quarta-feira, 18 de setembro de 2024


18 de Setembro de 2024
INFORME ESPECIAL - Vitor Netto

O discurso de Lula na ONU sobre o clima

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará a partir de domingo da 79ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York (EUA). Lula é um dos primeiros a discursar na Cúpula do Futuro. Entre diversos assuntos que devem estar nas conversas com lideranças internacionais, como Venezuela, combate à fome e desigualdade, o presidente deve tratar sobre as mudanças climáticas.

Contudo, o Brasil vive um dos piores momentos no enfrentamento do clima, com seca e queimadas se alastrando há dias por diversas regiões. Para Andrea Santos, professora do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (COPPE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o que está acontecendo no país pode descredibilizar a fala de Lula durante o evento:

- É algo que põe em risco. Os líderes do mundo vão estar apresentando as suas ações para combater as mudanças climáticas e entendemos que temos um déficit bem grave.

Conforme ela, embora o governo tenha alcançado bons índices no desmatamento, há ações orquestradas e criminosas que estão gerando queimadas no país.

- Esses eventos extremos estão cada vez mais graves e passa uma certa mensagem que o Brasil não se preocupou com a fiscalização e controle, e que não faz prisões e multas. Provavelmente ele vai ser questionado sobre isso - disse à coluna.

Para a professora, Lula precisará mostrar liderança na fala do enfrentamento climático.

- Precisa evidenciar uma tomada de ação imediata, mostrar as ações no combate ao desmatamento e avanços no Plano Clima. E precisa reconhecer as falhas existentes e mostrar interesse em resolver os problemas - completa. _

Autoridade

Nas últimas semanas, o governo discute a criação de uma Autoridade Climática. O cargo teria como propósito a atuação junto às mudanças do clima e em ações para combater as queimadas.

- Tem de ser alguém ligado à Casa Civil e tem de ser técnico. Então, um cientista com capacidade política, com capacidade de planejamento - disse Andrea Santos.

A ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) também participará da Cúpula do Futuro. Fernando Haddad (Fazenda) participa da Climate Week NYC (Semana do Clima). Outros cinco titulares estarão na comitiva.

Estação analisa menores partículas

O RS conta com apenas uma estação de monitoramento com a capacidade de analisar menores partículas inaláveis do ar e nocivas à saúde. A estrutura fica no Polo Petroquímico de Triunfo e é operada pela Braskem, em parceria com a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).

A estrutura conta com a capacidade de analisar partículas inaláveis menores do que 2,5 micra (MP2,5) - o parâmetro mais restritivo a ser monitorado conforme recomendação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

As diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2021 apontam que tanto a MP2,5 quanto a MP10 (outro parâmetro) são capazes de penetrar nos pulmões, sendo que a MP2,5 pode entrar até na corrente sanguínea.

Além da estrutura de Triunfo, a Fepam conta com outras quatro estações: em Canoas, Esteio, Gravataí e Guaíba. _

Cerca de 300 mil toneladas de lixo

O aterro sanitário da CRVR em Minas do Leão, na região Carbonífera, começou a receber desde maio os resíduos da enchente de sete municípios gaúchos.

A estimativa do aterro é de que o volume total de resíduos destinados e tratados pela unidade chegue a 300 mil toneladas.

Além de Porto Alegre, as cidade de Guaíba, Santa Cruz do Sul, Estrela, Venâncio Aires, Montenegro e Pareci Novo também estão encaminhando os entulhos das cheias para Minas do Leão. _

Navio de oito décadas

A Marinha do Brasil colocou o navio de guerra mais antigo do mundo, o Monitor Parnaíba, a serviço da Operação Ágata Oeste 2024. A ação está em atividade nas faixas de fronteira do Mato Grosso (MT) e Mato Grosso do Sul (MS).

O Monitor Parnaíba foi lançado em 1937 e atua em abordagens marítimas para contribuir na segurança da população.

A operação Ágata Oeste integra o Programa de Proteção Integrada de Fronteiras (PPIF), do governo federal. 

INFORME ESPECIAL

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