terça-feira, 5 de novembro de 2024



05 de Novembro de 2024 
SEGURANÇA PÚBLICA - Leticia Mendes

SEGURANÇA PÚBLICA

Plano contra homicídios adotado na Capital será ampliado para o Interior

Protocolo já empregado há dois anos em Porto Alegre consiste em medidas que atinjam as organizações criminosas sempre após ordenarem uma execução, tais como o reforço da presença policial na área em que houve a morte. Outra providência é o isolamento dos líderes desses grupos nos presídios

O governo do Estado vai estender a todo Rio Grande do Sul o protocolo aplicado nos últimos dois anos em Porto Alegre para a redução de homicídios. Um termo de cooperação assinado ontem no Palácio Piratini é um dos passos para marcar a adoção da estratégia. O foco é endurecer as medidas contra o crime organizado quando acontecem execuções.

A estratégia prevê uma sequência de medidas, como a saturação de áreas com policiamento sempre que houver um assassinato ligado a disputas entre facções e a responsabilização das lideranças. A medida mais severa é o isolamento dos líderes que ordenarem mortes.

- Todo grupo criminoso que determinar homicídios vai para a lista de prioridades das investigações. E vamos vir com várias ações: asfixia financeira, prisão da liderança e do segundo escalão, combate à lavagem de dinheiro. Esse grupo vai sofrer as consequências - afirma o secretário da Segurança Pública, Sandro Caron.

O governador Eduardo Leite destacou a queda nos indicadores de crimes no RS, mas reconheceu que é preciso avançar:

- Nesses últimos anos, empregamos uma estratégia de segurança pública coerente, baseada em evidências. A gente tem conseguido reduzir fortemente os indicadores. Estamos dando um passo importante num momento que não é de crise.

Mandantes incomunicáveis

Para isolar os líderes do crime será usado um módulo construído, ao custo de R$ 30 milhões, na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).

- Na Pasc, temos um módulo, com 76 celas individuais. Com pátio individual, com investimento em bloqueadores de celular. Tudo para impossibilitar que as grandes lideranças possam, de dentro dos presídios, comandar o crime organizado - detalha o secretário de Sistemas Penal e Socioeducativo, Luiz Henrique Viana.

Um dos intuitos ao manter os presos isolados, mas dentro do Estado, é evitar que lideranças estabeleçam novas conexões com grupos criminosos de fora do RS, criando ramificações.

- Envios de presos para o sistema federal serão excepcionais e estudados caso a caso - afirma Caron.

Saúde nas prisões

A secretária de Saúde, Arita Bergmann, disse que serão ampliados os atendimentos de saúde no sistema prisional, para evitar que presos precisem deixar as unidades para receber tratamentos. Esse, muitas vezes, é um dos motivos que leva detentos a ganhar direito à prisão domiciliar.

- Hoje estamos aqui porque a saúde cuida da atenção primária, já instalada devidamente, e cuida da área hospitalar. Há um vazio que é atenção especializada de média complexidade. Criamos um ambulatório especializado, com atendimento de médicos especialistas que irão para dentro do presídio para consultas - afirma Arita. 

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