23
de abril de 2014 | N° 17772
CARLOS
GERBASE
O que escrevi
Esta
é a minha décima terceira coluna, o que significa um ano inteiro escrevendo
aqui na ZH. Recapitulando: na primeira coluna, listei o que não escreveria e,
na segunda, o que os leitores da primeira coluna sugeriram que eu escrevesse,
já que minhas dificuldades eram evidentes. Agora, é o momento de conferir se
cumpri as minhas promessas e se atendi às recomendações.
Quanto
aos itens interditados pelo próprio jornal, fui bastante cumpridor. Não falei
de futebol, não escrevi ficção, não usei palavrões (salvo os de uso corrente no
próprio jornal e os largamente utilizados no programa Sala de Redação), não fiz
críticas a filmes ou livros, não publiquei crônicas de qualquer espécie, muito
menos de autoajuda. Obedeci também aos conselhos dos leitores e não escrevi
sobre hienas e desgraças.
Recebi
as seguintes pautas: cinema, rock, tocar bateria, dar aulas, histórias
cavernosas sobre meus amigos, reuniões de condomínio, política, trânsito,
razões para viver, a inutilidade das regras, mistérios da vida após a morte,
Malba Tahan, a origem dos chatos e o Tio Chico. Segui imediatamente uma das
pautas: falar do Tio Chico, o que salvou minha terceira coluna.
Cinema
e rock foram motivos de quatro colunas. Cinco, se séries de TV podem ser
consideradas uma espécie de cinema (acho que Breaking Bad pode). Espero que os
meus caros leitores considerem esse porcentual de aproveitamento de pautas
(50%, contando a do Tio Chico) ao menos razoável. A outra metade é toda culpa
minha. Percebi que alguns temas foram especialmente impopulares: apenas uma
manifestação no Facebook sobre a décima segunda coluna, a que considero a mais
interessante, comparando os livros de J.H.Dacanal e de E.O.Wilson. Em
compensação, a que escrevi sobre um radinho que deixou de funcionar foi um
grande sucesso (pelo menos no Facebook).
Sendo
assim, preparem-se, meus raros e caros leitores: neste segundo ano, vou tentar
falar mais de bacanal do que de Dacanal, o que já me aponta o caminho para o
item “histórias cavernosas dos meus amigos”. Quanto ao E.O.Wilson, vou deixá-lo
em paz com suas formigas e seus ensinamentos sobre o altruísmo humano. Ninguém
está interessado. Só eu. Mas confesso: todo mês tenho que me segurar pra não
escrever sobre hienas.