segunda-feira, 15 de julho de 2024


13 DE JULHO DE 2024
EDITORIAL

EDITORIAL

Editorial - Confiança no Rio Grande do Sul

Tão logo ficou clara a extensão da tragédia climática no Estado, os gaúchos foram assaltados por uma série de dúvidas e temores em relação à profundidade do baque imediato na economia e ao tamanho do esforço de recuperação e sobre como o Rio Grande do Sul continuaria competitivo na atração e na retenção de investimentos privados. Em um contexto de tantas incertezas, foi alentador o anúncio formalizado na quinta-feira pela General Motors (GM) de investir R$ 1,2 bilhão na unidade de Gravataí para fabricar um novo modelo. O plano integra um pacote de R$ 7 bilhões destinados ao país.

O novo projeto da empresa deve ser visto como um sinal de confiança na reconstrução plena do Estado. Até porque, como ressaltaram os executivos da companhia, a planta é considerada uma das cinco mais modernas e produtivas da montadora em todo o mundo. Mesmo que não seja um dos maiores aportes já feitos pela GM no Rio Grande do Sul, é sem dúvida um investimento emblemático, pelo momento atravessado pelos gaúchos.

Será um modelo a combustão, e não híbrido ou elétrico, como acredita-se que vai ser o futuro da indústria automotiva. Mesmo assim, é corrente no setor que, no Brasil, os veículos movidos por combustíveis tradicionais ainda terão bom espaço alguns anos à frente.

A modernização da GM, ademais, vai gerar demanda de autopeças e outros produtos e serviços no Estado, ajudando também a movimentar o mercado de trabalho, algo de extrema importância neste instante ainda cercado de preocupação com a recuperação da economia do Rio Grande do Sul. São injeções de ânimo como essa que consolidam a certeza da volta por cima.

Também são de grande importância, pelos mesmos motivos, outros investimentos confirmados e projetos que seguem os passos programados. É o caso do complexo logístico do grupo varejista Lebes, o maior do gênero já erguido no Rio Grande do Sul. O empreendimento, em Guaíba, um dos municípios afetados pelas inundações, foi inaugurado no mesmo dia do anúncio da General Motors. É fruto de um investimento de R$ 500 milhões, em parceria com as empresas Habitasinos e Grepol. A previsão é gerar cerca de 3 mil empregos quando estiver operando a pleno. Ou seja, vai significar mais renda e emprego na Região Metropolitana, severamente castigada pelas cheias de maio.

Em meados de junho, a chilena CMPC também reafirmou os planos de investir R$ 25 bilhões em uma nova planta industrial de celulose em Barra do Ribeiro e em um terminal portuário. Trata-se do maior aporte já realizado por uma empresa privada no Rio Grande do Sul. O projeto foi oficializado no final de abril, poucos dias antes do início das chuvas que causaram a enchente sem precedentes. A empresa reiterou ainda o cronograma para erguer o empreendimento, entre 2026 e 2028. Ao longo da implantação do projeto, a companhia calcula a criação de 13 mil empregos.

Esses e outros movimentos firmam a convicção de que a plena recuperação econômica do Estado é apenas uma questão de tempo. 

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