segunda-feira, 5 de agosto de 2024


05 de Agosto de 2024
POLÍTICA E PODER - Rosane de Oliveira

Política e poder

Partidos escolhem vices que não acrescentam votos novos

Adiló disputa reeleição em Caxias com Néspolo de vice

Com o encerramento do período de convenções, convém olhar com atenção as chapas completas e não apenas o titular. Porque a figura do vice, muitas vezes tratada como decorativa, deveria ser vista com a responsabilidade que o cargo impõe e não apenas como uma imposição do partido aliado. Nunca é demais lembrar que o vice substitui o titular em caso de morte ou impedimento.

Nos Estados Unidos, a vice-presidente Kamala Harris foi indicada pelos democratas por ser mulher, negra, senadora, promotora de Justiça. Teve um desempenho discreto ao longo do mandato, mas estava pronta para assumir a candidatura quando o presidente Joe Biden mostrou que não tinha condições e foi pressionado a desistir.

No Brasil, o presidente Lula se elegeu três vezes tendo como vice um político mais liberal do que ele, capaz de acrescentar votos que não teria: o empresário José Alencar em 2002 e 2006 e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin em 2022.

Alencar, um dos barões da indústria têxtil, foi decisivo para quebrar a desconfiança de setores empresariais que temiam a implantação do comunismo com Lula. Alckmin ajudou a conquistar votos entre eleitores que não gostam do PT, mas não queriam saber de Jair Bolsonaro.

A vice do prefeito Sebastião Melo (MDB), Betina Worm, foi escolhida pelo PL, mais especificamente por seu presidente municipal, Luciano Zucco. Dado o perfil dos adversários, não acrescenta um voto que Melo já não tivesse.

O mesmo se pode dizer da vice de Maria do Rosário, Tamyres Filgueira, indicada pelo PSOL. É uma escolha em nome da diversidade (uma mulher negra), mas Tamyres não traz para a chapa votos novos, até porque não há candidatos viáveis à esquerda de Rosário.

Não é diferente o caso de Felipe Camozzato, que terá como vice Raqueli Baumbach, empresária do ramo da gastronomia. Raqueli também é novata na política, o que tem prós e contras, mas mantém o Novo restrito ao seu próprio círculo.

Juliana Brizola (PDT) é quem tem um vice de perfil diferente do dela. O médico Thiago Duarte entra em áreas em que a neta de Leonel Brizola não transita. _

Sem a presença do governador Eduardo Leite e da presidente estadual do partido, Paula Mascarenhas, o PSDB e seu parceiro de federação, o Cidadania, aprovaram por aclamação a candidatura do prefeito Adiló Didomenico à reeleição em Caxias do Sul, tendo Edson Néspolo (União Brasil) como vice. A coligação conta ainda com Republicanos, PRD e Democracia Cristã.

Néspolo, que disputou as eleições de 2016 e 2020, disse que foi convidado por outros partidos, mas decidiu ficar ao lado do prefeito:

- Estou aqui porque aqui tem ternura e tem firmeza. Esta não é hora para extremismo nem aventura. _

Jairo Jorge concorre em Canoas com o apoio de 12 partidos

Apoio a Juliana racha federação

Apesar de PSDB e Cidadania formarem uma federação, o apoio dos tucanos à candidata do PDT, Juliana Brizola, rachou o grupo que vive um casamento de aparências. O Cidadania decidiu continuar apoiando o prefeito Sebastião Melo. O tempo de TV, no entanto, vai para Juliana, já que oficialmente os dois partidos têm personalidade jurídica única.

Na votação entre os membros da executiva da federação partidária sobre quem apoiar, foram sete votos favoráveis a endossar a candidatura de Juliana e quatro contrários. A divisão é proporcional ao tamanho dos dois partidos na executiva.

Os candidatos a vereador pelo Cidadania já haviam ajudado a implodir a candidatura de Nelson Marchezan (PSDB). _

Marroni vai para a sexta tentativa em Pelotas

Vinte e quatro anos depois de ter sido eleito prefeito de Pelotas, o ex-deputado federal e estadual Fernando Marroni disputará sua sexta eleição para o cargo. Marroni concorreu, sem sucesso, em 1996, 2004, 2008 e 2012.

A vice será a professora e musicista Dani Brizolara, do PSOL. A coligação é formada por cinco partidos: PT, PCdoB, PV, Rede e PSOL. _

Por que um prefeito que teve problema atrás de problema, sendo o maior deles uma enchente sem precedentes, resolve tentar o quarto mandato? O prefeito Jairo Jorge (PSD), de Canoas, responde:

- Por amor à cidade e porque preciso reconstruir Canoas. Este mandato foi atípico. Assumi na pandemia. Quando as coisas estavam começando a andar fui afastado por um ano pela Justiça. Voltei, parecia que a cidade estava entrando no prumo e me afastaram de novo, por 130 dias. Reassumi no dia 2 de abril e, um mês depois, veio a enchente. Não posso me omitir.

Jairo Jorge concorrerá pela Coligação Amar Canoas (Aliança Municipal para Avançar e Reconstruir), composta por 12 partidos (PSD, PT, PCdoB, PV, Rede, PDT, PSDB, Cidadania, Podemos, PSB, Avante e Agir) e terá como vice a professora e vereadora Maria Eunice Wolf (PT). 

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