terça-feira, 23 de julho de 2024


23 DE JULHO DE 2024
GPS DA ECONOMIA - Marta Sfredo

Mercado tem boa reação inicial a "risco Kamala"

Embora ainda seja preciso confirmar o nome na convenção democrata de 19 de agosto, a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, é tratada como a nova candidata. Um dos principais motivos segue a mais famosa frase de campanha nos EUA: "It?s the economy, stupid", de James Carville, para a campanha de Bill Clinton de 1992. Se Kamala não estiver na chapa, o Partido Democrata perde todos os fundos de campanha arrecadados até agora.

No mercado, a tentativa de precificar o "risco Kamala" enfrenta a mesma dificuldade dos eleitores: definir agenda da democrata como eventual número 1 da Casa Branca. Mesmo assim, o primeiro teste foi positivo. Wall Street teve uma segunda-feira tranquila.

O índice Dow Jones, o mais tradicional, avançou 0,32%, o das maiores empresas, S&P 500, subiu 1,08%, e a Nasdaq, das tecnológicas, teve alta de 1,58%, mais por efeito setorial do que político. Se a substituição de Biden pela vice fosse vista como risco econômico, a reação seria diferente.

Mais progressista do que Biden

Kamala é mais progressista do que Biden, na política e na economia. Sua carreira construída na Califórnia, Estado muito identificado com os democratas, sustenta essa imagem. Suas críticas a políticas de Donald Trump também. Quando o ex-presidente reduziu impostos, beneficiando os mais ricos, ela cravou:

- Essa economia não está funcionando para as pessoas que trabalham.

Em inglês, ("this economy is not working for working people") a frase tem mais impacto. Essa visão pode ajudar Kamala com o voto popular, mas a expõe a críticas dos mais suscetíveis ao "make America great again", teses nacionalistas e protecionistas de Trump.

E embora Kamala seja a sucessora óbvia, convém aos democratas arrastar a oficialização. Não só para cumprir ritos e evitar risco de judicialização. Ainda no domingo, os republicanos haviam avisado que têm um plano de ataque à vice-presidente. Até a convenção, terão de diversificar a estratégia. A ofensiva não será mais suave, mas pode ser menos concentrada. _

O Eurasia Group, que estimava em 75% a probabilidade de vitória de Donald Trump desde o debate que expôs a fragilidade de Joe Biden, recalibrou o favoritismo do republicano para 65% depois da retirada do presidente.

O padrão de conduta das regras fiscais não foi mudado e está sendo cumprido com rigor. Não há por que discutir o não cumprimento.

Rogério Ceron - Secretário do Tesouro Nacional

Gerdau transforma lixo da enchente em matéria-prima

Equipe econômica debate se meta é factível

Em parceria com órgãos públicos e entidades empresariais, a Gerdau está comprando material que seria destinado ao lixo, fazendo com que retorne à cadeia de produção. Desde o início de maio, a empresa já recebeu cerca de 30 mil toneladas de sucata em unidades no Estado, boa parte de resíduos gerados pela enxurrada. Vai transformá- los em matéria-prima para produzir aço, seu principal produto.

Segundo o líder de metálicos da Gerdau, Denis Gomes, cerca de 70% do aço produzido pela empresa é feito de sucata, totalizando 11 milhões de toneladas recicladas por ano.

- A sucata não reciclada é um problema. Nosso papel é, por meio de uma matriz sustentável de produção, girar a economia, dar uma vida nova à sucata - afirma Gomes. _

Conforme o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, a definição não foi concluída e só será apresentada na próxima terça-feira.

Mas chamou atenção um debate interno durante a apresentação. Na última quinta-feira, Fernando Haddad, da Fazenda, e Simone Tebet, do Planejamento, haviam dito em coro que os cortes permitiriam alcançar a meta "dentro da banda". Isso significa que ter um déficit de até R$ 28,8 bilhões, usando a margem de tolerância de 0,25% do PIB, seria cumprir a meta.

- O centro da meta continua sendo buscado - afirmou Clayton Montes, secretário adjunto da Secretaria de Orçamento Federal.

Algumas perguntas depois, Ceron fez sinalização oposta: - A meta é cumprida se o resultado ficar dentro do limite.

Após a aparente contradição, o secretário do Tesouro voltou a frisar que o déficit pode não ser zero, mas também não deve chegar a R$ 28,8 bilhões:

- Mantidas as condições atuais, o empoçamento (despesas autorizadas, mas não feitas por imprevistos) reduziria esse valor para perto de R$ 8 bilhões ou R$ 10 bilhões.

Segundo Ceron, esse não é um aspecto formal do arcabouço, mas "acontece naturalmente". _

super-ricos

A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen vem ao Brasil. Amanhã, antes da reunião de ministros e presidentes de BC do G20, tem encontro bilateral como o colega brasileiro, Fernando Haddad. Na pauta oficial estão iniciativas para combater a mudança climática. No G20, haverá tentativa de definir um imposto para os super-ricos. Mas Yellen está em momento delicado para fazer compromissos em nome dos EUA.

Em estudo, opções a financiamento

GPS DA ECONOMIA

Nenhum comentário:

Postar um comentário