quarta-feira, 10 de julho de 2024


10 de Julho de 2024
EDITORIAL

Reportagem publicada ontem em Zero Hora aponta, sob a gestão do governo gaúcho, 46 colégios no sistema de ensino remoto, 12 em formato híbrido e 13 com revezamento de alunos. Há ainda 20 estabelecimentos recebendo estudantes em espaços alternativos. Bastante longe do ideal, portanto. Apenas em Canoas e Eldorado do Sul, são 18 instituições estaduais que permanecem fechadas. Na Capital, oito escolas próprias da rede municipal também não reabriram. Seis voltaram às aulas em outros ambientes.

Os prejuízos para os alunos, crianças e adolescentes de idades variadas, são imensos. Está em jogo o seu próprio futuro, em termos de assimilação de conteúdo que permita melhores condições de empregabilidade e ascensão social. O processo de aprendizagem fica ameaçado. Deve-se lembrar que muitos desses estudantes foram afetados por instituições fechadas na fase mais aguda da pandemia da covid-19.

Tamanho período sem aulas ou recebendo conteúdo em um formato que não é o mais apropriado também eleva as chances de quebra do vínculo com a escola. Cresce o risco de evasão. Em entrevista sobre o tema ao Atualidade, da Rádio Gaúcha, na segunda-feira, a secretária estadual de Educação, Raquel Teixeira, revelou que 896 alunos matriculados neste ano letivo não foram encontrados. A pasta contabiliza ainda quase 3,3 mil em abrigos. Mesmo que nestes locais aulas sejam improvisadas, com o esforço do poder público e o desprendimento de voluntários, o quadro segue distante do desejável.

É um cenário desafiador para o Rio Grande do Sul, que necessita de um salto na qualidade do ensino tanto pela questão demográfica como pelo fato de os gaúchos, nas últimas décadas, terem ficado para trás na educação na comparação com outras unidades da federação. As perdas são individuais, para os próprios os estudantes, e para a coletividade gaúcha.

Na rede pública, é dever do Estado e das prefeituras tentar agilizar a limpeza e as reformas necessárias. Mas a burocracia e a carência de pessoal, estrutura e recursos são obstáculos recorrentes. Em alguns casos, voluntários têm desempenhado um papel essencial, como na semana passada, em Canoas, quando um mutirão organizado pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RS) e pelo Sindicato da Indústria de Energias Renováveis(Sindienergia-RS) realizou vistorias em 40 escolas do município. A solução, como se viu no decorrer da tragédia climática, passa pela colaboração entre as administrações públicas e a sociedade civil. _

EDITORIAL

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