25
de agosto de 2014 | N° 17902
MARCELO
CARNEIRO DA CUNHA
THRILLER, PSICOLOGIA E CHUVA
No
mundo da narrativa audiovisual, as coisas acontecem mais ou menos assim:
alguém, em alguma parte do mundo, tem uma boa ideia e com ela faz um bom filme,
uma boa série. Hollywood vem, compra e refaz tudo de um jeito que o público
americano entenda. E assim caminha a humanidade movida a dólares.
O
público americano, para quem não sabe, não lê legendas, por saber que tudo que
importa sobre a Terra acontece em inglês. O que não for, tem que ser traduzido,
na língua, na cultura, na intenção. E foi assim que surgiu a série The Killing.
Na
origem, ela foi dinamarquesa, e dali migrou para Seattle, terra do grunge e da
chuva sem fim. Um crime começa e não sabe onde acabar, e isso dura duas
temporadas de tirar o nosso fôlego e a crença na humanidade. A terceira
temporada já soou como um certo exagero, e então a rede AMC encerrou a festa.
Veio o Netflix e lançou uma quarta temporada para o pessoal parar com o choro.
Quem ama séries ama e não larga.
A
quarta e última temporada, com seis episódios, é uma forma de ajudar os fãs a
superar a perda. Dura pouco, nos lembra da linda abertura, nos lembra do que
gostamos na série e do que detestamos na sua dificílima personagem principal, a
coleção de nós emocionais também conhecida como detetive Sarah Linden, e então
termina, para sempre, chorem, chorem.
Sendo
o Netflix o Netflix, os episódios são colocados todos ao nosso dispor, é só
assumir a sua posição preferida no sofazon e mandar bala. Eu mandei e recomendo
a todos que mandem. Porque, se a gente não mandar, Sarah Linden manda, e isto,
como todos sabem, não costuma acabar bem. Vão e vejam.