15
de setembro de 2014 | N° 17923
CÍNTIA
MOSCOVICH
O CENTAURO VIVE
Um
antigo ditado diz que não estão mortos aqueles que são lembrados. Moacyr
Scliar, escritor que nos deixou em fevereiro de 2011, permanece vivo graças a
uma série de atividades que homenageiam sua memória.
Às
vésperas da abertura da 60ª Feira do Livro, na quarta-feira, dia 17 de
setembro, no Santander Cultural, haverá a abertura ao público da exposição
Moacyr Scliar: o Centauro do Bom Fim. A mostra, que reúne originais e objetos
do escritor, foi idealizada por sua mulher, Judith Scliar, e por Gabriel
Oliven, com curadoria de Carlos Gerbase, consultoria literária de Regina
Zilberman e patrocínio do Santander. Aberta até 16 de novembro, a mostra
promete ser uma das atrações junto à Feira.
No
ar desde o final do ano passado, o website oficial do escritor
(www.scliar.org/moacyr) tem recebido constantes atualizações. Com projeto
gráfico de Carolina Laydner, traz farto material de consulta, inclusive com
leituras de trechos de livros, os book trailers, lidos por José Mauro Brant e
pela impagável Mirna Spritzer.
Por
último, e não menos importante, a editora L&PM está relançando obras do
autor, iniciando por O Exército de um Homem Só, volumes que estarão, claro, à
venda na Feira. Todas essas iniciativas são para honrar o espírito de Scliar,
que tem feito tanta falta. E porque é imortal na lembrança, saberemos todos
que, ali do Santander, ele estará guardando a Feira.
(Em
tempo, ainda que atrasada. Lembrando de nossos mortos queridos e do episódio em
que o escritor canadense Yann Martel foi acusado de plagiar Scliar, é
questionável o que fazem os paulistas do Let’s Duet, ao copiar o Tangos &
Tragédias de Hique Gomez e do saudoso Nico Nicolaiewsky – chegando ao desplante
de afirmar que nem conheciam o T&T.
O
plágio, como técnica de elaboração artística, tem a intenção de homenagear o
plagiado. Se os artistas do Let’s Duet tivessem citado a fonte, garantiriam o
respeito das plateias e ainda louvariam a memória de nosso Maestro Plestskaya.
Do jeito que ficou, tornou-se uma afronta à arte.)