ELIANE
CANTANHÊDE
A força de São
Paulo
BRASÍLIA
- O foco da eleição está todo em São Paulo, onde se amontoam quase 32 milhões de
eleitores, 22,4% do país. Marina tem 40% no Estado, onde compensa a vantagem de
Dilma no Sul e a franca dianteira da petista no Norte e no Nordeste. Aliás,
Marina já atingiu 31% nos Estados nordestinos, feudos de Dilma e Lula.
Dilma
só tem 26% em São Paulo, o que puxa para baixo seu desempenho no fundamental
Sudeste, onde ela perde por 28% a 36% de Marina.
Aécio
patina em 16% em São Paulo, o que apavora mais o PSDB do que a própria
candidatura dele. O futuro do partido, incerto, depende muito dos votos
paulistas.
Todas
as campanhas, portanto, quebram a cabeça e gastam sola de sapato para
conquistar os paulistas, não só da capital, mas principalmente do rico e
conservador interior.
A
coisa é complicada. O PT mantém o favoritismo na disputa presidencial, mas seu
candidato ao governo de São Paulo nunca chegou a dois dígitos nas pesquisas.
Com o PSDB ocorre o contrário: em terceiro na presidencial, tem tudo para
reeleger Alckmin já no primeiro turno.
Quanto
a Marina: não tem a estrutura partidária nem os palanques de PT e PSDB --aliás,
não só em São Paulo--, mas disparou entre os paulistas. Eles têm forte rejeição
ao PT e, apesar de renovarem o crédito de Alckmin, não parecem se animar com o
mineiro Aécio.
O
tucano está ensanduichado não apenas entre as vantagens objetivas de Dilma e a
novidade Marina, mas também entre as premências em São Paulo e Minas. Se o PSDB
não pode ser um fiasco em São Paulo, Aécio não pode perder feio em Minas. E ele
está sete pontos atrás de Dilma no Estado que governou. Nos dois casos, do PSDB
e de Aécio, é questão de sobrevivência.
Em
tempo: a diferença pró-Marina em São Paulo é de 14 pontos no primeiro turno e
de 25 no segundo, e ela tem a seu favor os erros de Dilma na economia. Não é
trucidando Neca Setubal que o PT vai reverter isso.