quinta-feira, 21 de dezembro de 2023


21 DE DEZEMBRO DE 2023
INFORME ESPECIAL

Novo ritmo no Consulado-Geral da Itália na Capital

Em abril de 2022 a coluna mostrou a frustração de gaúchos descendentes de imigrantes italianos que esperavam sem perspectivas para obter a cidadania do país de origem de seus antepassados. O quadro começou mudar em agosto do ano passado, com a chegada do novo cônsul-geral da Itália em Porto Alegre, Valerio Caruso (foto). Devido à grande demanda, a espera ainda é longa, admite Valerio. Mas a representação consular mostra números que indicam aumento significativo no ritmo de concessão de cidadania e emissão de passaporte.

Em 2021, o Consulado-Geral da Itália reconheceu "poucas centenas" de cidadanias. Neste ano já foram 4 mil, 77% acima de 2022. Para 2024, Caruso espera entre 4,5 mil e 5 mil. No caso dos passaportes, a média mensal no ano passado era de 300 por mês. Em 2023, chega a 1,1 mil.

Apesar do avanço da produtividade, Caruso pede paciência para quem procura os serviços do consulado. Afinal, assinala, são mais de 4 milhões de gaúchos com ascendência italiana que poderiam ter direito a cidadania.

- São mais ou menos 70 mil pessoas na espera e a fila está crescendo - diz Caruso, um jovem de apenas 34 anos.

Vinte meses atrás, após uma semana de tentativas, a coluna sequer conseguiu contato com o consulado. Após sua chegada, Caruso instalou um call center, promoveu a digitalização de documentos, fez concursos para a admissão de novos funcionários, desburocratizou processos e apostou na coleta remota de biometria para acelerar passaportes.

A espera é menor, mas segue grande. Quando assumiu, conta Caruso, atendia pessoas que deram início ao processo em 2008. Agora, chegou nos gaúchos que entraram na fila em 2013 e 2014. O tempo de espera, que era em torno de 15 anos, baixou para 10.

Ele lembra ainda que o processo administrativo no Consulado-Geral não é a única forma de buscar a cidadania. Uma das alternativas, mais rápida, é buscar por via judicial, com um pedido diretamente em um tribunal italiano.

- Esse período de espera deve ser um momento de aproximação com a Itália. Para aprender a língua, viajar para lá com passaporte brasileiro, entender melhor o país - avalia Caruso, que diz, após chegar ao Estado, ter compreendido melhor a sua própria identidade como italiano pelo contato com as comunidades formadas por grande número de descendentes de imigrantes.

CAIO CIGANA INTERINO

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