terça-feira, 15 de outubro de 2019


15 DE OUTUBRO DE 2019
+ ECONOMIA

Atividade econômica entra no positivo, mas com lentidão

Como a coluna registrou no final de setembro, a expectativa para o terceiro trimestre do ano está melhor do que a do período anterior. Divulgado ontem, o Indicador de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de agosto veio abaixo das expectativas mas finalmente conseguiu emplacar um dado positivo: 0,07% ante julho. No mês anterior, a variação havia sido negativa. Em relação ao mesmo mês de 2018, o resultado de agosto do IBC-Br ainda é de queda: 0,73%.

Como o período entre abril e junho foi dominado pelo risco de novo mergulho na recessão técnica, o clima das projeções mudou, mas o ritmo da economia ainda é baixo.

- Apesar de ter frustrado as expectativas de crescimento em agosto, porque o mercado esperava 0,2% e veio 0,07%, o IBC-Br sugere PIB positivo no terceiro trimestre - avalia André Perfeito, economista-chefe da corretora Necton.

Segundo Perfeito, ainda que não haja crescimento em setembro ante agosto -dado que será conhecido dentro de um mês - a variação trimestral, desconsiderados os efeitos do período do ano, será de 0,58%, ou seja, representará recuperação em relação ao trimestre anterior fechado. É bom lembrar que, ao contrário do PIB do IBGE, o IBC-Br do segundo trimestre foi de recuo de 0,14%.

Essa disparidade volta a trazer ao debate a expressão "prévia do PIB", espécie de apelido que o indicador do BC recebeu por tentar antecipar os resultados oficiais da atividade econômica.

- Mostra, em alguma medida, que o IBC-Br não é a melhor aproximação possível do PIB, mas também que os componentes da oferta doméstica estão reagindo à agenda microeconômica do governo - avalia Perfeito.

Em palestra recente, a economista-chefe da Fecomércio, Patrícia Palermo, ponderou que a "espetacularização da política" está retardando as reformas. Em consequência, torna mais lenta a reação. Por isso, Patrícia projeta, por exemplo, que o desemprego deve se manter em dois dígitos até meados de 2023. Antes dos atrasos, a estimativa era de que caísse ao menos um ano antes.

MARTA SFREDO

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