sábado, 27 de setembro de 2014


28 de setembro de 2014 | N° 17936
PAULO SANT’ANA>

Filosofando...

Vamos filosofar um pouco? Então, vamos.

Ninguém pediu para nascer, foi no mínimo um desígnio de nosso pai e nossa mãe.

Pois bem, depois de termos nascido, é muito provável que para muitos de nós a vida não seja boa. E para estes, então, é negado o direito ao suicídio, tanto que há religiões, como a católica, em que o suicida é rejeitado até nos sacramentos.

E daí? Não pediu para nascer e é amaldiçoado se comete suicídio. Esse comportamento religioso nos dá a entender que a gente é obrigado a viver. Nasce-se sem ter querido e se está impedido de pôr fim à vida.

Em compensação, há os felizes, os que amam a vida e dariam tudo para pedir mais vidas ao Criador.

Por sinal, há esses que amam a vida e suplicam para não morrer e há os que não gostam de viver e, impedidos de se suicidarem pela lei religiosa ou sem coragem de fazê-lo, continuam a sofrer.

De tudo isso me sobra um ensinamento: temos de viver, sejamos felizes ou infelizes. Fomos convocados à vida e temos de desempenhá-la. É o meu caso, como disse esses dias, a vida me foi sofrida por um lado e risonha por outro. Cumpro, portanto, vivê-la.

Imagino que, antes de nascermos, somos chamados a um tribunal na presença do Criador e nos é dado o direito de opção: queremos ou não queremos viver?

Acredito que somos chamados a correr o risco: seremos felizes ou infelizes.

E aí é que está a coisa: penso que todos escolhemos correr o risco de viver, tão maravilhosa é a experiência da vida.

E daí, então, que estamos aqui, só passamos a viver porque isso foi uma escolha nossa.

Tem de ser assim. Que não tenhamos escolhido viver me parece injusto.

Alguém tem de viver. Não é a todos consentido que estejam num Nirvana, o Nada.

E eu vou assim fugindo do meu Nirvana. Tenho me saído bem, nem meus sofrimentos têm sido tão atrozes que não possa suportá-los, nem meus prazeres tão intensos que possa eu ter-me fartado deles.

Isso, em suma, é a vida.


E eu vou vivendo-a...