09
de agosto de 2013 | N° 17517
PAULO
SANT’ANA
Ratazanas espalhadas
O Grêmio,
ontem, se despediu de qualquer possibilidade de chegar ao título. E está se
despedindo do G-4.
Nunca
se viu tanta ruindade individual e coletiva como ontem.
Mas
o Renato deve continuar dizendo que o campeonato está recém começando.
Eu
alerto o Renato de que o campeonato, para o Grêmio, está terminando.
Recebi
uma mensagem, não costumo reproduzir tais queixas, mas me senti tentado a isso
porque os fatos se dão em importante quarteirão da cidade e tornam os
moradores, negociantes e transeuntes severamente molestados pelo estado de
coisas.
Eis
a mensagem: “Olá, prezado colunista. Peço que não divulgue meu nome após o que
vou escrever.
Sou
cidadão brasileiro, moro na cidade de Porto Alegre e meu nome é (tinha nome,
endereço e assinatura). Escrevo como uma forma de pedir socorro e também como
uma espécie de última esperança e desabafo.
Tudo
isso em face ao descaso absoluto das autoridades, nossos, teoricamente,
representantes.
Tenho
um estabelecimento comercial na Rua Silva Só, bairro Santa Cecília, bem próximo
ao cruzamento da Avenida Protásio Alves com Mariante, e escrevo para relatar a
situação de abandono total em que se encontra esse local tão conhecido da nossa
cidade.
Quando
mudei para esse endereço, em julho de 2012, havia uma moradora de rua que ali,
embaixo do viaduto, se alojava com um companheiro, do qual cuidava devido à debilidade
física que ele apresenta.
Hoje,
agosto de 2013, relato a existência de uma verdadeira comunidade vivendo no
mesmo viaduto! O início de uma verdadeira cracolândia!
São
os donos da rua! Bloqueiam as calçadas, bebem e se drogam o dia inteiro,
acumulam uma quantidade absurda de lixo, dificultando a passagem dos pedestres.
Seus cachorros atacam os pedestres, ciclistas e motoboys que por ali passam. Ocuparam
totalmente a praça na esquina da Protásio Alves, praça esta também desprezada
pela prefeitura.
O
auge do absurdo é o fato de haver agora um morador soropositivo em estado
terminal, apenas esperando a morte, em frente a todos que por aqui moram e
passam.
A
proliferação de ratos é incrível em razão dos restos de alimentos doados
diariamente por inúmeras pessoas que pensam fazer o bem, mas, sem imaginar ou
com dificuldade de raciocínio, apenas sustentam e dão seu aval para tal situação.
O
que pensaria o prezado colunista, caso este cidadão que escreve sucumbisse ao vício
e fosse morar em frente à sua casa? Fizesse todas as suas necessidades fisiológicas
na sua porta? Bebesse e usasse drogas até vomitar na sua porta? Andasse pelado
em frente às crianças que moram em seu prédio quando quisesse? E dissesse que
dali não sai? E se tudo isso fosse na frente da casa do prefeito?
É,
infelizmente, isso acontece todos os dias comigo. Estou perdendo clientes e
pagando cada vez mais impostos.
O
cheiro é insuportável em dias de sol, e pasme: isso tudo ao lado de um posto de
coleta do DMLU!!!
Não
tenho mais esperança na prefeitura e seus secretários! Sempre com desculpas e
mais desculpas para justificar sua inoperância e desleixo com nossa cidade.
Para
que votamos? Para que temos representantes remunerados? Seria para cuidar de
nossa cidade e de nossos concidadãos?
Estou
escrevendo com a convicção de que a imprensa é a única que pode modificar esta
situação. Como disse, minha última esperança!
Vejo
esta situação se multiplicando por diversos pontos da cidade e nada é feito, a única
desculpa é: eles não querem sair de onde estão. Fácil governar, então. Basta
dizer que ninguém quer mudar, e pronto.
Muito
obrigado pela atenção e peço novamente para que não divulgue meu nome para
evitar represálias, mas deixo meu telefone à disposição para confirmação de meu
relato. Um abraço”.