sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Jaime Cimenti

OS Guia Cambridge de Shakespeare e o autor traduzido por Millôr

A L&PM acaba de lançar duas obras importantes envolvendo o genial dramaturgo inglês William Shakespeare (1564-1616), um dos gênios da humanidade e que segue sendo estudado e encenado em várias partes do mundo. Guia Cambridge de Shakespeare (288 páginas, tradução de Petrucia Finkler) da professora Emma Smith, da graduação do Hertford College, Universidade de Oxford, especialista em Shakespeare e em teatro renascentista, aborda, com rigor e precisão, todas as obras, sinopses, personagens, contextos e interpretações da grande obra do autor de Hamlet; Romeu e Julieta e Rei Lear, entre tantas outras peças mundialmente famosas.

A obra é concisa, mas permite novos olhares sobre o dramaturgo e é um perfeito livro de introdução e um ótimo companheiro de cabeceira para curtir um dos maiores monumentos literários de todos os tempos.

Os leitores poderão saber detalhes da história de encenação e publicação de cada texto, as principais linhas de interpretação e as controvertidas questões de autoria. O livro ainda aborda a vida pessoal de Shakespeare, seu tempo, sua carreira e o contexto de produção e veiculação de seus trabalhos.

No teatro elisabetano, dizia-se que a plateia “ouvia” a peça e não “assistia”. A segunda obra é Shakespeare traduzido por Millôr Fernandes (440 páginas, R$ 48,90). Millôr é um dos maiores jornalistas e intelectuais que o Brasil já teve e traduziu com brilho muitas peças de Shakespeare. Neste volume estão Hamlet, A megera domada, O Rei Lear e As alegres matronas de Windsor.

As duas comédias do início da carreira do inglês e as duas tragédias constantes desta obra estão entre as principais do escritor e permitem aos leitores visualizarem um interessante panorama sobre a evolução do trabalho do bardo, que criou personagens, dramas, comédias e situações que ganharam as ruas e o mundo. Shakespeare transformava em ouro literário os menores e maiores sentimentos humanos.

Ao topar o desafio de traduzir Shakespeare, um de seus reverenciados mestres, Millôr não mediu esforços para oferecer ao leitor brasileiro contemporâneo uma visão única. Millôr entendia que o tradutor não deveria apenas ler a obra, mas principalmente compreender. Conseguiu. É muito.