segunda-feira, 18 de setembro de 2017


18 DE SETEMBRO DE 2017
+ ECONOMIA

BOLSA NÃO SE ANIMA APENAS COM TEMER

Osincronismo entre episódios envolvendo o Planalto e os quatro sucessivos recordes na bolsa de valores do Brasil sugeriria que os investidores estão comprados em Michel Temer. Há um grupo que está, é bom que se diga. Mas não são todos. Nem o surpreendente fortalecimento do presidente diante das principais ameaças as denúncias do agora ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot , é o maior ímã de valorização do mercado.

Uma das grandes razões vem de fora. A bolsa de Nova York passa pelo terceiro mais longo período de valorização depois da II Guerra, superado apenas pelos intervalos entre 1961 e 1969 e o situado de 1991 e 2001 - que terminou com o estouro da bolha da internet. A conta não é da coluna: é do Bank of America Merrill Lynch e citado há um mês pelo ex-secretário Aod Cunha.

É por conta desse ciclo que não faltam profetas do caos falando em "estouro da bolha" - lá fora. Como metade do volume negociado na bolsa ainda é de estrangeiros, um percentual ainda maior da euforia ou do otimismo é administrado por suas movimentações e motivações.

Claro, existem os motivos internos para otimismo real. A saída da recessão está cada vez mais clara. É mercado de 200 milhões de consumidores do Brasil ensaiando reação. Como a bolsa é lugar de pensar no futuro, faz sentido projetar que empresas terão mais ganho ali adiante.

Por fim, a tesoura afiada do BC desestimulou aplicações em renda fixa, remuneradas com base no juro básico. Aplicadores com experiência saíram antes que a aposta em uma taxa real de 4% se tornasse consensual. Isso tudo compõe a receita dos recordes sucessivos. Tudo isso, mais o fortalecimento de Temer.

marta.sfredo@zerohora.com.br zerohora.com/martasfredo 3218-4701