sexta-feira, 22 de setembro de 2023

 Gaúchas ampliam mercado de moda nos EUA

Fernanda criou marca de bolsas; Mariana e Leticia seguem passos da mãe
Fernanda criou marca de bolsas; Mariana e Leticia seguem passos da mãe
/PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Entrar no concorrido e exigente mercado da moda norte-americano já está na trajetória de duas marcas que têm em comum o comando de empreendedores gaúchos ou, melhor, gaúchas. A coluna Minuto Varejo conferiu, em Nova York, como a Volta Atelier, da designer de moda Fernanda Daudt, e a Maria Pavan, com as irmãs Leticia e Mariana Pavan à frente, mantêm a presença em duas das maiores feiras de vestuário e acessórios femininos do mercado dos Estados Unidos. 
As duas operações conquistam espaço e receita com produtos com design e diferenciação. No gigantesco Jacob Javits Center, na região do Hudson Yards, mesmo palco da NRF Big Retail's Show, que ocorre em janeiro mostrando inovações no varejo global, ocorrem desde essa quarta-feira até esta sexta-feira a Coterie (confecções) e a Magic (acessórios).
A Volta Atelier, com principal produto bolsas feitas com reciclagem de resíduos de couro da indústria calçadista gaúcha, está na área de acessórios, com espaço que a Carrano, marca brasileira, abriu para o design da empreendedora gaúcha, desde 2017 nos EUA. Fernanda criou a marca e tem seu mercado basicamente no país, vendendo a mais de 70 pontos físicos. "Apresentamos as coleções duas vezes por ano aqui (feiras). Temos contato com grandes players de mercado e trocamos experiência e aprendemos muito. É muito legal ver como cresce o espaço para marcas sustentáveis e com propósito como a Volta", valoriza a designer gaúcha.   
As irmãs Leticia e Mariana Pavan estão à frente da presença da marca criada pela mãe, Maria Luiza, há 40 anos. As coleções da Maria Pavan, em tricô feito em máquina industrial, batem ponto na Coterie desde 2018, com impacto decisivo no ritmo das exportações. "As vendas para os EUA cresceram 40% nos dois últimos anos", pontua Letícia, que cuida da área comercial da empresa familiar. 
As roupas femininas em tricô produzidas em uma fábrica na zona Sul de Porto Alegre, empregando cerca de 70 funcionários, hoje vão a 12 países, mas as compra do varejo norte-americano respondem por 90% do volume e das receitas da Maria Pavan, observam as duas irmãs.
Hoje o front externo responde por quase 40% da receita da marca. Mariana, que comanda a produção e criação de coleções, diz que a marca conquistou o mercado dos EUA sabendo dosar "sensualidade e estilo que agrade às americanas". "Fizemos adequação do produto", diz Mariana. "Tem o conservadorismo do estilo das clientes aqui, mostrado com sensualidade", acrescenta Leticia. 
A marca fica na área chamada de Edit, que valoriza o design diferenciado. O estande está sempre movimentado por compradores, entre os cerca de 45 atuais de diversos estados, e novos. A participação tem 50% de subsídio da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Segundo Leticia, a vantagem de estar no mercado dos EUA é conseguir melhores preços, mesmo com volume que não cresce muito. 

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