quinta-feira, 26 de setembro de 2024



26 de Setembro de 2024
INFORME ESPECIAL - Rodrigo Lopes

Debate como tem de ser: com ideias

O debate entre os candidatos à prefeitura de Porto Alegre na manhã de ontem, na Rádio Gaúcha e em GZH, foi quente naquilo que tinha de ser: o duelo de propostas, no campo de ideias.

Mesmo quando ensaiaram-se momentos de maior tensão, com provocações em temas ideológicos - como democracia, direitos humanos - ou mesmo internacionais, como Hamas, Nicarágua e Venezuela, a discussão se deu entre projetos.

Não houve críticas pessoais nem de longe há sinais de baixaria vista em confrontos, infelizmente, no literal sentido da palavra, em São Paulo.

Um dos sintomas desse diagnóstico de civilidade no debate porto-alegrense é de que não houve nenhum pedido de direito de resposta por parte das equipes ou dos candidatos.

Em relação ao primeiro encontro realizado pela Gaúcha e por GZH, em 6 de agosto, houve três mudanças importantes no formato, que contribuíram para a fluidez do evento e maior dinamicidade: ao invés de quatro blocos, foram três, o que permitiu estender os temas e ampliar profundidade na abordagem dos assuntos.

A segunda alteração: dessa vez, os candidatos, ao fazerem perguntas entre si, podiam escolher o mesmo destinatário do questionamento. No anterior, se um dos postulantes fosse perguntado, ficava, automaticamente, eliminado de ser questionado pelos demais. Esse formato dificultou "dobradinhas" entre os postulantes para, por exemplo, atacar um determinado adversário.

A mudança fundamental de formato, entretanto, foi a terceira: a permissão para que os próprios candidatos gerissem o tempo no duelo frente a frente. Isso viabilizava diferentes estratégias: falar pouco e fazer assertivas curtas para guardar mais tempo para o final ou prolongar-se em assuntos de seu interesse. Esse foi o grande gol do novo formato.

Em relação ao primeiro debate, de agosto, foi possível observar uma evolução em termos de preparação por parte dos concorrentes - aliás, uma das reclamações do público naquele duelo era justamente a falta de propostas com início, meio e fim. Passado um mês e meio, com início da campanha nas ruas e da propaganda em rádio e TV - além da divulgação das primeiras pesquisas -, os candidatos pegaram o pulso da população: compreenderam as principais preocupações, que vão bem além do sistema de proteção contra cheias da metrópole. _

Na terça-feira, enquanto o Brasil olhava para o discurso de Lula na ONU, os EUA se ocupavam com a fala de Joe Biden, já que era sua última participação. Fez defesa de seu legado, da reforma do Conselho de Segurança e pressionou Israel e Hamas para um cessar-fogo.

Na cabeça dos candidatos

Hoje se encerra essa série realizada pela coluna. Desde segunda-feira, perguntamos aos quatro candidatos que lideram as pesquisas à prefeitura da Capital suas preferências culturais e uma personalidade. Hoje é o dia de Sebastião Melo (MDB). _

Auxílio à Segurança do RS

Depois de auxiliar servidores estaduais da segurança durante a enchente de maio, o Instituto Cultural Floresta deu início ontem à entrega de 42 cozinhas a sedes de órgãos de segurança pública. A Operação Recupera Cozinha assistiu delegacias da Polícia Civil, batalhões da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros e sedes da Guarda Municipal, sendo alguns locais afetados na enchente.

Os locais foram escolhidos pela Secretaria de Segurança Pública. São unidades da Capital, de São Leopoldo, Canoas, São Jerônimo, Sapiranga, Montenegro, Alvorada, Cachoeirinha, Santa Maria, Novo Hamburgo, Lajeado, Santa Cruz do Sul, São Sebastião do Caí e Eldorado do Sul. _

Será em 16 de outubro o dia para escolher o aroma do 4º Distrito. A ideia é identificar um perfume para o bairro. O evento será às 19h no Fuga Bar.

Prêmio para trabalho acadêmico

Estão abertas as inscrições para o Prêmio Eladio Lecey de Sustentabilidade, promovido pela Escola da Ajuris.

A iniciativa busca premiar os melhores trabalhos acadêmicos da área das Ciências Jurídicas que estimulem a discussão sobre práticas e projetos de desenvolvimento sustentável sob o olhar ambiental, econômico ou social. Esta é a terceira edição da iniciativa, que terá premiaç

26 de Setembro de 2024
POLÍTICA E PODER

Debate de alto nível na Gaúcha

O debate da Rádio Gaúcha, ontem, foi, de longe, o melhor deste primeiro turno em Porto Alegre. O formato sem as amarras de réplica e tréplica permitiu o verdadeiro confronto de ideias e o aprofundamento de temas essenciais para os eleitores da Capital.

Com a participação dos quatro candidatos cujos partidos têm representação no Legislativo (Felipe Camozzato, Juliana Brizola, Maria do Rosário e Sebastião Melo), o debate tratou de saúde, educação, prevenção às cheias, cultura, limpeza urbana, desenvolvimento econômico, ocupação do Centro e zeladoria.

Houve momentos de tensão, mas em nenhum deles os candidatos ultrapassaram a linha da civilidade. Cobranças ao prefeito Sebastião Melo foram feitas por todos os candidatos, especialmente por Maria do Rosário e Juliana Brizola, que esperam disputar com ele o segundo turno.

Sempre que pôde escolher com quem debater, Melo chamou Rosário para o confronto. Ela e Juliana fizeram o mesmo com ele, tentando mostrar as falhas da gestão do prefeito, que se defendeu argumentando que as duas adversárias prometem obras e serviços que não cabem no orçamento.

Camozzato acabou ficando isolado

Como a regra permitia que o mesmo candidato fosse escolhido mais de uma vez para o debate, Camozzato acabou isolado e não foi chamado por nenhum dos três que aparecem em primeiro lugar nas pesquisas. Na sua vez, Camozzato chamou Rosário para a briga e fez uma série de provocações de cunho ideológico, para carimbar a deputada como "candidata da extrema esquerda".

Treinados pelos confrontos anteriores e mais íntimos do terreno em que estão pisando, Melo, Rosário e Juliana atingiram o objetivo a que se propunham e reforçaram suas posições junto aos eleitores convertidos. Aos indecisos, o debate forneceu elementos que, por certo, ajudarão na escolha. _

Mesmo sendo alvo de Maria do Rosário e Juliana Brizola, Sebastião Melo exibiu no debate a tranquilidade de quem tem a seu favor os resultados das pesquisas, o maior tempo na propaganda de rádio e TV e a experiência em debates.

Como os eleitores convidados avaliaram o confronto

Oito assinantes de GZH assistiram ao debate dentro do estúdio, de frente para os quatro candidatos. Nos intervalos, apontaram temas que gostariam de ver aprofundados e, ao final, fizeram uma breve avaliação do confronto, destacando pontos altos e baixos.

O formato que permitia aos candidatos escolher com quem queriam debater, mesmo que o adversário já tivesse sido escolhido por outro, dividiu a plateia. A médica Rosaura Rolim Cavalheiro, o aposentado Jair Kuhn, o eletricista Francisco Feeburg e a aposentada Ana Luiza Pereira não gostaram de ver Sebastião Melo e Maria do Rosário monopolizarem o debate, excluindo Juliana Brizola e Felipe Camozzato.

Já o jornalista Elio Bandeira e o consultor financeiro Alexandre Portz de Almeida aprovaram o modelo mais livre, com possibilidade de debate direto entre os candidatos que lideram as pesquisas.

Katia Fetzer ficou incomodada com o que considerou agressividade do candidato Camozzato e com a falta de profundidade dos concorrentes na hora de dizer como vão fazer o que prometem na campanha.

A assistente social Maria Elcira, que acompanhou o primeiro debate, achou que os candidatos evoluíram na comparação com o anterior. _

TRE-RS indefere registro da candidatura de filho de Melo

Por unanimidade, na sessão de ontem, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS) indeferiu o registro da candidatura de Pablo Melo (MDB), filho do prefeito Sebastião Melo. O entendimento da Corte é de que a candidatura fere o artigo 14 da Constituição, que torna inelegíveis, até o segundo grau e dentro da mesma circunscrição, os parentes consanguíneos ou por casamento dos chefes de Executivo.

A Constituição abre exceção para quem foi eleito para o cargo na eleição anterior. Ocorre que, em 2020, Pablo ficou na primeira suplência do MDB. Assumiu como vereador no lugar do titular Cezar Schirmer, que se licenciou para entrar no secretariado de Melo.

O TRE entendeu que Pablo só poderia concorrer se Schirmer tivesse renunciado, morrido ou sido cassado. Como não foi, ele segue na condição de suplente.

O registro havia sido deferido inicialmente, por isso, o nome de Pablo vai aparecer na urna eletrônica. O candidato Professor Jeferson (PT) entrou na Justiça apontando a ilegalidade. A defesa de Pablo vai recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral. _

Buraco sem fundo

Todos os estudos sobre as somas bilionárias gastas pelos brasileiros em jogos online atestam que o slogan "jogue com responsabilidade" não colou. _

aliás

O TRE indeferiu o registro da candidata a vereadora Débora Garcia (Republicanos), ex- secretária de Esportes de Porto Alegre. A ação foi movida pelo candidato Claudio Franzen (PL) alegando que ela não deixou o cargo de conselheira do Conselho Federal de Educação Física em tempo hábil.

POLÍTICA E PODER

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