terça-feira, 26 de julho de 2022


26 DE JULHO DE 2022
DIA DOS AVÓS

Conexão que beneficia os dois lados

O contato e a troca de experiências são considerados benéficos tanto para netos quanto para avós, que podem aproveitar a curiosidade e a facilidade - comuns às crianças - de aprender sobre tecnologias. Quem afirma é a professora de Pedagogia e dos cursos de Licenciatura da UniRitter, Denise Ceroni. Com essa conexão, de acordo com ela, os idosos conseguem desenvolver o pensamento digital de uma forma mais natural - e é neste ponto que se constrói um vínculo importante.

- Mesmo as crianças pequenas ensinam os avós, que podem ter uma resistência maior e até dificuldades maiores, mas, com a relação com os netos, isso se torna mais divertido e acaba sendo naturalizado - observa.

- Então, eles aprendem com as crianças de uma forma muito mais prazerosa e amistosa do que com outro adulto, e isso vai quebrando a resistência que alguns idosos podem ter para aprender coisas novas - explica a docente, que é doutora em Educação e especialista em psicopedagogia.

Denise ressalta que, para as crianças, ensinar alguém é divertido e traz uma sensação boa.

Tecnologia ajuda a manter os laços de afeto entre gerações

Os períodos de até duas semanas sem ver ou falar com a avó foram amenizados quando Nathalia Vargas Conceição, 11 anos, ensinou para Rosa Bock, 63, os diferentes recursos do WhatsApp. Agora, elas podem até não se encontrar pessoalmente, já que não residem na mesma cidade, mas não ficam sem conversar - e hoje, no Dia dos Avós, o bate-papo estará garantido.

- A gente sempre se fala. Não todo dia, mas sempre algum dia na semana. Ligo, mando mensagem, pergunto como está. Isso me aproximou bastante dela, porque a gente começou a se falar com mais frequência - conta a menina, que é moradora de Canoas.

De acordo com Nathalia, às vezes Rosa pede para aprender algo novo, mas, em outras situações, ela mesma percebe as dificuldades e se oferece para ajudar. Um desses exemplos é o aprendizado mais celebrado pela avó: o uso do assistente virtual do smartphone por comando de voz.

- Eu vi que ela demora muito para escrever e pesquisar, aí resolvi ensinar. O microfone do Google ajudou bastante e ela só usa aquilo agora, no WhatsApp também, ela não digita, só fala - afirma a menina, destacando que sempre gostou de ensinar as coisas para Rosa e que ensina para os outros avós também.

Mãe do padrasto de Nathalia, Rosa mora em Esteio e convive com a menina desde que ela tinha cinco anos. A aposentada se derrete ao apontar como Nathalia é inteligente e paciente ao explicar como se usa cada recurso. Também cita outros ensinamentos: apagar quando manda algo errado no WhatsApp e pesquisar o nome dos filmes nas plataformas de streaming, para achar o desejado com mais facilidade.

Na pandemia, assim como muitas pessoas, Rosa usou o aplicativo de mensagens para conversar com a família, sempre seguindo as orientações e dicas de Nathalia. E acredita que essa experiência tem aproximado as duas:

- Ela está me ensinando e eu estou curtindo aquele momento com ela, aprendendo com ela, porque é uma troca. Às vezes, a gente não tem tanto recurso para aprender as coisas que, para eles (crianças e jovens), são mais fáceis. E é um carinho só, é bem bacana, acho que nos aproxima muito.

Mãe de Nathalia, Claudia Cassiana Costa Vargas Santana, 38 anos, também enxerga essa aproximação com os outros avós. Relata que, como a menina costuma ficar na praia com Rosa de dezembro a março, sentiu a necessidade de ensinar também a avó materna a usar o Instagram, para que pudesse ver as atividades da neta nas férias.

JHULLY COSTA

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