quinta-feira, 25 de outubro de 2018


25 DE OUTUBRO DE 2018
OPINIÃO DA RBS

RESPONSABILIDADE SOBRE FAKE NEWS


É importante que fique claro o papel de cada um no uso de redes sociais e aplicativos em campanhas eleitorais, que precisa contribuir para fortalecer a democracia, não para desprestigiá-la

O protagonismo exercido pelas fake news na campanha eleitoral de 2018 serve de alerta para as responsabilidades de cada um nesse processo que tem potencial para interferir na igualdade de condições de candidatos, além de ameaçar a própria democracia. Como os esforços institucionais para deter o potencial dessa verdadeira máquina de mentiras falharam, é importante chamar a atenção para as responsabilidades de cada um nesse tipo de prática. A preocupação com o uso adequado de informações nas redes diz respeito a toda a sociedade. No Brasil e em qualquer outro país, essa é uma questão que depende sempre de um maior nível educacional e de mais consciência cidadã.

O problema começa com quem produz e divulga conteúdo falso - normalmente, mais com a preocupação de atacar concorrentes do que com a de exaltar seus próprios feitos. As plataformas também contribuem para desinformar, ao difundirem fatos falaciosos, muitas vezes bancados sem a clareza necessária na política. O mesmo ocorre com usuários que, na maioria das vezes sem qualquer preocupação em identificar a fonte da notícia e a coerência de seus elementos, se apressam em compartilhá-las, sem avaliar as consequências de seus atos.

O papel das redes diante dos eleitores foi subestimado também pelos partidos, e a legislação é frágil. A preocupação, portanto, precisa ser compartilhada por todos os que apostam na transparência das informações para uma tomada de decisão mais justa. A mídia tem cumprido seu papel com base em inovações como o chamado projeto Comprova. A iniciativa faz com que jornalistas de alguns dos mais importantes veículos de informação no país, incluindo os da RBS, atuem na detecção e verificação de rumores, conteúdo enganoso e táticas de manipulação nas redes sociais. Como vem sendo registrado em outras democracias relevantes, o novo padrão de atuação de políticos tende a se aprofundar.

A perspectiva, inclusive, é de que se mantenha mesmo depois da posse dos futuros gestores públicos, em âmbito estadual e no país. É importante que fique claro o papel de cada um no uso de redes sociais e aplicativos em campanhas eleitorais, que precisa contribuir para fortalecer a democracia, não para desprestigiá-la.

OPINIÃO DA RBS

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