Lula tomou o lado da democracia
Provavelmente, este é o pior momento das relações entre os governos Lula e Nicolás Maduro, mas, quem almeja protagonismo no tabuleiro geopolítico, precisa tomar lado - o que implica arcar com as consequências.
Alinhado ideologicamente ao ditador, a quem estendeu o tapete vermelho no Planalto, o presidente brasileiro, até onde pôde, ficou em cima do muro, enquanto as instituições se esfarelavam na Venezuela.
A eleição de faz-de-conta de Maduro, três meses atrás, acelerou o processo: o Brasil exigiu a apresentação das atas eleitorais, que não vieram. Ato contínuo, o país articulou nos bastidores para que a Venezuela não entrasse no Brics. Houve "quebra de confiança" na relação, nas palavras de Celso Amorim, e o reino de Maduro convocou o embaixador em Brasília, uma demonstração de incômodo.
Ação e reação
Agora, em um gesto de um órgão de governo e não da diplomacia, a Polícia Bolivariana publicou uma imagem com a bandeira do Brasil e a silhueta de um homem que aparenta ser o presidente Lula com a seguinte provocação: "Quem se mete com a Venezuela se dá mal."
Em resposta, o Itamaraty, em nota, se disse surpreso com "o tom ofensivo". A crise não acabou, mas a diplomacia de Lula 3, forçosamente ou não, deu um passo à frente. Ficou do lado da democracia. Saiu maior.
Exemplos do Exterior para o RS
O governo do Estado lançou, nesta semana, o Plano de Desenvolvimento Econômico, Inclusivo e Sustentável. Dentro dele, que contém um diagnóstico completo do Rio Grande do Sul e estratégias com a finalidade de impulsionar o PIB e o crescimento econômico, cita exemplos similares a esse que foram colocados em prática no Exterior e que podem servir de exemplo para o RS.
Nashville, nos EUA
Melhoria da saúde, música e turismo, por meio de investimentos em infraestrutura e educação. O plano é de 2015 até 2040, com crescimento anual do PIB de 3%.
Hokkaido, no Japão
Ênfase no estímulo ao turismo, melhoria da produtividade agrícola e investimento em energia renovável, que deve ocorrer entre 2016 e 2025 e gerar um crescimento anual do PIB de 2,5%.
Cabo Ocidental, na África do Sul
Foco em agricultura, tecnologia e energia verde, com investimentos em infraestrutura e incentivos para startups. Operou entre 2019 e 2024, com meta de 3,5%.
Queensland, na Austrália
Expansão dos setores de mineração, turismo e agricultura, com foco na educação. O plano começou em 2014 e vai até 2044, com crescimento de 4% ao ano.
Índia
Estímulo à produção nacional e às exportações em produtos eletrônicos, farmacêuticos e automotivos. Teve início em 2020 e segue até hoje. Meta de expansão anual varia de 7 a 8% do PIB.
Coreia do Sul
Foco em inovação digital e crescimento sustentável, iniciado em 2020 e que segue até o ano que vem. O crescimento do PIB é de 4% ao ano. _
Seis livros para entender as eleições americanas
Às vésperas de uma das eleições mais disputadas da história americana, em que há empate técnico entre Kamala Harris e Donald Trump, a coluna recomenda algumas obras para compreender a política na maior potência econômica e militar do planeta. _
Uma Breve História dos Estados Unidos, de James West Davidson. Objetivo, divertido, porém profundo sobre os EUA, desde os tempos de sua fundação até os dias de hoje.
Estas verdades: A história de formação dos Estados Unidos, de Jill Lepore. Historiadora reconstrói a formação dos Estados Unidos ao longo dos séculos e todas as suas contradições.
O lado negro de Camelot, de Seymour Hersh. Sexo, poder e ganância se misturam em um livro sobre uma das mais poderosas famílias da política americana: o clã Kennedy em toda a sua complexidade.
Repórter, de Seymour Hersh. Um dos maiores conhecedores da política americana relata os bastidores de suas reportagens.
Hersh circulou pelas principais redações americanas.
A ponte - Vida e Ascensão de Barack Obama, de David Remnick. A história do ex-presidente democrata pela lente de um dos melhores textos jornalísticos dos EUA.
Medo: Trump na Casa Branca, de Bob Woodward. O maior conhecedor dos corredores de Washington e eterno repórter de Watergate revela os bastidores do governo de Donald Trump.
Aos 17 anos, gaúcho representará o Estado em programa nos EUA
Aos 17 anos, Murilo Ferreira Ribeiro, morador de Imigrante, no Vale do Taquari, será o representante gaúcho no programa Jovens Embaixadores de 2025.
A iniciativa é da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, que propicia uma espécie de intercâmbio aos jovens, que ocorrerá em janeiro de 2025 nos EUA.
O projeto inclui oficinas de liderança e empreendedorismo, ações de impacto socioambiental, encontros e outras atividades. _
Entrevista - Murilo Ferreira Ribeiro - Representante do RS no programa Jovens Embaixadores
"Carregar a bandeira do RS é incrível"
O que é o programa?
É uma iniciativa da Embaixada dos EUA aqui no Brasil, em parceria com o Grupo+Unidos e o World Learning, no qual é feito anualmente uma seleção dos jovens que se destacam nas suas comunidades. Aquele que tem interesse, tem de se inscrever e passar por várias etapas de processos seletivos, onde avaliam os que mais se destacam. Nesta edição são 30.
Como foi a inscrição?
Tínhamos de fazer parte de um projeto socioambiental. O meu era "Empreender e inovar para a sustentabilidade: desenvolver hábitos e práticas individuais e coletivas de cuidado na produção, para tornar os negócios mais social e ambientalmente responsáveis". É uma iniciativa da escola e desenvolvemos o cuidado com hábitos e práticas individuais e coletivas na produção em áreas urbanas e rurais para empreender no futuro com uma responsabilidade ambiental e social.
Como é o sentimento de representar o Estado?
É um sentimento muito bom de ser o único do RS, porque eu tenho só 17 anos, então é uma das minhas primeiras grandes realizações pessoais. E carregar a bandeira do RS é incrível, não tem como explicar.
Serve de inspiração para outros jovens?
Acho que sim, porque temos de mostrar que a adolescência não é só festa ou balada. Temos de mostrar que também é importante estudar e que isso nos traz retornos. _
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