segunda-feira, 7 de dezembro de 2020



07 DE DEZEMBRO DE 2020
+ ECONOMIA

Gigante com 91 andares 

A prefeitura de Taquara, no Vale do Paranhana, recebeu um pedido de análise de viabilidade para a construção de um prédio com 91 andares. O edifício englobaria tanto espaços comerciais quanto residenciais.

Secretário municipal de Planejamento e Urbanismo, Paulo Möller reconhece que o tamanho do projeto, que teria a participação de empreendedores da região, é "surpreendente". A estrutura prevista contempla, por exemplo, conjunto comercial com 20 lojas, 162 vagas de estacionamento e 28 unidades habitacionais (uma por andar), além de outras 28 no estilo loft, do 35º ao 91º andar.

- Recebemos o pedido na semana passada. É o primeiro passo para sabermos se existe viabilidade ou não. É um prédio bem atípico não só para a cidade, mas para o Estado também - afirmou o secretário à coluna.

RESPOSTAS CAPITAIS | "A indústria fez a parte dela. Reagiu"

Rafael Cagnin, Economista do Iedi

Depois de amargar tombo de 13% entre abril e junho, a indústria nacional se destacou ao crescer 14,8% no terceiro trimestre. A retomada após o início da pandemia ajudou o Produto Interno Bruto (PIB) a subir 7,7% de julho a setembro. Em entrevista à coluna, o economista Rafael Cagnin, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), avaliou o resultado e o cenário para as fábricas no país. Leia, a seguir, os principais trechos.

A indústria teve contribuição positiva no PIB do terceiro trimestre. O que explica a alta?

A pandemia gerou base de comparação muito baixa. Isso favoreceu uma taxa tão alta de recuperação, não só para a indústria, mas para o PIB em geral. A indústria fez a parte dela. Reagiu a ponto de compensar a queda anterior. Conseguiu adotar protocolos de segurança sanitária que permitiram a retomada. Outro fator é a demanda interna com base em programas do governo. O auxílio emergencial é direcionado para a compra de produtos como alimentos, bebidas e itens de higiene pessoal. Além disso, há uma taxa de câmbio mais competitiva. Ela não favoreceu, necessariamente, a exportação, porque o comércio internacional está em contração, mas ajudou no processo de substituição de importações. Com os produtos importados em nível mais caro, quem podia buscar um fornecedor nacional para fazer pedidos, fez isso. Por ora, a reação é muito heterogênea.

Por quê?

Há faixas de empresas que não conseguiram sair ainda do negativo. Na indústria automobilística, por exemplo, falta muito para a retomada de padrões anteriores. A pandemia prejudicou muito, mas a primeira etapa da recuperação foi cumprida. A questão agora é saber qual será o nível de crescimento daqui para a frente. A gente não pode retornar ao padrão de baixíssimo crescimento de 2017 a 2019. Isso não leva a gente a lugar nenhum.

Como descreve o cenário para o setor?

É muito confuso, muito incerto. Tem a questão epidemiológica, com aceleração no número de casos de coronavírus antes das festas de final de ano e das férias. Além disso, há uma incerteza sobre o que vai acontecer com as medidas emergenciais no ano que vem. Se programas como o auxílio emergencial forem extintos na virada do ano, podemos ter uma nova desaceleração do crescimento. Organizações internacionais, como FMI, Banco Mundial e OCDE, estão enfatizando a importância de se manter medidas emergenciais, ajustando, obviamente, à necessidade. O problema da covid-19 só vai ser resolvido quando todos os países tiverem a maior parte da população vacinada. A chance de ficarmos sem nenhum tipo de estímulo na mudança de calendário, após 31 de dezembro, traz risco importante. Pegaria todo mundo, incluindo a indústria.

Por outro lado, há algum sinal animador para os próximos meses?

Também existem sinais favoráveis do ponto de vista do desenvolvimento de vacinas. À medida que os países conseguirem avançar na agenda de imunização, irão favorecer a retomada da economia mundial. Consequentemente, melhoraria nosso quadro de exportações.

LEONARDO VIECELI - INTERINO

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