06 de novembro de 2014 |
N° 17975
ARTIGOS
A ELITE ESTATAL E SEUS REFÉNS
O protagonismo das pessoas é
substituído pelo protagonismo do aparato estatal. Embalada no glamour da luta
de classes, essa elite se apresenta como monopolista da justiça. Como se o
dinheiro dos impostos, que subsidiam absolutamente todos os beneplácitos
estatais, não viesse da própria sociedade. Como se o Estado, ele mesmo, gerasse
riqueza e desenvolvimento.
A história é repleta de exemplos
de elite estatal, à direita e à esquerda – na América Latina, recentemente,
esse último exemplo é mais vasto. Mistura supremacia coronelista com populismo
assistencialista. Discursa para um lado e, com os seus, age para o outro.
Enriquece nas barbas do poder. E legitima tudo em nome de um fim supostamente
elevado.
É uma elite que verbaliza amor
aos pobres, desde que estejam a seu serviço. Que prega integração dos negros,
desde que julguem conforme seus interesses, sem trair a “causa”. Que quer
conciliação, desde que ganhe as eleições. Que defende liberdade de imprensa,
desde que os critérios disso sejam definidos por seus conselhos.
A elite estatal quer fazer crer
que ela é o próprio bem. Quer substituir-se à ética universal. Quer que você se
sinta em débito, creditando-a como um instrumento de solidariedade. Quer
posicionar-se como indispensável até mesmo no ambiente privado. Se deixar, quer
até mesmo dizer como você deve educar seus filhos. Quer que você devolva algo
que simplesmente é seu, por direito natural e constitucional.
Não deixe que ninguém roube seus
méritos e seu protagonismo. Nenhum partido é dono do seu destino. Nenhum. Quem
faz acontecer são as pessoas, não o governo. Libertar-se dessa culpa social é
um passo importante para evoluir. É o antídoto para evitar uma nação
politicamente amorfa e culturalmente refém.
Jornalista - CLEBER
BENVEGNÚ