sábado, 16 de julho de 2022


16 DE JULHO DE 2022
OPINIÃO DA RBS

O PACTO AVANÇA

É gratificante constatar que o Pacto pela Educação, lançado há um mês e meio para contribuir com a melhoria da qualidade do ensino público no Estado, avança para materializar os seus propósitos. Uma verdadeira reviravolta na aprendizagem exige que as várias boas iniciativas e intenções que sempre existiram se efetivem, vencendo obstáculos de várias naturezas, como os burocráticos.

Desde a apresentação do movimento, 156 propostas chegaram ao site pactopelaeducacao.org e algumas delas foram apresentadas em um encontro realizado na quinta-feira, no auditório do Ministério Público, na Capital. O evento reuniu os criadores da iniciativa, voluntários que se engajaram ao projeto, estudantes e lideranças sociais e comunitárias.

É alentador que, em poucas semanas, o pacto some mais de 1,3 mil assinaturas de apoiadores do manifesto que apresenta os objetivos e 315 cidadãos que decidiram participar de forma ativa, para colocar as ideias em prática. As propostas apresentadas versam sobre melhora na infraestrutura das escolas, conectividade, valorização e formação continuada dos professores e avaliação do impacto da docência sobre a aprendizagem, entre outros pontos.

O Pacto pela Educação, é importante lembrar, consiste em uma mobilização colaborativa, especialmente de pessoas físicas, voltada a reverter o risco de comprometimento do futuro da atual geração de crianças e jovens nas salas de aula. Além do agravamento da situação da educação no Estado nas últimas décadas, escancarado nas provas de avaliação, a pandemia tornou a guinada ainda mais desafiadora e, por outro lado, inadiável. A intenção é contribuir para dar um salto nas condições materiais e de ensino nos colégios que serão auxiliados, mas sem ferir a autonomia das escolas.

Atitudes do gênero merecem amplo apoio e adesão da sociedade, além de cooperação do poder público. Já está claro que, por mais bem-intencionados que sejam governantes e gestores, a tarefa de dar um salto na qualidade do ensino do Rio Grande do Sul tem de ser coletiva. Também não basta que as propostas apresentadas tenham méritos indiscutíveis, elas têm de ser exequíveis. E é essencial que se criem instrumentos de acompanhamento e avaliação quando forem tiradas do papel. 

Seus resultados, da mesma forma, terão de passar por aferição periódica, para possíveis aperfeiçoamentos ou correções de rota. É de extrema relevância ainda que seja uma iniciativa perene e passe a ser percebida como um mecanismo auxiliar às políticas de Estado, imune a trocas de governo. Uma das próximas etapas, agora, será definir os projetos prioritários que possam ter operacionalização imediata. É imprescindível manter a mobilização, e para isso o cumprimento de cronogramas tem um significativo simbolismo, por reforçar a credibilidade.

Não há novidades no diagnóstico de que recuperar a qualidade da educação é a chave para o Estado retomar o caminho de um desenvolvimento econômico mais robusto e combater a indecorosa desigualdade social. O que falta, sem dúvida, é partir para a ação.

 

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