Menina que se veste como menino
bomba nas redes sociais
10/08/2013
13h00 - Atualizado em 11/08/2013 01h48
Tereza
Brant (Foto: ÉPOCA)
Tereza
Brant já acumula 30 mil seguidores no Facebook (Foto: ÉPOCA)
Como
um Sansão às avessas, Tereza Brant, uma menina de classe média (ex-alta) de
Belo Horizonte só conseguiu encontrar a 'força' depois de cortar o cabelo. Então
virou... Tereza Brant, uma menina com voz, corpo e rosto de menino que adora
ser Tereza. O menino encantador, sexy e de sorriso solto é o novo sucesso entre
adolescentes nas redes sociais.
Cada
foto publicada no Instagram gera mais de mil curtidas, muitos compartilhamentos
e comentários de todos os tipos, como "Mesmo sendo uma mulher
heterossexual, você é o macho que eu quero", "Por você eu viraria lésbica",
"Nossa, você é lindo" -, e, no Facebook acumula mais de 30 mil
seguidores.
Está
confuso (a)? “Não vim ao mundo para explicar, mas para confundir. Não gosto de
nada fácil”, afirma a moça, discorrendo com tremenda tranquilidade sobre suas
escolhas. Mas a maioria das pessoas passa horas discutindo sobre o assunto
quando se depara com uma foto de Tereza, no RG Tereza Christina Silva Borges,
tentando encontrar uma explicação, que para ela não existe. “Sinto-me bem assim
e não vou deixar de ser eu mesma”. O fascínio e a curiosidade das pessoas só fazem
crescer e, com isso, sua popularidade.
"É uma loucura, estou sem saber o que
fazer com isso tudo. As pessoas me param nas ruas", diz Tereza. Ela começou
a fazer tratamento com hormônios masculinos para dar uma ‘bombada’ há nove
meses, quando viu que os amigos cresciam e ela continuava franzina. Tereza não
quer mudar de nome nem se tornar homem, só na imagem, cujo único critério para
a transformação foi o espelho. "Costumava namorar meninos, mas faltava
alguma coisa.
Quando
cortei o cabelo e meu vi no espelho, adorei, mas parecia que tinha parado no
tempo e queria também ver mudanças, externar o que eu sentia de dentro para
fora. Foi aí que comecei o tratamento. Me dou muito bem sendo menino e expondo
isso. Já mudei bastante, os músculos cresceram, a voz engrossou, só estou
odiando os pelos crescendo por toda a parte. É uma coisa horrorosa”, diz ela. Pretende
fazer alguma cirurgia? “Só nos seios, que depois que comecei o tratamento
viraram uma muxiba da vovó, mas ainda não sei quando. Quando a pessoa me vê sem
camisa, ela fica literalmente confusa e quando descobre que sou mulher, só piora”,
afirma.
E
seus pais? "Sou filha única e minha mãe sempre teve um relacionamento
aberto comigo. Sempre disse: 'te amo do jeito que você é'. Meu pai sempre me
deu todo respaldo possível. Tudo é mais simples do que parece", diz ela,
que não foge de nenhuma pergunta, como por exemplo, se prefere meninos ou
meninas. "Até os 16 ficava com meninos, mas depois que cortei o cabelo
passei a ficar com meninas. O que importa é o ser humano. Se dá para aprender
com os dois, porque escolher um só?", diz ela, que recebe cantada de todos
os lados, gays, héteros, bissexuais e principalmente meninas muuuuito novas, de
13 a 17 anos.
Tereza
Brant (Foto: ÉPOCA)
"Se
dá para aprender com os dois, porque escolher um só?", diz Tereza, que
recebe cantada de gays, héteros, bissexuais e principalmente meninas mais
novas (Foto: ÉPOCA)
Tereza
não consegue listar um único inconveniente em seu cotidiano – atualmente ela
divulga festas de música eletrônica (não gays) na capital mineira e teve que
parar de estudar por problemas financeiros, mas pretende cursar faculdade de
medicina -, e não tem um caso de rejeição para contar, nem quando as meninas – que
ainda não a conhecem – acreditam que ela seja um gato na noitada. “Nunca passei
por homem se não fosse por brincadeira.
Quando
me apresento falo meu nome normal, mas já aconteceu de eu brincar com a minha ‘dupla
personalidade’ e a menina ficar bem chateada”, diz. “Nunca vou mudar e gostaria
que as pessoas me entendessem e pensassem como eu. As pessoas precisam ter a
mente mais aberta e precisamos de pessoas com ideias diferentes para fazer o
mundo ficar melhor.
Adoro
ser um tapa na cara das pessoas”, diz Tereza, que não vê problema em fazer
parte de uma ONG ou grupos trangêneros. “Apoiaria todas as causas, porque as
pessoas querem ser tratadas com respeito independente da postura. A gente só quer
ser levado a sério”, diz. Pretende ser mãe? “Me vejo como o melhor pai do
mundo, mas nunca pensei em gerar filhos, vê-los saindo de mim. Mas quero casar
e, quem sabe, adotar”.
Alerta:
mesmo com tanto assédio, Tereza está solteira e avisa: "Passei da fase de
pegadora. Lógico que reparo em homens bonitos, mas com mulheres faço questão de
dar minha opinião. Mulheres são bem mais sensuais". E, mesmo querendo
estudar medicina, Tereza tem um sonho: "Adoro posar para fotos, atuar e
cantar. Meu sonho é trabalhar na TV Globo".