segunda-feira, 26 de agosto de 2024


26 de Agosto de 2024
INFORME ESPECIAL - Rodrigo Lopes

Ações calibradas para evitar a guerra total - por enquanto

Letramento racial

A Escola Superior da Magistratura do Estado (Ajuris) e o Instituto Cidadania Cabanellos realizam o primeiro curso sobre letramento racial. Trata-se de uma abordagem necessária e aguçada sobre o racismo na iniciativa privada. A ideia é enfrentar a temática para sensibilização nos ambientes de trabalho, formando líderes que abordem o assunto dentro das organizações. Vai de 3 a 24 de setembro. Informações em escoladaajuris.org.br/cursos. _

Em muitos aspectos, a troca de fogo entre Israel e a guerrilha extremista Hezbollah, ontem, guarda semelhanças com aquela chuva de drones lançada pelo Irã, em abril. São ações controladas, de ambos os lados, com número reduzido de baixas, que podem ser observadas como um ensaio para um conflito de grandes proporções e para testar o adversário; ou para dar uma resposta aos públicos internos, em geral facções conservadoras, também dos dois lados, e evitar, assim, a guerra total.

Aposto na segunda opção. No caso do Hezbollah, os foguetes lançados pelo grupo fundamentalista islâmico, um poder paralelo no Líbano, foram ainda mais facilmente neutralizados pelo Domo de Ferro, o poderoso sistema antiaéreo israelense. Trata-se dos Katiucha, que Israel conhece bem, disparados à exaustão na guerra de 2006 pelos extremistas - e muito arcaicos. O próprio uso desses foguetes já é um indicativo de que o Hezbollah fez ataques calibrados a fim de evitar a ira de Israel. Os disparos foram retaliação ao bombardeio israelense que eliminou, em Beirute, Fuad Shukr, braço direito de Hassan Nasrallah.

O fato de ter sido uma espécie de escaramuça não significa, no entanto, que não tenha repercussões: se, por um lado, o Hezbollah entende que vingou a morte de seu número 2, ainda faltam outros atores retaliarem Israel: os houthis, pelo ataque ao porto de Hodeidah, no Iêmen, e o próprio Irã, pela eliminação, em seu território, do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em julho.

O triste ciclo de ação e reação segue em marcha. _

Entrevista - Antônio Barbalho

"Objetivo é alavancar o máximo de recursos"

Litoral Norte

O Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar) lançou manifesto sobre a construção de uma tubulação que levará efluentes desde Xangri-lá até o ponto de descarte final da rede, na bacia do Rio Tramandaí. O tema vem agitando as comunidades do Litoral Norte. Os pesquisadores apontaram que, mesmo realizado o tratamento do esgoto, parte dos contaminantes ainda seria descartada nas águas do Rio Tramandaí. _

Chefe da Global Agência Multilateral de Garantia de Investimentos do Banco Mundial, Antônio Barbalho esteve no RS para apresentar soluções de arquitetura técnica, financeira e legal com empresas e entes financiadores para mitigar efeitos das mudanças climáticas.

Como reconstruir melhor?

O custo de reconstrução do RS é tão grande que vai levar tempo e consumir muitos recursos. O governo federal não tem esse recurso. Ninguém tem. O problema é trabalhar a reconstrução da cadeia produtiva para poder, então, arrecadar impostos. O governo do Estado vai precisar dessa certeza. O empresariado está pedindo isso. Naturalmente, você tem de olhar para Porto Alegre e tentar resolver as questões de reconstrução da cidade e repensar a maneira como se irá lidar com a questão hídrica. Porque, como está, ficou provado que não funciona.

Órgãos como o Banco Mundial irão ajudar?

O BNDES vai financiar tudo o que precisa? O BRDE também? Pouco provável. Mas existem mecanismos que ajudam a alavancar recursos, principalmente de organismos multilaterais, como Banco Mundial e BID. É um recurso vinculado a certo tipo de empréstimo. Já fiz isso em muitas partes do mundo. O objetivo é alavancar o máximo de recursos possível para fazer a reconstrução do Estado, da cadeia produtiva do Estado, da infraestrutura social, do dia a dia das pessoas. E preparar as cidades, olhando para frente.

Com criatividade.

É preciso pensar fora da caixa. A maior parte dos profissionais, talvez, não esteja acostumada a isso: pensa mais no que está disponível na Faria Lima ou no Ministério da Fazenda. Estou falando muito além disso: de se pensar como lá fora. Se é possível fazer com que um dólar que a gente emprega em um projeto na África seja alavancado e transformado em três, por que não posso fazer isso no Brasil? Posso, mas, para isso, é necessário ajustar a maneira de se pensar. _

Canja e resiliência

Programa para retomada cultural

O Ministério da Cultura abriu inscrições para o Programa Bolsa Retomada RS, que vai beneficiar artistas, produtores, fazedores e agentes culturais com bolsas de R$ 2.250.

A iniciativa é realizada em parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) e Faurgs. Inscrições seguem até 6 de setembro.

A ação é destinada a artistas de 95 cidades atingidas pela enchente. Mais informações em bit.ly/retomacultura. _

O governador Eduardo Leite não só curtiu, ao lado do marido Talis Bolzan, a primeira noite de shows do espetáculo Sou do Sul, na 47ª Expointer, no sábado, como também entoou ao microfone um trecho do Canto Alegretense. _

INFORME ESPECIAL

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