Jaime Cimenti
Dezoito ensaios sobre obras essenciais
da Filosofia
Mesmo
depois de milênios de estudos, ciência, espiritualidade e tudo mais, ainda não
sabemos ao certo de onde viemos, quem somos e para onde vamos. Talvez o
verdadeiro e o melhor sobre essas questões eternas seja isso mesmo, os mistérios
permanentes, as perguntas sucessivas e a vida brotando igual e diferente todos
os dias.
O
portal da filosofia- volume dois (WMF Martins Fontes, 240 páginas, R$ 38,50,
tradução de Rita de Cássia Machado e Karina Jannini) do professor, escritor e
publicitário freelancer Robert Zimmer, que atualmente mora em Berlim, oferece
aos leitores uma visão sobre dezoito obras essenciais do pensamento filosófico.
De
Metafísica, de Aristóteles, até Contra o método, do francês Paul Feyerabend,
passando pela Suma Teológica, de Tomás de Aquino, O livro sobre Deus e o Mundo
de Baruch, de Espinosa, Fenomenologia do espírito, de Wilhelm Friedrich Hegel,
Sobre a liberdade, de John Stuart Mill, e O ser e o nada, de Jean Paul Sartre,
os ensaios da obra, em linguagem consistente e acessível, oferecem aos leitores
neófitos e aos experientes uma visão geral sobre os grandes pensadores e, ao
mesmo tempo, permite interessantes percepções das individualidades.
Desde
o nascimento da filosofia ocidental na antiga Grécia até as inquietações de filósofos
dos anos 1960 e 1970 e, depois, chegando aos pós-modernistas e outros, as questões
da filosofia, do homem, do Estado, de Deus e tantas outras vitais foram objeto
de estudo e reflexão por parte de grandes pensadores. E seguem sendo. Os
ensaios da obra de Robert Zimmer podem ser lidos de modo independente, assim
como os 16 ensaios do volume primeiro. Quem preferir, pode aproveitar a visão
geral das partes do grande “edifício da Filosofia”.
Aliás,
é bom lembrar que o “edifício” volta e meia passa por remodelações, mas é essencial
conhecer e analisar seus alicerces. Sem os alicerces, a construção inteira,
erguida ao longo dos séculos, viria abaixo e aí começaríamos do zero. É isso. A
lição maior dessa obra é justamente a de que é melhor ficar longe de certos
modismos e de certo exibicionismo pseudoerudito.