sábado, 16 de setembro de 2023


16 DE SETEMBRO DE 2023
DADOS DO IBGE

Serviços lideram avanço entre setores da economia gaúcha

Alta registrada pelo segmento foi de de 7,2% no Estado entre janeiro e julho de 2023, mesmo após desaceleração recente

Com ambiente de juro alto e consumo limitado ainda contaminando parte das atividades produtivas e de varejo, o setor de serviços segue puxando o avanço da economia gaúcha em 2023. No acumulado do ano até julho, o segmento manteve patamar de alta ante o mesmo período do ano passado. O comércio também segue no azul, mas com desaceleração mais acentuada, e a indústria não conseguiu sair do vermelho.

Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Cenário ainda marcado pela retomada após o choque da pandemia, renda prejudicada e falta de apetite do mercado externo são alguns dos fatores que explicam esses movimentos distintos, segundo especialistas.

Ramo mais representativo dentro da economia brasileira, o setor de serviços soma alta de 7,2% nos sete primeiros meses de 2023 no Estado. Mesmo com desaceleração no acumulado e queda de 0,6% em julho, o volume de serviços mantém o nível elevado ao longo do ano. A alta no agregado é puxada por segmentos como transporte e informação e comunicação.

A economista-chefe da Federação do Comércio de Bens e de Serviços (Fecomércio-RS), Patrícia Palermo, afirma que o setor de serviços apresentou queda maior no Estado em 2020, primeiro ano de pandemia, do que a média do país. A estiagem também afetou o RS naquele ano.

- Hoje, o que se observa no Brasil e no Rio Grande do Sul é uma desaceleração que mostra um setor ainda bastante resiliente, mas com taxas maiores aqui por essas questões ligadas aos efeitos da pandemia e da superestiagem de 2020, que afundaram as bases de comparação - analisa.

Varejo

O volume de vendas do comércio varejista também está no positivo em 2023 (1,3%), mas em nível ainda baixo e perdendo força no acumulado a cada mês que passa - apesar da alta de 2,1% em julho.

- A inflação elevada por muito tempo, as taxas de juros altas e a inadimplência que atingiu patamares relevantes acabaram reduzindo o impulso ao consumo que naturalmente seria dado por um mercado de trabalho potente como o que tivemos nos últimos dois anos - observa Patrícia.

ANDERSON AIRES

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