segunda-feira, 15 de outubro de 2018


15 DE OUTUBRO DE 2018
ARTIGO

A VALORIZAÇÃO DOS PROFESSORES



Sem profissionais preparados e atualizados para orientar alunos em sintonia com as exigências do mercado de trabalho, o Rio Grande do Sul não terá como sair da crise em que se encontra

No Dia do Professor, lembrado hoje, é importante que a manifestação dos dois candidatos ao governo gaúcho na eleição em segundo turno não se restrinja a palavras de campanha escritas em giz para serem apagadas depois. Ambos os pretendentes ao Palácio Piratini se comprometem em artigos publicados no fim de semana em Zero Hora a privilegiar os interesses dos alunos e a investir firme na valorização e qualificação dos mestres. Esse é o foco, mas as ações necessárias precisam, de fato, ser colocadas em prática, para que o Rio Grande do Sul possa recuperar logo os padrões de excelência que o distinguiam como Estado forte em nível de ensino até recentemente.

Educação é uma área na qual o Estado vem retrocedendo de forma acelerada e em proporções preocupantes. A perda de posição relativa em relação aos demais Estados brasileiros fica visível no mais recente Índice de Desenvolvimento Estadual (iRS). Quando o ensino se enfraquece, todos os demais indicadores de bem-estar social são prejudicados, incluindo os de segurança pública. Essa é uma questão que, para ser resolvida, não depende apenas de mais verbas, principalmente se forem mal alocadas. Ainda assim, só pode ser enfrentada com políticas públicas adequadas e continuadas, independentemente de trocas de governantes.

Como ressalta em seu texto o candidato Eduardo Leite (PSDB),nenhuma ação para qualificar a escola terá validade sem a valorização do professor. Seu compromisso é com a reforma do Plano de Carreira, que "pode beneficiar a todos e viabilizar o piso nacional". Já o candidato José Ivo Sartori (MDB) se compromete em "ampliar a qualificação continuada e avançar na recuperação estrutural das escolas". Ressalta também que deve "haver um esforço no sentido de melhorar a remuneração dos professores", mesmo com as restrições orçamentárias.

Sem profissionais preparados e atualizados para orientar alunos em sintonia com as exigências do mercado de trabalho, o Rio Grande do Sul não terá como sair da crise em que se encontra, em grande parte devido aos desequilíbrios do setor público. A valorização inclui não apenas compromissos com a qualificação, mas também com uma remuneração condizente com o currículo e o desempenho de cada profissional. Esses pressupostos vão depender sobretudo da capacidade do candidato a ser eleito de promover um rápido e duradouro reequilíbrio entre receitas e despesas públicas.

Chefe do Memorial do TRE-RS ascom@tre-rs.jus.br - OPINIÃO DA RBS