sexta-feira, 13 de abril de 2018


13 DE ABRIL DE 2018
CÚPULA DAS AMÉRICAS

Crise na Venezuela deve ficar fora de declaração oficial

O combate à corrupção vai assumir o primeiro plano em uma Cúpula das Américas sem Donald Trump, que queria transformar a reunião regional deste fim de semana, em Lima, no Peru, em ofensiva diplomática contra o regime venezuelano de Nicolás Maduro. A ausência do presidente americano tirou um pouco do brilho do encontro, já abalado por diversos problemas na região e pela difícil relação com o imprevisível governo dos EUA.

Segundo a Casa Branca, Trump ficará em Washington para "acompanhar a resposta americana à Síria" e "monitorar os acontecimentos em todo o mundo". Quem irá ao evento é o vice-presidente Mike Pence, que espera alcançar "de forma coletiva que os atores antidemocráticos da reunião prestem contas por suas ações". Maduro não irá à cúpula.

Mesmo assim, o tema da crise humanitária na Venezuela não deve estar na declaração final do encontro de líderes. A expectativa de que exista alguma menção mais enfática contra o regime madurista no texto de encerramento do evento está praticamente descartada, devido à falta de unanimidade dos países participantes sobre o tema.

SIP QUER AÇÃO CONTRA DITADURAS DA REGIÃO

A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) ressaltou ontem, em carta, que os governos americanos têm "obrigação histórica" de tomar medidas concretas contra os governos de Cuba e Venezuela por continuarem violando os direitos humanos.

"Estamos conscientes de que, nos últimos anos, a comunidade internacional tomou nota da deterioração do clima sociopolítico na Venezuela e que muitas nações não reconheceram a Assembleia Constituinte nem reconhecerão qualquer líder que saia de eleições fraudulentas. Por essa razão, acreditamos que esse consenso deve ser usado para promover medidas mais drásticas que não permitam que o regime tente perpetuar-se no poder, de costas ao bem-estar de seus cidadãos", diz a entidade.