sexta-feira, 12 de julho de 2019



Clássico da rebeldia adolescente 


O apanhador no campo de centeio, romance clássico sobre rebeldia adolescente, de Jerome David Salinger (1919-2010), ou J.D.Salinger, publicado em 1951, vende um milhão de cópias por ano e, até hoje, foram comercializados cerca de 70 milhões de exemplares. A revista Time, em 2005, o considerou um dos 100 melhores romances de língua inglesa desde 1923. A Modern Library e seus leitores consideraram a obra uma das 100 melhores histórias em língua inglesa do século XX. Em 2003, o romance foi listado em 15º lugar na pesquisa The Big Read da BBC. Há poucos dias, a Editora Todavia, que pretende relançar toda a obra de Salinger, publicou nova edição, caprichada, de o Apanhador em português.

A tradução, que atualiza a de Jorio Dauster, de 1965, é de Caetano W. Galindo, que já assinou ótimas traduções de James Joyce e Tom Stoppard. Foi reproduzido o trabalho gráfico da capa original norte-americana. O livro mostra um fim de semana em dezembro de 1949 na vida do rebelde adolescente Holden Caufield, de 17 anos, filho de uma abastada família de Nova Iorque. Reprovado e expulso da famosa Escola Pencey, depois de uma briga física com o colega de quarto, Holden abandona a escola no meio da noite e pega um trem para Nova Iorque.

Não querendo enfrentar desde logo sua família, se hospeda por três dias no decadente Hotel Edmont. Entre bebedeiras, encontros e desencontros, Holden vai ao apartamento dos pais quando eles não estão, para falar com a irmã mais nova, com quem divide a fantasia de ser um "apanhador de crianças num campo de centeio à beira de um precipício, para que elas não caiam". Depois, Holden vai visitar um velho professor de inglês aposentado e outras ações vão acontecer, em meio às lembranças e ao luto pela morte do irmão, vítima de leucemia.

Na linguagem do jovem narrador de 17 anos estão questões complexas de inocência, identidade, pertencimento, perda e conexão. O grande personagem central, com suas profundas tristeza, rebeldia e atitude, seus cenários e os temas universais contidos obra, ao lado da primorosa e límpida prosa, são alguns dos motivos que eternizaram essa narrativa, que é precursora de tantos e tantos personagens e temas da literatura juvenil no planeta.



Dia mundial do rock 


Sábado é Dia Mundial do Rock, bebê! Te liga, bico de luz! Se és daqueles que acham que rock and roll é só barulho, que o rock acabou com a "música boa" que veio antes e depois dele, bom, aí, é melhor parar por aqui. Leia sobre a velocidade de vida mais lenta antes do rock e ouça música erudita, jazz, samba, bossa nova e pense em valsas e em tempos menos apressados. Se você gosta de todo tipo de música "da boa", então parabéns pelo gosto eclético e vambora.

O Dia Mundial do Rock surgiu em 13 de julho de 1985, com o grande evento chamado Live Aid, show simultâneo em Londres, Inglaterra e na Filadélfia, nos Estados Unidos. Madonna, The Who, Queen, Rolling Stones, Eric Clapton e outros megatops estavam lá, para conscientizar o mundo sobre a pobreza e a fome terríveis da Etiópia. No Brasil, a data é comemorada desde 1990, graças a uma campanha de duas rádios paulistas. Rock and roll não é apenas um gênero musical composto por várias influências, umas até antagônicas.

O revolucionário rock revolucionou a música e o comportamento da galera jovem a partir dos anos 1950. Rock and roll - Uma história social, livro do professor norte-americano Paul Friedlander, é uma bela e detalhada crônica sobre um dos fenômenos de massa mais importantes do século XX e mostra as grandes influências do gospel, country e blues em artistas como Elvis e Marvin Gaye até grupos como o lendário The Who.

Nunca é demais lembrar da velha ligação, de nascença, do rock com movimentos a favor de igualdade, liberdade social e de expressão livre e democrática. O rock busca um estilo de vida pleno de natureza e ecologia, bons e pacíficos sentimentos, uma certa rebeldia, raiva e energia boas e o solene desapego a zonas de conforto e segurança. O rock, ou a maior parte dele, não é chegado a intelectualismos estéreis e não se presta a grandes teorias. É mais chegado ao inconformismo, à contracultura dos anos 1960, à contestação, e, na essência, é música. Música criativa, infinita, influenciada e influenciadora, como toda música digna deste nome.

O rock nunca pretendeu, não pretende e não pretenderá portar verdades prontas e acabadas. Uns toques históricos, políticos e sociais, uns lances filosóficos, tudo bem, mas sem perder a rebeldia jamais. Com seu espírito jovem, "forever young", o rock vai completando mais de 60 anos feito um sexygenário ativo, saudável, que está sempre pronto a buscar novas ideias, ritmos, comportamentos, roupas, sensações e caminhos e que conserva até um ladinho punk rock da periferia, tipo assim inserido na porção darkness da sociedade de consumo.

Uma sociedade que sempre vai precisar de alguém que toque guitarras disparando sons rápidos, altos e vibrantes alertas e mensagens necessários para que a vida seja diferente para melhor. Uma sociedade que sempre vai precisar de uns toques e olhares novos sobre o passado, o presente e o futuro. Resumo da Ópera Rock: rock é arte! Sem limites ou definições quadrados. -

Jornal do Comércio (https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/colunas/livros/2019/07/692777-classico-da-rebeldia-adolescente.html)

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