sábado, 17 de dezembro de 2022


17 DE DEZEMBRO DE 2022
MONJA COEN

CULPAR ALGUÉM OU CORRIGIR ERROS?

Quantas pessoas, empresas, indústrias perderam junto com o time brasileiro no dia 9 de dezembro de 2022? Queremos encontrar um culpado, um responsável. Talvez a responsabilidade tenha sido coletiva. Quem escalou os jogadores naquela ordem para bater as decisivas penalidades máximas? Vocês notaram que ninguém responde a essa pergunta? Teria sido uma decisão tomada pelo próprio time?

Importante é perceber o erro para corrigir - nunca mais repetir. Será que todos nós confiamos e acreditamos que os jogos são isentos de pressões e interesses políticos e econômicos? Ou cremos que há um destino decidido por seres celestiais?

Pouco se falou sobre a arbitragem e suas faltas. Houve de tudo. Houve uma tristeza e nosso amigo Tite saindo cabisbaixo, costas curvas. Não foi covardia, gente. Foi tristeza, desapontamento, cansaço.

Conhece a exaustão que vem quando seu sonho, seu projeto, seu trabalho não dá o resultado esperado? Quando os jogadores não atenderam seu pedido para segurar a bola e a Croácia marcou o gol de empate?

Nosso primeiro jogador a bater um pênalti fraco, macio, na mão do goleiro. Muito jovem e inexperiente - sua primeira Copa do Mundo. Um excelente jogador, mas imaturo emocionalmente.

Vocês viram como o grande artilheiro da Croácia acertou o gol - e marcou nem no começo nem no fim? Notaram o Messi sendo o primeiro a marcar pela Argentina no jogo seguinte? Viram o Neymar murmurando que ele sempre é o último - como se isso fosse uma regra fixa?

O mundo é movimento e transformação. O que é adequado hoje não é o mesmo que foi ontem. Richarlison fez dois gols excelentes em uma partida. No dia seguinte, não conseguia pegar nenhuma bola - chegava antes ou depois. O emocional ficou pesado.

Todos - e eu inclusive - os elogiamos e tivemos tantas expectativas. O mesmo com o jogador de Portugal substituindo Cristiano Ronaldo. No jogo decisivo onde se perderam os três gols do dia anterior, que deram a ele o direito de ficar com a bola do jogo?

Ficou pesado. Carregar o peso da esperança de milhões não é fácil. Maturidade emocional.

Sem querer, sem intenção, como dizemos no Zen, Richarlidson e o jogador de Portugal foram surpreendentes. Já quando eles - e todos nós - esperávamos seus gols, não conseguiram. A intenção sem intenção dá resultados: anos de treinamento adequado, boas condições físicas e a mágica do momento decisivo - como falava o grande fotógrafo Cartier Bresson.

Bresson tirava fotos excelentes, inúmeras, e insistia em falar sobre o momento do extraordinário, o instante decisivo em que nos maravilhamos. O salto, o acertar livre. Jovem, nós os envenenamos com nossas expectativas? Ou teria havido algo que aconteceu nos bastidores -muita visibilidade incomodou quem ficou na meia luz? Pressões emocionais.

Há tanto a considerar, corrigir, melhorar. Em um dia excelente, passes perfeitos. Noutro dia, nada dá certo. A força não estava lá. A bola não obedecia, os passes errados, os juízes e bandeirinhas falhando junto com os times. Haveria algo mais, invisível e menos divino interferindo na decisão?

Quero muito acreditar que não. Mas fica a dúvida. Por que celebraram em um banquete dourado antes da final? Ouro é usado em homeopatia contra depressão - é remédio...

Corrigir erros significa reconhecê-los e não os repetir. Agora insisto: não coloquem a culpa neste ou naquele. Somos todas vítimas de sistemas opressores.

Sugestão para a próxima Copa: o time do Brasil deve ser de jogadores que vivem e jogam nos times brasileiros, com técnicos que dirigem esses times, mesmo nascidos em outros países.

Vamos tentar outra vez? Mãos em prece

MONJA COEN

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