Jaime
Cimenti
Marcas alarmantes das eleições de 2014
Estas
eleições de 2014 apresentam algumas marcas bem definidoras e alarmantes. Aproximados
30% dos jovens de 16 a
18 anos simplesmente não se interessaram em providenciar seus títulos de
eleitor e, pelo visto, não estão nem aí para as urnas e para os embates e
debates. Acho triste, muito triste, isso.
Até acho que é preciso estudar a questão da obrigatoriedade do voto, consultar
a sociedade, ver se as pessoas querem voto apenas como direito e não como
obrigação, como, aliás, funciona nos Estados Unidos.
Ver
que 30% dos jovens estão desinteressados, descrentes, é de doer e faz pensar. Será
que partido e político algum os seduz? Será que a gurizada já anda em ritmo de
distopia, fim do mundo e de tudo? Será que
para eles o futuro acabou? Será possível que ninguém representa esta parcela
enorme de jovens? Será que eles já estão
tão velhos? E velhos mesmo, no pior sentido. Velhos daqueles que acham que nada
vai mudar, que não adianta votar, que tudo vai continuar como está, que a vida é
mesmo assim.
Complicado.
Ao menos até o momento, as pesquisas mostram que entre votos brancos, nulos e
eleitores indecisos estamos com alarmantes - e gigantes - 20%. Isso sem contar
a possível grande abstenção. Quer dizer: além dos 30% da gurizada sem-título,
temos um contingente enorme que não se sente representado ou que ainda não
decidiu, a pouco mais de duas semanas do pleito. Quanto aos indecisos, até entendo.
Nesse Brasil, até o futuro era imprevisível e agora até o presente é. O escândalo
de hoje é enrolado com o jornal de hoje de tarde.
Antes
era com o jornal do dia anterior. O mundo nunca mudou tanto e tão rápido. Neste
eterno efêmero, os eleitores vão tentando se achar e encontrar alguma ordem
para o caos. Esquerda, direita, centro, centro-direita, centro-esquerda, regras
de economia, noções de ética e política, não me perguntem onde ficam.
Sei onde
fica a Revolução Francesa, a Revolução Farroupilha, o Alegrete e minha terra,
Bento Gonçalves. Já é saber muito. O resto, vamos pensar, vamos estudar, seguir
adiante com o processo democrático. Me ajudem! Cartas para a redação, sobre os
temas acima, por favor. Obrigado, votem bem! No fim, dá tudo certo?
Se não
deu certo, é porque não chegou ao fim?
Jaime
Cimenti