Por:
Rosane de Oliveira
05/06/2015
- 03h36min |
Promessas de Dilma correm risco de
virar pó
A se
confirmarem as previsões dos empresários da área de construção pesada, de que o
ajuste fiscal empurrará para o freezer as principais obras federais de
infraestrutura, estará configurado um dos maiores estelionatos da história do
Rio Grande do Sul.
Nos
últimos quatro anos, a presidente Dilma Rousseff fez dezenas de viagens ao
Estado e, em todas, anunciou novas obras ou atualizou o andamento de projetos
que mudariam o mapa da infraestrutura no Estado.
Em
2011, um ano depois da posse, Dilma anunciou a liberação de R$ 1 bilhão para o
metrô de Porto Alegre. Dois anos depois, ampliou a promessa de recursos para um
investimento que seria dividido com a prefeitura de Porto Alegre, o governo do
Estado e um parceiro privado. Mesmo com a licitação em andamento para escolha
do projeto, o metrô é uma miragem.
Em
dezembro de 2013, durante ato de entrega de máquinas a dezenas de prefeitos, no
Cais Mauá, a presidente anunciou a ponte do Guaíba, que deveria começar a ser
construída até julho de 2014. Começou neste ano, mas a previsão dos empresários
do setor é de que, por falta de dinheiro, o ritmo será mais lento do que o
previsto inicialmente.
Cinco
grandes obras federais no RS estão na mira do ajuste fiscal
No
período áureo dos anúncios e contratações, a presidente chegou a prometer três
grandes obras rodoviárias no mesmo dia: a extensão da BR-448 até Estância Velha,
uma ligação direta entre Santa Maria e Santo Ângelo (continuação da BR-392) e
melhorias para desafogar a BR-116 na Região Metropolitana.
Uma
das obras mais esperadas, a duplicação da BR-116 entre Guaíba e Pelotas, é das
poucas que não devem ser interrompidas, mas o atraso nos pagamentos reduziu o
ritmo das empreiteiras. A esperada duplicação da BR-290 entre Eldorado do Sul e
Pantano Grande está gravada nas placas instaladas ao longo dos quatro lotes,
com custo e prazo de entrega definidos, mas corre risco de suspensão, junto com
outras já contratadas.
Consciente
do esgotamento da BR-290, o secretário dos Transportes, Pedro Westphalen,
sugeriu ao ministro dos Transportes que inclua a rodovia no programa federal de
concessões, repassando para quem vencer a concorrência a tarefa de executar a
duplicação.
Para
salvar essas obras da tesoura do ministro Joaquim Levy, é preciso que os
políticos gaúchos troquem a postura contemplativa pela união em defesa de
investimentos federais no Estado.
Meta
do ajuste fiscal no Brasil é de dois anos, diz Barbosa
Dilma,
que deveria entrar para a história como a presidente que mais fez obras de
infraestrutura no Rio Grande do Sul, corre o risco de ser lembrada como mais
uma que prometeu e não cumpriu.