meu amor:

Por 40 anos você me deu o prazer de sua companhia. Fez, por várias vezes meu coração palpitar, bater forte. Por muitas vezes, ao colocar minha boca em ti, perdi a respiração, cheguei a perder o ar, quase não conseguia respirar direito por tua causa, mas tudo está terminado entre nós.

Sei que vais querer voltar, exigir de mim fidelidade, me seduzir novamente, mas não adianta meu ‘futuro ex-amor’. Queimei, nesse tempo em que estivemos juntos, toda e qualquer paixão. Nosso relacionamento estava virando cinzas ao vento, já começava a me sentir pisando na sujeira.

Me desculpa querida, mesmo que tu tenhas me dado momentos de prazer (e algum prejuízo também), não pretendo (espero) voltar a te tocar, colocar meus lábios em ti. Teu aspecto já não está mais sedutor, o teu cheiro começou a me fazer mal. Senti que nosso relacionamento não estava cheirando bem, muita fumaça no ar. Nossa coexistência estava incomodando as outras pessoas.

Sei que vou sofrer nos primeiros dias de separação mas, em nome da minha autoestima, minha integridade, minha aparência (as pessoas comentavam quando me viam contigo), meus futuros netos, adeus.

Estou guardando o último maço de recordações que me resta, não pretendo queimar. E não adianta querer que eu coloque meus lábios em ti novamente sem que os outros vejam, estarei traindo a mim mesmo se assim o fizer. Por favor não me responda com sinais de fumaça. Adeus”.

E apareceu uma leitora, Dilsea Kostylew (dkostylew@terra.com.br) que rema completamente contra o curso de reclamações que chegam de todos os lados. Olhem só o pasmo dela: “Interessante, quando ligo para a NET, sou prontamente atendida, tendo meus problemas imediatamente resolvidos. E fiquei viúva no final de março passado, no mês seguinte já estava recebendo a pensão de meu marido. Por que será que tudo é tão difícil para alguns? Um abraço”.

Eu diria: como pode ser tudo tão fácil para alguns?

Chega neste instante, 20h40min de sexta-feira, a notícia de que o Grêmio vendeu o goleiro Victor para o Atlético Mineiro, com quem joga amanhã.

Terei oportunidade na coluna de domingo de me ocupar desta catástrofe.


30 de junho de 2012 | N° 17116
CLÁUDIA LAITANO

Mulheres que sabem rir

Nora Ephron não terá sido a primeira mulher a tirar proveito de um orgasmo fingido, mas provavelmente foi a primeira a ficar famosa por causa de um. A clássica cena do filme Harry & Sally – Feitos um para o Outro (1989), em que Meg Ryan prova para Billy Cristal que nem tudo que reluz é ouro, foi o passaporte para o reconhecimento mundial da escritora, roteirista e diretora americana – que morreu esta semana, aos 71 anos, de leucemia.

Para quem tem tanto pavor de comédias românticas quanto eu de debates sobre futebol, o nome de Nora Ephron costuma ser associado à excruciante experiência de assistir a tramas açucaradas estreladas pelos astros da vez de Hollywood – o que talvez não seja justo com sua longa e produtiva trajetória como humorista e ensaísta com raro senso de observação.

Mais do que a grande dama das comédias românticas, Ephron foi uma escritora capaz de rir de si mesma e dos outros – nem sempre nessa ordem. Em 1972, com um ensaio intitulado Algumas Palavras sobre os meus Seios, tornou-se conhecida nos Estados Unidos imaginando como teria sido sua vida, e sua personalidade, se tivesse nascido com uma comissão de frente mais exuberante (quem nunca...).

Não era um texto cômico, no sentido pastelão do termo, mas um artigo que fazia rir e pensar desde uma outra perspectiva – a feminina – em uma época em que isso ainda não era tão comum.

Dez anos depois, com o romance Heartburn, em que narra o fim do casamento com Carl “Watergate” Bernstein, transformou outra pequena grande desgraça feminina – ser traída pelo marido, com a melhor amiga, quando estava grávida do segundo filho – em uma história divertida e emocionante, com a qual mulheres de várias gerações se identificaram.

Nora Ephron ajudou a abrir caminhos para escritoras e jornalistas mais jovens que, inspiradas por ela, exploraram uma nova forma de expressão do universo feminino:

se as mulheres queriam dividir responsabilidades com os homens em casa e no trabalho não podiam levar-se tão a sério o tempo todo. Sim, o mundo (ambos os gêneros aqui incluídos) precisa de escritoras como Virginia Woolf e Clarice Lispector, de pensadoras como Simone de Beauvoir ou Hannah Arendt e de contadoras de histórias como Agatha Christie ou J.K. Rowling, mas igualmente indispensáveis são as escritoras capazes de ver o lado cômico de situações e circunstâncias que nenhum homem, por mais atento ao sexo oposto que seja, teria condições de descrever. “Minha mãe sempre nos ensinou que aquilo que é tragédia num dia pode se tornar piada no outro”, dizia a escritora.

Nos seus dois últimos livros, Meu Pescoço é um Horror (2006) e Eu não Lembro Nada (2010), Nora Ephron tentou provar que é possível rir até mesmo do que não parece ter graça nenhuma, como a decadência física e a finitude humana. Em Eu não Lembro Nada, escrito quando ela já sabia que estava doente, Nora fez duas pequenas listas: uma das coisas de que sentiria falta e outra das que não. Não sentiria falta: de barulho de aspirador e de debates sobre A Mulher no Cinema. Sentiria falta: dos filhos, de Nick (o último marido), de tomar banho, de cruzar a ponte em direção a Manhattan e de comer torta.

Nós, leitores e fãs, vamos sentir muita falta dela.

sexta-feira, 29 de junho de 2012


Eu sei no que você está pensando

Nós e essa nossa mania de querer adivinhar o que se passa na cabeça dos outros. Outro dia eu coloquei naquele programa que é baixaria todo dia, A Fazenda. E estava um grupinho de pessoas comentando sobre a atitude de um dos participantes. E cada um tinha uma teoria sobre o motivo da pessoa ter feito tal coisa.
“Só se ele fez isso, porque pensou que….”

“Não, acho que ele fez porque tava com raiva da fulana e sabia que se ele fizesse isso, ela ia ficar puta”
“Será? Não acho que ele pensou nisso, não”. Acho que ele não pensou nisso? Ele sabia que se fizesse isso? Desde quando podemos adivinhar o que se passa na cabeça da outra pessoa?

Isso me fez pensar um pouco. Nós temos a audácia de querer imaginar o que se passa pela cabeça do outro, criamos situações, por vezes fantasiosas demais para a realidade. E às vezes a pessoa não tava pensando em nada disso, fez sem querer.

E aí comecei a viajar no meu pensamento. Fiquei pensando que se eu tivesse num Reality Show desse, como eu agiria. Porque todo mundo sabe que falar mal dos outros em Reality é assinar a própria carta de demissão. Logo, uma pessoa um pouco mais inteligente sabe que está num jogo, é necessário jogar e jogar bem. Eu, querendo ganhar ou chegar até os finalistas iria querer jogar bem, isso inclui não falar mal dos amiguinhos, muito menos de suas atitudes.

Ficar por meses, sem ter nada para fazer, começar a reparar na atitude de todo mundo e não poder comentar para não se queimar? Não inventar nenhum tipo de teoria para explicar a atitude de tal participante? Ou até inventar, mas não poder falar isso em voz alta? Nossa, isso seria uma terapia para mim, viu?!

É inconsciente, nós temos essa mania, mas nunca nos tocamos disso. Nunca paramos pra raciocinar que cada um pensa de um jeito, mas já julgamos suas atitudes, apontamos seu erro e encontramos explicações baseados nesse “achismo”.

Vamos juntos tentar pensar um pouco antes de falar? Ou até mesmo pensar um pouco antes de pensar? Acho digno! Obs: Olha que lindo o que a minha amiga aqui do trabalho fez no meu cabelo ontem (hoje ela também fez uma linda, mas ainda não consegui tirar foto)
A de ontem

Texto de hoje: Evite Julgar as Pessoas
Autoestima de hoje: Alta

O que me detonou: Bateram no meu carro ontem enquanto eu tava no trabalho e eu não consigo tirar da minha cabeça isso, o preju que vou ter e como vou ter que resolver 

O que fiz de bom por mim: Trancinhas no cabelo :)

Eu não tenho nada a ver com isso

Problema é um raio de uma coisa que todo mundo tem e sempre vai ter. Mas se tem uma coisa que me tira do sério, é uma pessoa passar para todas as outras um problema que é seu, somente seu.

Briguei com a minha mãe. Ok! Quem não briga? Mas o que o meu amigo tem a ver com isso? Por que eu tenho que fechar a cara pra ele que não me fez absolutamente nada? Ou sair por aí distribuindo patadas gratuitas?
Não tô falando que você não tem o direito de ficar chateado, irritado, de mau humor. Jamais diria isso! Pelo contrário, você tem que sentir tudo isso. Precisa extravasar.

O que estou dizendo é que você não tem que descontar nada em ninguém. Até porque a outra pessoa não sabe do que está acontecendo, não te fez nada e ainda pode levar pro pessoal (e é certo que ela vai levar).

Vai acabar magoando uma pessoa que a única coisa que fez a ti foi estar no lugar errado, na hora errada.
É até um pouco de burrice. Porque você podia estar aproveitando para contar dos seus problemas para seu amigo, desabafar. Garanto que ele seria a primeira pessoa à te ajudar. Se não puder ajudar, pelo menos te distrair com besteiras. E deixando-o chateado, só vai ter conquistado mais um problema na sua vida.

Eu, por exemplo, ando muito estressada. Muita coisa acontecendo em um curto espaço de tempo. Tudo isso misturado à uma TPM. Daí já sabe, né? Mas eu tento ao máximo não descontar em ninguém a minha irritação. Nesses momentos, eu prefiro até ficar calada. Algumas pessoas até confundem isso com mau humor. Mas nem é. Eu chamaria de prevenção para que não corra o risco de não me irritar com ninguém sem motivo, ou por um motivo muito besta.

Tá faltando maturidade nas pessoas para saber em quem descontar as coisas. Não estou dizendo “olha como sou madura”. Todo dia a gente amadurece um pouco, aprende um pouco. E esse é meu exercício quase que diário (um deles).

Por um mundo com menos patadas e mais compreensão. :)