quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019



27 DE FEVEREIRO DE 2019
INFORME ESPECIAL

O LADO CONVENIENTE DA CRISE

Existem alguns motivos obscuros e consistentes para que o regime de Nicolás Maduro se mantenha respirando por mais algum tempo. A tensão militar no continente é um argumento de venda perfeito para a indústria bélica. A fronteira norte do Brasil é mal protegida. Um inimigo dessa dimensão exige cuidados, mesmo que os movimentos tenham sido no sentido de apaziguar os ânimos, pelo menos por enquanto, na região de maior risco.

A história recente de alguns conflitos ensina que as sanções econômicas podem ser um fim nelas mesmas ou apenas um degrau necessário perante a opinião pública antes de uma ação militar. No caso da Venezuela, o timing se desenha nitidamente. Ainda falta um ano e nove meses para a eleição presidencial americana, marcada para 3 de novembro de 2020. 

Não será surpresa se, na lógica de Donald Trump, Maduro seja o inimigo a ser cada vez mais construído antes da “intervenção em nome da democracia”, de preferência na arrancada da campanha para a reeleição. Maduro hoje disputa com Teerã o título de malvado favorito da Casa Branca. A Venezuela bolivariana em frangalhos já é, por si só, um triunfo para a nova direita do continente. É o apagar das luzes de uma onda esquerdista que governou hegemonicamente a América no Sul.

Só existem duas certezas:

1 Nicolás Maduro vai tentar se agarrar ao poder. Manter a produção e a venda de petróleo é a sua boia.

2 A hora certa da queda —  ou a sobrevida — será decida a 3,3 mil quilômetros de Caracas, em Washington.

BOA VIAGEM

Um feliz porto-alegrense deu uma volta de cinco minutos com uma patinete da Grin e devolveu-a ao mesmo lugar. Foi surpreendido com a cobrança de R$ 20 por deixar o equipamento "fora da área de devolução". Só mais tarde ficou sabendo que deveria fechar o aplicativo para que a entrega ficasse registrada.

Entrou em contato com a empresa através do chat e foi muito bem atendido. Explicou a confusão e ouviu a promessa de devolução da multa.

Prestes a completar 45 anos de trabalho na Escola Uruguai, no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, a professora Arlete Giovanella Xavier foi surpreendida na manhã de ontem com uma faixa afixada na entrada da instituição. Um grupo de mães e pais de alunos decidiu homenagear a dedicação da decana. Em 2017, a escola conquistou a melhor média do Ideb na Capital.

Qual o segredo para alcançar o bom resultado?

Um grupo de professores unidos, que comunga da mesma dedicação e uma comunidade muito envolvida, que participa de todas as iniciativas da escola. É um somatório de coisas, eu estou apenas na linha de frente. No fim das contas, ser professor ainda vale muito a pena.

Onde dá para melhorar?

Como qualquer instituição pública, temos dificuldades. O ideal seria que as escolas tivessem uma verba extra para dar uma solução mais imediata aos problemas. Às vezes, demora meses para que consigamos resolver as coisas, mesmo as reformas pequenas. A gente sabe que existe o tempo de licitação e tudo mais. Mas a educação está cada vez mais rápida, então a burocracia não deveria continuar tão lenta.

TULIO MILMAN

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