segunda-feira, 29 de agosto de 2022


29 DE AGOSTO DE 2022
ARTIGOS

CIGARRO ELETRÔNICO TAMBÉM É CIGARRO

Hoje é o Dia Nacional de Combate ao Fumo. A redução no número de fumantes na população adulta brasileira, hoje em torno de 10%, é um motivo para comemorar. Por outro lado, o uso do cigarro eletrônico por um em cada cinco jovens causa grande preocupação. Apesar de proibido no Brasil desde 2009, o chamado vape pode ser comprado tanto na internet como em algumas lojas físicas.

Na realidade, é uma versão do cigarro em uma "roupagem" mais tecnológica e não é inofensivo à saúde. No cartucho do aparelho está presente a nicotina, em doses que podem ser extremamente altas - muitas vezes acima do descrito na embalagem -, causando dependência. Há ainda inúmeras outras substâncias irritantes ao organismo, algumas delas cancerígenas.

Embora os efeitos do uso do vape em longo prazo não sejam totalmente conhecidos, sabe-se dos efeitos nocivos da nicotina ao sistema cardiovascular. Agudamente, o vapor pode causar constrição dos brônquios, tosse e piorar a evolução de doenças respiratórias prévias. Partículas muito pequenas do vapor chegam aos alvéolos pulmonares e podem, através da corrente sanguínea, atingir outros órgãos do corpo.

Em 2019, uma nova doença, associada ao uso do cigarro eletrônico - que recebeu o nome de evali - foi descrita nos EUA. Mais de 2,8 mil casos de lesão pulmonar aguda grave, principalmente em jovens, foram relatados. A maioria necessitou de internação em UTI e ventilação mecânica. Cerca de 260 morreram. Também há vários relatos de explosões de baterias de cigarros eletrônicos, causando queimaduras, lesões de pele e até fratura de vértebra.

O cigarro eletrônico também não é uma alternativa para quem quer parar de fumar, pois cerca de 80% das pessoas que o utiliza acabam viciadas nele depois de um ano. Tratamentos eficazes, seguros e que quebram o ciclo de dependência à nicotina estão disponíveis para abordagem do tabagismo.

Cigarro eletrônico também é cigarro. É urgente que se iniba sua comercialização. É o momento de pais, professores e profissionais de saúde se unirem na campanha para proteger crianças e jovens desta nova cilada!

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