sexta-feira, 31 de agosto de 2012


CARINHO SEMPRE CAI BEM. . .

Ilumina nosso dia e nos faz viajar nas estrelas com alegria.
Sentimos sempre que haverá no mundo sonhos profundos.
Nos motivando a andar por esse caminho largo e longo.
Na esperança de múltiplos encontros à cada dia.
Sublimando e superando motivos que nos coloca tristes.
Nessa busca acabamos fazendo uma doce entrega de carinhos.
Com isso resolvemos carências desse mundo deixando tudo bem. . .
Amor de verdade não espera tem a luz da nececidade diária.
Um carinho um denguinho cai tão bem.

__Sol Holme__



ESTAMOS NA BUSCA INCESSANTE DE SER.
CADA UM COM SEUS PROPÓSITOS SERIAM ESTEPE DO BEM VIVER.
QUE FAÇAM SUAS APOSTAS SE FOR POR MERECER QUE MEREÇA.
CHEGAMOS NUS E VIVEMOS NOS COBRINDO.
NESSAS CONCORDÂNCIAS ACABAMOS PARTINDO VESTIDOS.
NA DURA VERDADE VOLTAMOS COMO CHEGAMOS NADA NO BOLSO
E NAS MÃOS CARREGAMOS APENAS VIVÊNCIAS QUE AQUI GANHAMOS.
OS SENTIMENTOS SERÃO NOSSO PASSAPORTE PORQUE É O ÚNICO
DOCUMENTO QUE LEVAREMOS UMA VEZ RADICADO JAMAIS DESFEITO.
E NOSSO TEMPLO CORPO ABRIGO DO ESPIRITO NOS SERVIU TANTO
NOS COMBATES ALEGRIAS E PRAZERES FICARÁ AQUI NO PLANO.
POIS O CORPO PERTENCE AO MUNDO SERVIU APENAS
DE VESTIMENTA E DEIXAMOS AQUI NO CHÃO TERRA.
GRATOS SEREMOS ETERNAMENTE POR ESSA VESTIMENTA.
NOS ABRIGOU PROTEGEU E AMPAROU.
QUE A SAÚDE NOS BRINDE DANDO MAIS ANOS DE VIDA.
MESMO COM DORES E MAZELAS É TÃO BOM FICAR AQUI.
A VIDA É BELA E ENCANTADORA SEJAMOS GRATOS.
VIVENDO TODAS AS BELEZAS ANTES QUE A NOITE CAIA.
ENQUANTO NÃO CHEGA VAMOS USUFRUIR DA LUZ.
ATÉ O SONO CHEGAR ESTAREMOS ACESOS
PARA O QUE DER E VIER.

__SOL HOLME__





.
Eu tenho essa tendência geral de...


Sinta vivendo agora
A juventude que eu tive um dia
Viva a emoção sem demora
Não curta a dor, só alegria

Como tudo na vida passa
Não passe com amargor
Sua fase tão linda na vida
De ser jovem e dar calor

Você é linda e perfeita
As pequenas falhas se vão
Quando souber que a receita
É ouvir seu próprio coração!

Autora: (Lúcia Biazetto
Beijokas em teu ♥




LINDO DIA ANJO

Ame a vida ,
pois nascemos para amar.
E se alguém lhe perguntar
o que fizestes da vida
diga apenas , Amei

♥ TENHA UM LINDO DIA ♥



✿ ܓ MEU DOCE AMOR ✿ ܓ

Bom Dia Anjo


"O entusiasmo é a maior força
da alma. Conserva-o e nunca
te faltará poder para conseguir
o que desejas."
Beijos no Coração

✿ ܓ MEU DOCE AMOR ✿ ܓ







Gostosa sexta-feira pra você...

Bom fim de semana...

A gente brinca de levar a vida...

Jaime Cimenti

Livros, qualidade, quantidade, mortalidade e imortalidade

Em matéria de livros e de muitas outras coisas, acho que o tempo e os leitores-pessoas são os melhores juízes. Nada contra a crítica, as academias, os doutores. Há pouco tempo foram lançadas duas antologias de contos. Uma pretendendo apontar novos valores da literatura brasileira sob um ponto de vista, digamos, da qualidade.

A outra apresentava escritores de grande sucesso popular, sem, digamos, a preocupação de apreciações críticas etc. Debates aconteceram em torno dos livros, com opiniões diversas. Aqui não menciono o nome das antologias e dos opinadores por que acho que não vem ao caso, não precisa.

A discussão sobre qualidade, quantidade, popularidade, mortalidade, imortalidade e genialidade é mais antiga do que a Sé de Braga e, pelo visto, vai continuar. Até aí tudo bem, normal, universal, humano. Não dá para dizer, simplesmente, que autores que vendem muito são ruins e muito menos ficar estabelecendo critérios rígidos para dizer quem é artista e imortal.

Os leitores, o tempo e a liberdade devem se encarregar disso. Sim, claro, as academias e os doutores devem fornecer seus pareceres. Depois de Joyce, Kafka e Marcel Proust - só para citar alguns gigantes mais recentes das letras -, ficou complicado criar novidades em literatura e até falar a respeito.

Dizer que determinados autores são chatos, bons de ler, importantes ou desimportantes é coisa muito pessoal e qualquer juízo sobre isso é precário, acho, nesses tempos ditos pós-modernos. De mais a mais, têm leitores de dez anos, de oitenta e, claro, leituras que a gente faz em diversos períodos da vida, de forma diferente.

Portanto, acho válido opinar, selecionar e publicar antologias, novos autores, comentar, criticar etc. Só penso que nesses tempos é preciso, mais do que nunca, priorizar a liberdade das pessoas, da arte em geral e até do mercado. É preciso democracia, pluralidade. Está bem complicado ditar regras num momento em que todos estão tanto e tão bem informados.

Sim, todo mundo dita regras, fala tudo toda hora, em todo lugar, mas, vamos combinar, o tempo, especialmente, tem de fazer o papel dele. O tempo se vinga das coisas feitas sem a colaboração dele, sabiam? É isso, vamos botar datas e lugares nas opiniões e dar um tempo ao tempo, que ele sempre merece.
Jaime Cimenti


Lua azul Hoje – Segunda lua cheia do mês e a próxima só em 2015. Aproveite para amar..Ame muito..e deixe-se amar também...


Jaime Cimenti

Perda, recuperação e bom-humor

O começo do adeus (Novo Conceito, 208 páginas, R$ 29,90, tradução de Ana Paula Corradini) é o 19º romance da escritora norte-americana Anne Tyler, nascida em Minneapolis, Minnesota, em 1941. Formada na Duke University aos 19 anos, seguiu estudando na Columbia University. O 11º romance de Anne, Breathing Lessons, recebeu o prestigiado Pulitzer em 1988. Anne faz parte da Academia Americana de Artes e Letras. Atualmente, reside em Baltimore, Maryland.

O começo do adeus trata da morte de Dorothy, esposa do jornalista e editor Aaron, homem de meia-idade que, desolado, melhora gradualmente da perda com as aparições frequentes da falecida em casa, na estrada e no mercado. Só ele a vê.

Aaron é editor de livros que se destinam a ser guias para iniciantes nos caminhos da vida. Desde a infância, ele tem deficiências no braço e na perna direta, e passou todo o tempo tentando livrar-se de sua irmã, que sempre adorou mandar nele, e da mãe dominadora.

Aaron sentiu-se livre quando conheceu Dorothy, médica de personalidade forte, pouco vaidosa e que tinha por hábito usar calças retas e sapatos baixos, com aspecto de ortopédicos. Ela tinha quase dez anos a mais que Aaron. A mãe e a irmã de Aaron, desde o início, desaprovaram o relacionamento que, mesmo assim, prosseguiu. Num dia, depois de uma discussão boba de casal - sobre biscoitos -, cada um ficou num cômodo da casa.

Dorothy ficou no solário. Uma árvore que já estava condenada há algum tempo e que deveria ter sido cortada caiu sobre a casa, vitimando Dorothy. Por causa de suas limitações físicas, Aaron não conseguiu salvar Dorothy, e os bombeiros não permitiram que ele entrasse na casa para resgatá-la.

Nem no hospital conseguiu despedir-se da esposa. Mesmo sendo editor de livros de autoajuda e acostumado a dar conselhos aos outros, Aaron não sabia como lidar com a perda, a mesmice da depressão e o luto pela perda da companheira. Não queria ser paparicado ou poupado.

Tentando fingir que nada havia acontecido, acabou não vivenciando a dor. Não sabia como agir, como sentir, até que um dia, em um encontro inusitado na rua, sentiu a presença de Dorothy, com suas calças retas, seus sapatos, seus olhos grandes e seus cabelos negros. A partir de então, o viúvo ficou dependente da presença da falecida para seguir adiante. Mas como prosseguir apoiado em uma ilusão? Passou a perguntar-se.  Apesar do tema, o texto de Anne é bem-humorado e repleto de ironias sobre as surpresas da vida.

O romance mostra que cada um de nós encontra sua própria saída para superar a dor, as fraquezas e tocar o barco em frente.


31 de agosto de 2012 | N° 17178
ARTIGOS - MARIA TEREZA LUNARDINI CARDOSO*

Qualidade da educação

Não há dúvida de que o Brasil potencializou-se através do esporte. No futebol, conquistou várias copas mundiais. No automobilismo, subiu ao pódio com o imortal Ayrton Senna. Nas olimpíadas, muitos atletas brasileiros vêm se consagrando vencedores e ostentando medalhas no peito. No vôlei, na natação e em outras modalidades esportivas, o país já venceu os “invencíveis”. Na economia, o Brasil passou de devedor a credor do FMI. O mercado internacional abriu as portas para os produtos brasileiros.

Na educação, o Brasil deu a largada; já venceu a barreira da quantidade – mais de 95% das crianças já estão nas salas de aula. Muitos governantes estão conscientes de que investir em educação infantil é garantir um futuro promissor para muitos pequenos brasileiros; já entenderam que “as flores do futuro estão nas sementes de hoje”.

No entanto, o Brasil não conseguiu erguer a bandeira da vitória: os resultados da educação brasileira não são alentadores. Os índices de evasão, de repetência e a qualidade do ensino são incompatíveis com os avanços que o país vem conseguindo nesses últimos anos. Na última edição trienal na prova do programa de Avaliação Internacional de Estudantes (Pisa), referente a 2009, o Brasil ficou no 54º lugar num ranking de 65 países.

Segundo o Inaf (Indicador do Analfabetismo Funcional), os índices de analfabetismo apresentaram declínio nos últimos anos. No entanto, os níveis da avaliação externa sobre as habilidades de leitura e escrita e matemática dos brasileiros entre 15 e 64 anos ainda são preocupantes. Avaliar a situação dessa população-alvo quanto à capacidade de acessar e processar as informações escritas como ferramentas para enfrentar as demandas cotidianas indica que não basta codificar e decodificar palavras ou expressões.

Ler e entender diferentes gêneros de textos que circulam socialmente, escrever com clareza e com domínio das noções básicas da língua escrita são hoje condições imprescindíveis para a inserção plena na sociedade letrada. São também requisitos básicos para a promoção pessoal e para conquista de um espaço no mercado de trabalho.

Indiscutivelmente, a educação é o alicerce para o progresso do país; é, portanto, o grande passaporte para o sucesso individual e para a construção do desenvolvimento coletivo de uma nação. É preciso dar a grande largada para o Brasil concorrer em nível de igualdade com as outras nações do mundo e dar a tão sonhada volta olímpica, ostentando a bandeira da vitória na educação.

*PROFESSORA, MESTRE EM EDUCAÇÃO


31 de agosto de 2012 | N° 17178
PAULO SANT’ANA

A ética

Há muito tempo, na Rua Voluntários da Pátria, aqui em POA, havia um próspero comerciante que tinha um filho de 10 anos de idade.

O filho foi visitar o pai na loja e, num momento de folga, perguntou: “Pai, o que é ética?”.

O pai ficou pensativo como todos os pais ficam quando os filhos lhes fazem perguntas.

Mas em seguida respondeu: “Meu filho, vou te explicar o que é ética. Por exemplo, um cliente entra aqui na minha loja e faz uma compra no valor de R$ 200. Na hora de me pagar, ele se engana e me dá R$ 400, retirando-se. Deu-me, portanto, R$ 200 a mais. Eu embolso o dinheiro e fico num dilema que se chama ética: comunico ou não ao meu sócio aqui na loja que recebi R$ 200 a mais? Essa dúvida é a ética, meu filho”.

Fiz recentemente na televisão uma previsão sobre quanto duraria como técnico do Internacional o Paulo Roberto Falcão. Afirmei que Falcão só duraria 90 dias no Internacional, o que foi um risco, afinal ele é ídolo do clube e declarou quando assumiu que pretendia ser o treinador mais duradouro da história do Inter.

Falcão foi demitido do Internacional três dias antes do prazo de 90 dias que lhe dei. Durou 87 dias.

Então eu fui pro Jornal do Almoço no dia em que Falcão foi demitido e fiz no ar um requerimento ao então presidente da RBS, Nelson Sirotsky: pedi a ele minha demissão como comentarista.

E justifiquei meu pedido de demissão: eu errara por três dias o prazo de duração de Falcão como treinador do Inter.

E pedia demissão ao Nelson porque comentarista não pode errar nunca, nem que seja por apenas três dias.

Pois bem, agora o treinador do Internacional é Fernandão. E eu não escrevi quanto tempo ele iria durar no clube por uma razão, embora eu soubesse o tempo curto que Fernandão vai durar no Inter, não precisei a data de sua demissão porque iriam os leitores dizer que eu ando agourando todos os treinadores colorados que são ídolos no clube. Então me fechei.

Só que agora surgiram rumores e presságios sobre a demissão de Fernandão, o time está fazendo péssima campanha no Brasileirão e também está nove pontos atrás do Grêmio na tabela.

Fernandão declarou anteontem que sabe que ser demitido, ou não, é coisa do futebol. Ele sabe que o Falcão, que é ídolo no clube, e o Gabiru, o jogador que marcou o célebre gol da vitória do Internacional sobre o Barcelona no título mundial colorado, foram demitidos do Internacional sem cerimônia.

Por que estou escrevendo isso? Por um só motivo. É que me enche de curiosidade o seguinte: caso Fernandão seja demitido, ele sairá por inteiro do Internacional ou retornará à sua função de diretor de futebol?


31 de agosto de 2012 | N° 17178
DAVID COIMBRA

Roubaram a cidade

O shopping existe para substituir a cidade perdida. Houve um tempo em que as cidades eram das pessoas. Dos cidadãos. Agora, as cidades foram roubadas. Então, os shoppings se ergueram do chão.

Os shoppings são algo além do que “templos de consumo”, como chamam. Os shoppings são símbolos. Quanto mais shopping, menos cidade.

Não é por acaso que Porto Alegre é florescente em shoppings. Porto Alegre foi roubada dos porto-alegrenses. Esse é o maior crime dos bandidos que espreitam os motoristas debaixo de semáforos ou sob as sombras das árvores, nas portas dos edifícios, nas esquinas sombrias.

Eles tiraram a cidade das pessoas. Os porto-alegrenses sentem medo de caminhar nas ruas, e uma cidade só existe, de fato, se as pessoas podem caminhar por suas ruas. Quando as pessoas caminham, exercem sua humanidade, porque elas se veem e se encontram e trocam experiências.

Verdade que algumas cidades foram concebidas para o automóvel, não para as pessoas. Como Brasília. Brasília é um monumento à burrice urbanística. Ou não. Ou a coisa foi premeditada. Construíram Brasília de forma ardilosa, para que os homens do poder ficassem a salvo dos humores da população.

Na antiga capital, o Rio, há muito povo por toda parte. Em Brasília, não. Brasília é asséptica, apartada do homem comum. O povo é considerado tão inoportuno em Brasília que mal consegue se deslocar de um lado para outro, devido ao péssimo serviço de transporte público.

Vi algo parecido em Joanesburgo, um portento de cidade, com 5 milhões de habitantes e cem quilômetros de extensão entre uma ponta e outra. Mas é uma cidade praticamente sem transporte público. Os ônibus são raros, os táxis são inconfiáveis. Por que Joanesburgo é assim? Porque QUIS ser assim. No tempo do apartheid, ninguém se importava com quem não tinha carro. Os negros pobres que se virassem. Joanesburgo ainda sofre com os resíduos do apartheid.

Brasília também. Só que, em Brasília, não é o branco que se aparta do negro; é o poderoso que se faz inalcançável. E, em Porto Alegre, o apartheid se dá às avessas. O contribuinte que vive “dentro” da lei perdeu a cidade para o fora da lei. Fugiu da rua. Não toma mais mate nas calçadas, como faziam os meus avós.

Não interage com o vizinho. Não atravessa a rua para ir à venda. Não. Trancou-se atrás das grades da própria casa, feito um detento voluntário, e, quando sai, desliza pelas ruas em seu carro com película e tranca automática, olha desconfiado para os lados e se homizia... nos shoppings. O porto-alegrense foi banido para os shoppings, onde as pessoas podem caminhar e se ver e se encontrar. Como deveria acontecer em toda cidade.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012



Na arte, a inspiração tem um toque de magia,
porque é absoluta, inexplicável. Não creio que
venha de fora pra dentro...
Suponho que emerge do mais profundo eu da pessoa,
do consciente individual, coletivo e cósmico."

_Clarice Lispector_

By Keyla



.



.
Felizes os que sofrem por amigos...




Temos amontoado coisas
e seguranças por não nos
termos um ao outro.
Não temos nenhuma alegria
que já não tenha sido catalogada."

_Clarice Lispector_

By Keyla


ELIANE CANTANHÊDE

Constrangimento nacional

BRASÍLIA - A despedida do ministro Cezar Peluso foi não apenas um bom e digno momento do julgamento do mensalão, mas também do próprio Supremo Tribunal Federal.

Peluso, com seus 45 anos de carreira no Judiciário, poupou-se de críticas inevitáveis se votasse em todo o processo antes da manifestação do relator e do revisor, que seria como usurpar a função de ambos. Votou só no primeiro capítulo.

Evitou falar em "juridiquês", livrou réus, advogados e telespectadores de arroubos de vaidade e produziu um voto claro, muito bem argumentado, que merece aplausos.

Confirmou, assim, a condenação de todos os réus do primeiro capítulo, exceto os já absolvidos pela Procuradoria-Geral da República. Estão já condenados, além do óbvio Marcos Valério e de seus sócios, o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique

Pizzolato e o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT).

O ministro condenou João Paulo a seis anos em regime semiaberto e a perda de mandato, já que ele cometeu os crimes na condição de deputado federal. Sem contar que as punições já começaram, pois ele não tem a menor condição de manter sua candidatura a prefeito de Osasco (SP).

Os demais réus, evidentemente, estão de barbas de molho, pois o julgamento embicou para uma condenação generalizada. Até aqui, o revisor Ricardo Lewandowski e o ministro Dias Toffoli estão isolados.

Isso, porém, deve ser visto com frieza e serenidade. Não há motivo para comemoração e fogos de artifício quando um dos principais partidos do país -e mais, o partido que mobilizou a nação com o discurso da ética- chega ao banco dos réus e às portas da prisão.

Disse Peluso: "Nenhum juiz verdadeiramente digno de sua vocação condena ninguém por ódio. Nada me constrange mais do que condenar um réu em matéria penal". Estamos todos constrangidos. E tristes.

elianec@uol.com.br

KENNETH MAXWELL

Harry nu

O príncipe Harry de Gales, terceiro na linha de sucessão do trono britânico, vinha fazendo muito, recentemente, para mudar sua imagem, de príncipe playboy para a de um membro disciplinado da companhia real.

Em março passado, ele representou a rainha Elizabeth 2ª, no ano do jubileu de diamante de sua coroação, em uma visita à Jamaica, e, em seguida, fez uma visita bem-sucedida visita ao Brasil.

Depois de participar da cerimônia de encerramento da Olimpíada de Londres, ele viajou, inexplicavelmente, a Las Vegas, nos Estados Unidos, como convidado de um magnata dos cassinos.

Lá, pulou na piscina e depois voltou à sua suíte no hotel acompanhado por uma horda de beldades avantajadas com quem Harry tinha conversado no bar do hotel. Tirou toda a roupa.

Ninguém teria percebido nada disso se um dos convidados não tivesse usado o celular para fotografar o príncipe se divertindo com uma jovem loira de seios fartos e tivesse vendido a imagem a um site de Hollywood cuja especialidade são as fofocas sobre as mais diversas celebridades.

As imagens de Harry nu agarrado a uma jovem atraente logo ganharam divulgação viral. A Casa Real não gostou nem um pouco.

A imprensa britânica optou por não publicar as imagens, que todo mundo havia visto e que qualquer britânico poderia acessar pelo Facebook. A imprensa do Reino Unido guardou o mesmo silêncio quanto ao relacionamento do tio-bisavô de Harry, o rei Eduardo 8º, com a sra. Wallis Simpson. Mas isso foi em 1936.

Por isso, Rupert Murdoch, renomado republicano, instruiu seu tabloide mais vendido, "The Sun", a publicar a foto de Harry segurando o que o texto descrevia como suas "joias da coroa", bem como uma foto do traseiro nu do príncipe. Murdoch, incomodado com as dificuldades que vem enfrentando devido ao comportamento de seus tabloides britânicos, decidiu posar como defensor da "liberdade de imprensa".

O capitão Harry Wales foi reconvocado às Forças Armadas, e será, ao que se diz, enviado ao Afeganistão -onde ele sempre quis estar, e esteve no passado, até que sua presença no teatro de guerra foi revelada por um site australiano.

Mas o Facebook deu o seu troco: soldados britânicos começaram a postar fotos deles mesmos nus. O príncipe Harry, afinal, só tem 28 anos, é solteiro e, na interpretação da maioria das pessoas, estava apenas se divertindo.

Decidir se partir para a farra em Las Vegas foi uma boa ideia, em plena era da mídia social, é um assunto diferente. Mas os membros da Casa de Windsor nunca foram conhecidos pelo brilhantismo. Ao menos intelectual.

KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras nesta coluna.

PASQUALE CIPRO NETO

"Servidor que manter greve..."

Deveria ocorrer o mesmo processo na flexão de outros tempos verbais, sobretudo os do modo subjuntivo

A BRUXA estava de plantão na edição da Folha do último dia 25, mais precisamente nestes dois títulos: "Servidor que manter greve ficará sem reajuste..."; "... ex-PM afirma que, quanto menos se expor, melhor".

No mesmo dia, muitos leitores me escreveram. Alguns deles perguntaram se há ou haveria alguma possibilidade de ser adequado o emprego das formas "manter" e "expor".

Vamos lá, pois. Recorro a uma velha questão do vestibular da Unicamp. Pedia-se aos candidatos que indicassem a forma inadequada de um fragmento jornalístico, em que se lia algo como "...se o governo suspender (...), retirar do Congresso (...) e repor as perdas salariais". Pedia-se também que os candidatos reescrevessem o trecho, substituindo a forma inadequada pela cabível. Por fim, o item mais importante da questão: a banca queria que os candidatos explicassem o motivo do "desvio".

O caso abordado pela banca da Unicamp tem relação com os que se veem nos títulos do último dia 25. Vamos por etapas. Nos títulos citados, os verbos "manter" e "expor" foram "conjugados" no futuro do subjuntivo. Para quem não se lembra do que é "futuro do subjuntivo", lá vão alguns exemplos concretos: "Se/Quando você for lá..."; "Se/Quando você puder..."; "Se/Quando você estiver..."; "Se/Quando você trouxer...". Lembrou? Pois bem. Esse tempo é derivado do pretérito perfeito do indicativo. Calma! Já explico -com exemplos concretos: "Ontem eles fizeram os trabalhos"; "Naquele ano eles vieram aqui"; "Eles puseram a carta no correio ontem"; "O Brasil ganhou a Copa de 1958". Lembrou?

Pois bem. Como já afirmei, o futuro do subjuntivo deriva do pretérito perfeito do indicativo. Direto ao ponto: apanha-se a terceira do plural do pretérito perfeito e eliminam-se as duas últimas letras, que são sempre "am", e chega-se à primeira do singular do futuro do subjuntivo. Façamos a conta: vieram - am = vier (Se/Quando eu vier); disseram - am = disser (Se/Quando eu disser); expuseram - am = expuser (Se/Quando eu expuser); mantiveram - am = mantiver (Se/Quando eu mantiver).

Bem, com a primeira do singular na mão, é só continuar: se/quando eu expuser, se/quando tu expuseres, se/quando ele expuser...; se/quando eu mantiver, se/quando tu mantiveres, se/quando ele mantiver.

Voltemos aos títulos para que troquemos a forma "inadequada" pela "adequada": "Servidor que mantiver greve..."; "...afirma que, quanto menos se expuser, melhor". No caso da questão da Unicamp, a forma inadequada é "repor", que deveria ser trocada por "repuser".

E qual será a razão do desvio? É simples: muitas vezes, o falante "regulariza", ou seja, torna regulares formas que não são regulares. É por esse processo que crianças dizem "eu sabo", "eu consego", "eu fazi", "se eu pôr", "se eu ir lá" etc. Quando se diz ou se escreve algo como "Servidor que manter greve" ou "Quanto menos se expor", seguem-se os mesmos caminhos que seguem as crianças que dizem "eu sabo", "eu fazi" ou "se eu ir lá".

Bem, um belo dia, as crianças aprendem que no lugar de "eu sabo" se diz "eu sei" etc. E normalmente aprendem isso pelo uso, ou seja, aprendem antes de ir à escola, onde lhes será dito que há verbos regulares e verbos irregulares. Depois de uma certa idade e do contato com as modalidades cultas da língua, deveria ocorrer o mesmo processo na flexão de outros tempos verbais, sobretudo os do modo subjuntivo, e particularmente com verbos enjoados, como "ver", "vir", "ter", "pôr" e respectivas famílias. É isso.

inculta@uol.com.br

CONTARDO CALLIGARIS

O menino acorrentado

Os pais podem chegar a acreditar que o fundamento da autoridade seja a força: obedece ou te acorrento

A NOTÍCIA apareceu na internet na quinta passada, dia 23: no Paraná, um menino de nove anos foi encontrado acorrentado, sozinho em casa, sem água e sem comida ao seu alcance. A mãe e o padrasto foram trabalhar e o deixaram assim. Na primeira reportagem, as explicações do comportamento dos pais estavam no condicional: segundo eles, "seria" a primeira vez, e o menino "estaria" envolvido com drogas. Ou seja, opróbrio nos pais cruéis.

Mais tarde, o site da CGN publicou uma entrevista com o padrasto. Pergunta: "Você sabe que agora, por mais que você tenha tido uma boa intenção, vocês vão responder judicialmente pela atitude que vocês tiveram?". O padrasto: "Com certeza. Só que acontece que eu não vou criar um moleque ladrão, maconheiro e bandido dentro da minha casa, para, amanhã ou depois, vocês jogarem na minha cara que eu não fui pai e não pude educar".

Depois de o padrasto expor um rosário de roubos cometidos pela criança, nova pergunta: "Não era o caso de procurarem a Polícia Militar e falarem: 'Está assim! Não estamos conseguindo (...)', em vez de acorrentar essa criança em casa?". E o padrasto: "A minha esposa já ligou (para a PM), acho que umas três ou quatro vezes. Mas ele sai de casa, ele some".

No dia seguinte, a TV Tarobá ouviu a mãe e o menino. Para a mãe, "se tentar segurar (o menino), é pau, pedra, tijolo, faca, o que tiver na frente ele taca. Não tem quem segure". O menino acrescentou detalhes, como a vez em que cortou o braço da irmã com gilete. A mãe: "Às vezes, é melhor acorrentar ali, do que ver mais tarde ele virar um bandido, um ladrão, um drogado. E você olhar na minha cara e falar que eu não criei meu filho, que eu não prestei para ser mãe". Detalhe: fora a corrente no pé, o menino não apresentava nenhum sinal de maus-tratos.

Foi assim que, em um dia, passamos da indignação pela violência dos pais à perplexidade (humilde) diante da tarefa impossível de educar.

Os pais têm razão: se o menino se tornasse ladrão e bandido, há sabichões que os acusariam. Os mesmos sabichões diriam, aliás, que, se os pais tiveram que acorrentar o menino, é porque eles fizeram algo muito errado -algo que comprometeu sua própria autoridade.

Adoraríamos que os sabichões tivessem razão. Saberíamos com certeza que o fracasso da autoridade depende da falta de amor e de cuidados: "Você não cuidou bem de seu filho? Pior para você: ele não te respeitará. Bem feito". Ou, então, o contrário (tanto faz, o que importa é fazer de conta que a gente saiba o que não dá certo): "Você sempre o mimou. Por preguiça ou pela vontade de vê-lo rindo como você nunca riu, você foi permissivo, e por isso ele nunca te respeitará".

Infelizmente, ninguém sabe o que faz que uma educação dê certo. E pais e filhos, perdidos (os primeiros no desespero e os segundos no desafio), acabam acreditando, um dia, como no caso do menino do Paraná, que o fundamento da autoridade e da rebeldia seja a força -eu te acorrento, e você vem com gilete.

Uma pesquisa famosa de Daniel Kahneman, em 2004 (http://migre.me/asSPV, para assinantes), constatou que criar filhos não é uma fonte de bem-estar. No melhor dos casos, criar filhos deixa uma lembrança boa (idealizada), mas é uma experiência dura e, às vezes, ruim. Na mesma linha, para Daniel Gilbert ("O Que nos Faz Felizes", Campus), os filhos e o dinheiro são as coisas das quais pensamos erroneamente que nos fariam felizes.

Uma recente pesquisa feita por M. Myrskylä (http://migre.me/as4jY) foi recebida com alívio porque mostra apenas isto: 1) depois da dureza e das crises dos primeiros meses do filho, os casais não desmoronam definitivamente na infelicidade, mas, aos poucos, eles voltam ao nível de bem-estar de quatro ou cinco anos antes de engravidar; 2) depois dos 40, os casais com filhos adultos estão um pouco melhor do que os que não tiveram filhos.

Seja como for, a criação dos filhos é uma experiência menos satisfatória do que todos queremos acreditar que seja.

O que foi? Será que, de repente, na modernidade, perdemos a mão, e ninguém sabe mais ser pai direito? Por que, na hora de educar, nossos avós pareciam se sair melhor do que a gente -com menos questionamentos e menos dramas?

É uma questão de expectativas: eles não esperavam nem um pouco que criar filhos lhes trouxesse a felicidade. E é uma questão de lugar: para eles, as crianças não eram o centro da vida dos adultos.

ccalligari@uol.com.br


Aproveite o dia...Ótima quinta-feira pra você...


Bom Dia!!


Se for para esquentar, que seja o Sol;
Se for para enganar, que seja a morte;
Se for para chorar, que seja de alegria;
Se for para roubar, que roube um beijo;
Se for para perder, que seja o medo;
Se existir guerra, que seja de travesseiros;
Se existir fome, que seja de amor;
Se for para ser feliz, que seja o tempo todo!
(Poeta Bandido)

QUE SUA QUINTA-FEIRA SEJA PRODUTIVA!!
Beijinhus!!



Tristezas podem ficar caladas.
É só não puxar por elas.
Enquanto dormem,
abastecemos a barca de sonhos,
aquietamos o rio das indagações.
Quando a tristeza acordar pálida 
do pó de seus porões,
é nossa vez de descansar.
O ponteiro do desencontro torna possível 
navegar.

Flora Figueiredo 
in "Chão de vento"

smileys falando
A amizade sempre será uma fonte de renovação...


30 de agosto de 2012 | N° 17177
L. F. VERISSIMO

21 anos

Anders Behring Breivik vai ficar um mínimo de 21 anos preso por ter matado aquelas 77 pessoas na Noruega, no ano passado. Um tribunal o considerou mentalmente são. Depois de ouvir a sentença, Breivik, que matou por uma causa – supremacia racial, anti-islamismo, anti-imigrantes, – pediu desculpas aos que pensam como ele por ter matado tão poucos.

No fim de 21 anos, a Justiça norueguesa decidirá se Breivik pode ser solto, presumivelmente regenerado, ou se aproveitaria a liberdade para terminar o serviço e portanto deve continuar preso.

Na prisão, ele não deve se tornar menos radical do que é, talvez fique mais. Ou talvez se arrependa do que fez e saia depois de 21 anos como um cidadão exemplar. Ou talvez, com o tempo, se transforme num mártir da causa, que tem cada vez mais adeptos numa Europa conflitada.

O tribunal deve ter pensado nisso, ao pesar todas as consequências da sua decisão. Recusando-se a considerá-lo louco, reconheceu que muita gente pensa como ele. Não fez como os que atribuem o fascismo a uma patologia passageira na história europeia, o que é quase uma forma de absolvição.

Como deveria ser o castigo de Breivik? Qual é a forma matemática de repartir 21 anos por 77 mortos? Como se contabiliza a culpa por uma chacina para que pareça justiça? A justiça bíblica tinha a vantagem da simetria: um olho por um olho, um dente por um dente, uma quantidade de chibatadas proporcional ao tamanho do pecado. Ou, sempre que possível, uma retribuição que imitasse a ofensa, uma morte por uma morte.

A pena de morte, que não existe mais na Noruega e na maioria dos países civilizados, é um castigo irracional, ou só explicado como uma recaída na simetria primitiva. Para ensinar alguém a não cometer o crime mais hediondo, o de tirar uma vida, o Estado repete nele o crime hediondo.

Mas se nenhuma forma de retribuição parece adequada aos crimes de Breivik, ficamos nós apenas com nossa perplexidade diante do comportamento humano, do ódio e da constatação de que não é preciso ser louco para lamentar que 77 mortos foi pouco.


30 de agosto de 2012 | N° 17177
PRIMEIRAS BRAÇADAS

Caixeiros Viajantes descobre talentos

Projeto de natação escolar, que tem valor reduzido para alunos da rede pública, está com inscrições abertas para setembro

Há 10 anos, um projeto de natação para crianças, com benefícios para alunos da rede pública, tem sido um garimpo de novos talentos do esporte na região. O Projeto Natação Escolar do Clube Caixeiros Viajantes, criado em 2002 pelo professor Wilson Mattos, já ensinou noções de natação para mais de mil crianças, e algumas viraram destaques nacionais no esporte.

Em busca de inclusão social, renovação das categorias de base do clube e revelação de novos talentos, o Caixeiros Viajantes iniciou o projeto com 240 crianças entre oito e 12 anos, todas de escolas públicas. Os custos de transporte, alimentação e equipamentos eram patrocinados – a criança só precisava manter a frequência nos treinos e tirar boas notas na escola.

– Em um período de três meses, é possível ter um primeiro contato com a piscina e adquirir noções dos estilos de natação. Ao final, selecionamos quem tem potencial para participar de uma pré-equipe – explica.

Dois anos depois, o projeto ganhou o prêmio de “Melhor caso de sucesso entre clubes do Brasil” no Congresso Brasileiro de Clubes. Também projetou atletas como Jéssica Hernandez e Gustavo Godoy, com destaque no cenário do sul do Brasil. Nas palavras do professor:

– O talento é um diamante que temos de polir com cuidado. Muitos talentos apareceram por aqui, mais do que imaginávamos – fala, com orgulho.

De lá para cá, algumas coisas mudaram. Depois de alguns anos de recesso, o projeto voltou à ativa em 2010. Com menos vagas e com exigência de mensalidade, foi aberto para o público em geral. As crianças de escolas públicas, no entanto, ainda têm o benefício de pagar uma mensalidade reduzida. Na última edição, em 2011, 35 alunos participaram do Natação Escolar. Uma nova turma iniciará na primeira quinzena de setembro.

– Em média, o aproveitamento para a pré-equipe é de 10%. Mas o mais importante é dar oportunidade a essas crianças de conhecer o esporte e descobrir suas potencialidades – ressalta.


30 de agosto de 2012 | N° 17177
PAULO SANT’ANA

Respeito aos comensais

Eu tenho ideia de abrir um restaurante em Porto Alegre com o nome de Comida Caseira.

Como o nome diz, só me especializarei em comidas feitas pela mãe ou avó da gente: tudo que for tipo de comida com abóbora, inclusive quibebe, guisadinhos com farofa e ovos fritos por cima do arroz, aipim, polenta frita ou mole, feijão mexido, muitas variedades de chuchu, mormente à doré, lentilha, ovos-moles, fritadas de todos os tipos, vários tipos de batatas fritas, da palha até a de grandes pedaços, ou seja, comida pra ninguém botar defeito, porque comeu na infância.

Faz falta um restaurante desse tipo em Porto Alegre, não adianta mandarem me dizer que ali ou acolá tem esse tipo de restaurante. Não tem.

Ou tem restaurante na Capital que faz mogango com leite? Ou tem restaurante aqui que serve canjica com leite? Não tem.

Falta restaurante que colecione pratos que eram servidos por nossas mães quando éramos crianças. Eu já disse e repito que as melhores comidas para todos nós são exatamente aquelas que nos acostumamos a comer quando fomos crianças.

Faltam restaurantes em Porto Alegre que sirvam todos os tipos de merengues imagináveis, todos os tipos de ovos-moles possíveis, todos os tipos excelentes de arroz de leite. Faltam.

Têm que fazer arroz de carreteiro molhadinho, arroz com galinha molhadinho, outro restaurante que faz falta em Porto Alegre é um que faça todo tipo de risoto de carne de bípedes e quadrúpedes. E todo tipo de risoto de vegetais, desde as algas, passando por champignons, até todas as verduras e frutas que podem ser salgadas.

Por exemplo, não existe nada mais delicioso do que couve-flor empanada, enrolada no ovo. E em raríssimos restaurantes se come isso, como também não há em qualquer lugar o pimentão e a cebola, cozidos, servidos sozinhos ou em meio a espaguete ou talharim.

Dessa forma também, depois que o Giovani da Rua Miguel Tostes morreu, não apareceu ninguém mais fazendo a lasanha com molho de tomate ou molho branco que ele fazia.

E não apareceu nenhum restaurante em Porto Alegre, com certeza nenhum, que sirva os camarões boiando em molho de tomate com bastante alho.

Nenhum faz isso aqui. A culinária de Porto Alegre, desculpem que eu fale mal por um instante de nossa cidade, não é das melhores. E era para ser. Porque o nosso mercado de legumes, frutas, frios, carnes etc. é muito rico.

Os donos de restaurante vão ter de novamente pôr mãos à obra e inovar. Há muita falta de imaginação no comércio culinário da cidade.

Nós chegamos ao ponto, aqui no Sul, como eu já disse aqui tantas vezes, que em Caxias do Sul, a pátria fundadora e criadora do galeto, o que servem lá na maioria das galeterias é frango grande, cobra criada, enquanto o verdadeiro galeto é o do tamanho de passarinho.

Respeitem pelo menos a nós, os raros conhecedores de comida, não como cozinheiros, mas como notáveis consumidores.

Respeito!


30 de agosto de 2012 | N° 17177
LETICIA WIERZCHOWSKI

Salvemos a faixa de segurança

(Ela é uma instituição útil à sociedade. Ela serve às pessoas. As pessoas são, a priori, pedestres. Nascemos com duas pernas que devem nos levar pelo mundo.

Mas, no mundo, existem ruas e avenidas. Cada vez mais ruas e avenidas. Que precisam ser atravessadas.)

A faixa de pedestres

que me destes

é um perigo,

até o melhor amigo

atrás de um volante

vira um perigo ambulante.

Até a velhinha da esquina

atrás de um volante

avança e buzina,

e passa por cima.

Depois chega em casa

e toma chá, de penhoar,

com o dedinho empinado

fazendo biquinho,

tão chique.

Faixa de segurança, que nada,

aquela coisa pintada

no meio da avenida que avança

é faixa de insegurança.

Um povo bem-educado

não anda por aí nesta folgança

atropelando idoso e criança

na faixa de segurança.

Que triste herança o papai deixa

pro filhinho no banco de trás

quando para sobre a faixa

e não respeita os demais.

Carro é bom, ninguém nega

mas educação é melhor.

Povo que não respeita o pedestre

não pode ser povo que preste.