sexta-feira, 9 de agosto de 2024



09 de Agosto de 2024
INFORME ESPECIAL - Rodrigo Lopes

Dois pesos, duas medidas

Herdeiro do Palácio de Miraflores, Maduro erigiu uma estrutura de poder que, aos poucos, abocanhou as demais instituições. Mas, ainda assim, o Brasil seguiu respaldando as ações autoritárias, evitando caracterizar o regime como uma autocracia e desfraldando o tapete vermelho para o líder venezuelano. Nas semanas anteriores à eleição no país vizinho, Lula disse estar assustado em relação à promessa de Maduro de que haveria um banho de sangue, caso perdesse a disputa. Passado o pleito do dia 28 de julho, primeiro afirmou não ver nada grave, enquanto o governo empurra com a barriga uma tomada de posição, pedindo a divulgação das atas.

No caso nicaraguense, a esquerda brasileira (e latino-americana) sonhou e viveu a Revolução Sandinista de 45 anos atrás, que derrubou a ditadura de direita de Anastasio Somoza. Líder do movimento, Daniel Ortega, em segundo mandato, foi mordido pela mosca azul: sucumbiu à tentação de muitos outrora heroicos revolucionários que, ao assumirem, entronam-se no poder. Lula foi próximo de Ortega, mas mantém relação cada vez mais distante no atual governo.

Mais um ponto de enregelamento ocorre agora, diante da notícia de que o governo nicaraguense decidiu expulsar o embaixador brasileiro Breno de Souza da Costa, depois que o diplomata, sob orientações do Itamaraty, não compareceu à cerimônia de aniversário da Revolução Sandinista. No pano de fundo, o desconforto de Ortega devido à tentativa de mediação de Lula para a libertação do bispo católico Rolando José Álvarez, a pedido do papa Francisco. O Brasil cobra explicações sobre o caso do embaixador, e as relações estão congeladas.

Há diferenças de tratamento entre Venezuela e Nicarágua. No caso venezuelano, a situação é mais sensível para o governo brasileiro. Os dois países são mais próximos geograficamente - compartilham uma porosa fronteira terrestre nos Estados de Roraima e Amazonas. Uma guerra civil no país vizinho significa, certamente, um fluxo ainda maior de refugiados para o Brasil. Sob delegação dos EUA, o Brasil é considerado o interlocutor natural da crise. Daí, a postura do Itamaraty de não romper relações com Caracas, buscar manter os canais diplomáticos ativos e o diálogo com a oposição.

No caso da Nicarágua, a relação é mais distante - não só porque Ortega já é mera efígie da Revolução, mas também porque o endurecimento do regime mexe com uma dinâmica geopolítica muito mais relacionada com os vizinhos centro-americanos, como Honduras, Costa Rica e Panamá. Além disso, esse é entendido como um problema que está na alçada dos Estados Unidos - e não do Brasil. _

Presente de São Paulo para Porto Alegre

Capital em ação com São Leopoldo

Como noticiado em Zero Hora em maio, havia um convênio entre a União e o município para que o órgão federal realizasse os serviços, contudo, o acordo foi rompido em 2015.

Agora, Porto Alegre entra com o pedido para "apoiar" São Leopoldo na ação, requisitando responsabilização da União no enfrentamento da enchente.

- O resultado nos interessa, pois o que acontece lá repercute aqui - explica o procurador-geral adjunto de Domínio Público, Urbanismo e Meio Ambiente, Nelson Marisco. - A União é responsável por conceder recursos.

O pedido aguarda decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). _

Mudanças climáticas elevaram em 40% chance de fogo no Pantanal

A iniciativa foi de professores da comunidade Redelê, em parceria com a Associação Quatro Cinco Um.

A Secretaria Municipal de Educação (Smed) recebeu os itens, que foram distribuídos para 14 escolas próprias e seis parceirizadas com o apoio de militares e caminhões da Marinha. _

Médicos do RS elegem Chapa 2

TJ-RS garante medalha de bronze

Os médicos Carlos Sparta e Gerson Junqueira, titular e suplente, respectivamente, foram eleitos representantes do RS no Conselho Federal de Medicina (CFM). Eles são integrantes da Chapa 2 (Autonomia - Valorização - Respeito).

A eleição ocorreu entre terça e quarta-feira. Os mandatos, que começam em outubro, são de cinco anos. 

A migração de mais de 10 milhões de processos para a nuvem durante a enchente rendeu destaque internacional para o TJ-RS. O órgão ficou em terceiro lugar entre 20 cases na Expojud USA 2024, evento com foco em transformação digital no setor da Justiça, nos EUA. Com essa migração, o TJ foi o único tribunal do Judiciário do RS que não saiu do ar. _

Um estudo feito pelo World Weather Attribution (WWA) aponta que as mudanças climáticas agravaram em 40% as condições que levaram aos incêndios em junho no Pantanal.

O relatório também mostra que os focos estão de quatro a cinco vezes mais prováveis que ocorram do que antes.

A mesma organização internacional apontou, em junho, que a mudança climática dobrou a chance de chuva extrema no RS. Também há dois gaúchos no grupo: João Biehl e Miqueias Mugge, que atuam na Princeton University. 

INFORME ESPECIAL

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