29
de setembro de 2014 | N° 17937
DAVID
COIMBRA
Um jogo bom de se
ver
O
Inter venceu o Coritiba por 4 a
2, não haveria injustiça se fosse 8 a
6 ou 9 a 7. Ou
talvez os técnicos pudessem ter combinado:
–
Vira em cinco, em 10 acaba.
Não
que tenha sido uma pelada. Não. Foi um jogo bom de se ver. Mas o Inter às vezes
parece um time temerário, sobretudo no que se refere à contenção do seu meio.
Não da defesa: do meio-campo.
Os
adversários do Inter evoluem bem de intermediária a intermediária, e foi assim
ontem também, no Beira-Rio. Até o apagão, na segunda metade do segundo tempo, o
Coritiba teve 22 finalizações. Vinte e duas! Fez dois gols, acertou duas bolas
na trave, perdeu outros tantos. É demais, até porque, se você olhar o mapa do
campeonato, verá o Coritiba no extremo sul, perto da Patagônia.
Bom
para o Inter que o time está desenvolvendo jogadas fortes na frente,
principalmente com as infiltrações pelo lado direito. Os canhotos do Inter
gostam de derivar para a direita, e é de lá que os gols saem. Se Nilmar ainda
tiver 60% da capacidade técnica que tinha há cinco anos, irá se beneficiar
muito dessa tendência que o Inter tem de tramar a bola pelo lado direito.
Já o
Grêmio é o oposto do Inter, taticamente falando. O Grêmio faz um jogo de
segurança. Luiz Felipe armou uma equipe de futebol compacta, lógica,
concatenada. O adversário não consegue trocar a bola devido à marcação densa do
meio-campo gremista. E agora Luiz Felipe encontrou algumas peças perfeitas para
desnortear o adversário: Ramiro, Zé Roberto e Pará penetram pelo meio da zaga
inimiga a todo momento, e causam terror na grande área. Se tivessem aptidão de
artilheiros, o Grêmio golearia em parte de seus jogos.
Ontem,
Ramiro esteve na frente do goleiro do Botafogo e deu um toquinho, em vez de
mandar uma bomba para a rede; Pará, em três ou quatro lances, esteve livre no
bico da pequena área, e passou para trás, em vez de chutar a gol; e Zé Roberto
preferiu dar o gol a Barcos em vez de ele mesmo marcar.
Luiz
Felipe fez do time do Grêmio um tipo de time que o Grêmio sempre quis ser.