segunda-feira, 26 de agosto de 2024


26 de Agosto de 2024
ARTIGOS

ESG: ação e oportunidade para o futuro

Erasmo Carlos Battistella - Presidente da Be8

Passada a etapa mais emergencial de resposta à catástrofe climática do Rio Grande do Sul, as atenções se voltam ao longo prazo: afinal, o que poderá mitigar ou impedir que novos acontecimentos semelhantes ocorram? Essa resposta pode vir sob diferentes ângulos, mas que sempre convergem de duas formas: a necessidade de ação e o chamado às oportunidades.

Nos últimos anos, em linha com o aumento das discussões sobre aquecimento global, cresceu também a utilização do conceito ESG - sigla em inglês para projetos de desenvolvimento ambiental, social e de governança. E, muitas vezes, ficava somente nisso: em um conceito bonito em palavras, mas longe da ação. Eis um paradigma que precisa mudar: o que está no papel precisa partir para a prática, com a celeridade que o tema exige.

O Brasil, e em especial o Rio Grande do Sul, precisa centralizar essa agenda em suas prioridades. Daí surge o segundo ponto que mencionei no início deste texto: trata-se de uma incrível oportunidade para o futuro. Governos e empresas do mundo inteiro estão engajados em metas de descarbonização para amenizar os riscos de catástrofes ambientais. O Acordo de Paris, por exemplo, estabeleceu metas importantes para frear a emissão de gases do efeito estufa. Isso só será possível por meio da transição energética.

Os biocombustíveis têm papel fundamental nesse processo - o que requer a mobilização de governos, organizações internacionais e setores empresariais. Veículos elétricos, hidrogênio e outras rotas tecnológicas ainda demandam alto impacto de investimento. Por outro lado, o biodiesel já está pronto para cumprir sua função no processo de descarbonização - sendo a melhor solução custo-benefício para o cumprimento das metas no curto prazo. O Rio Grande do Sul, com suas culturas de cereais que já estão sendo colhidas inclusive no inverno, pode protagonizar esse caminho.

Muitas vezes, as soluções para o futuro estão à nossa frente. Vamos aproveitar a mobilização em torno da reconstrução para avançar - não apenas no momento emergencial e crítico, mas também a partir de agora. A tramitação do projeto de lei dos biocombustíveis no Congresso Nacional é um marco. Mas, para que mais passos sejam dados, precisamos de ação e de reconhecimento de oportunidades. Nosso futuro agradece. 

A jornada antirracista do Grêmio: um clube de todos

Juliano Ferrer Advogado e coordenador do Projeto

Clube de Todos

O racismo é uma triste realidade. E o Grêmio trabalha para ser um vetor antirracista.

Honrando a memória de Lupicínio Rodrigues, seu torcedor mais ilustre, que justamente se tornou gremista por encontrar no Tricolor forma de lutar contra a discriminação e lembrando a história irreverente de Bombardão, seu primeiro torcedor símbolo entre 1920 e 1950, presente na Baixada e no centro de Porto Alegre bradando seu grito de "Grêmiooooo", o clube mostra que entre gremistas não há espaço para o racismo.

Destacando Adão Lima, jogador do Grêmio entre 1926 e 1935, o clube quer celebrar o orgulho de ser inclusivo. Recordando Aírton "Pavilhão", Alcindo, Juarez "Tanque", Ortunho, Dener e tantos outros, o Tricolor gaúcho encontra energia para a batalha contra o preconceito. Preconceito vencido por Marianita, atleta gremista que lutou contra a proibição da modalidade no Brasil.

O Grêmio quer que a estrela em sua bandeira, homenagem ao primeiro jogador gaúcho a ser campeão do mundo em 1970, Everaldo, sirva de guia luminoso para o fim do racismo. Que o Flecha Negra, o Tarciso, jogador que mais atuou com a camisa do Grêmio (1973 até 1985), ídolo que inspirou a criação do novo mascote, seja o símbolo do vetor antirracista.

Esses ídolos inspiraram ações concretas. O Projeto Clube de Todos promove capacitações entre seus colaboradores e jogadores. Deixa claro que o racismo não tem espaço no Grêmio e orienta como agir contra aqueles que o cometem. Promove eventos com especialistas e palestras em escolas com o Observatório da Discriminação Racial no Futebol, assumindo sua responsabilidade além das quatro linhas. Divulga campanhas e tem estrutura para punição.

A luta é longa. Exige coragem e persistência. Se cada clube admitir que existe racismo, um dia teremos o fim do preconceito. Batalhas serão perdidas. Mas a força dessa torcida azul, preta e branca ganhará a guerra. 

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