15
de abril de 2015 | N° 18133
MOBILIDADE
BRT DA COPA
Reconstrução de corredores atrasa
obras em Porto Alegre
As
obras nos corredores do futuro sistema BRT (bus rapid transit) de Porto Alegre
têm espantado moradores e motoristas que passam pelos locais e percebem que
elas quase não avançam. A percepção é certeira. No caso do corredor da Avenida
João Pessoa, a obra andou para trás: os 60% dos trabalhos concluídos em
dezembro do ano passado passaram para 55% nesta terça-feira, conforme dados da
prefeitura.
O
corredor da Avenida Bento Gonçalves permanece em 98% desde o final do ano
passado, enquanto o da Avenida Protásio Alves foi o único que evoluiu nos últimos
quatro meses, ainda que tímidos cinco pontos percentuais, de 92% para 97%. O
resultado é que os prazos para entregar as obras foram esticados. Os corredores
da Bento e da Protásio, previstos para março deste ano, ficaram para a primeira
quinzena de junho. Já o da João Pessoa só deverá ser entregue em dezembro – a
previsão anterior era julho.
A
causa do atraso é a necessidade de reconstruir diversos trechos do concreto
para substituir o asfalto e dar mais durabilidade ao piso para a passagem dos ônibus.
Só que de durável o material não teve nada. Sem que nenhum ônibus passasse, já rachou
em alguns trechos.
Para
o concreto dos corredores de ônibus ter a resistência devida, é preciso de
muita hidratação e uma longa secagem, que pode chegar a 28 dias. Não foi o que
ocorreu nos três corredores em obras na Capital. O concreto foi colocado
durante o verão, que foi muito quente, facilitando a rápida evaporação da água.
EMPRESAS
NÃO FORAM MULTADAS
Mesmo
com o atraso, a prefeitura não vê motivo para multar as empresas, segundo o
coordenador técnico das obras de mobilidade da Secretaria Municipal de Gestão,
Rogério Baú. No início deste ano, o prefeito José Fortunati havia dito, em
entrevista exclusiva a ZH, que as empreiteiras tinham sido multadas. Baú também
garantiu que nenhum trecho está sendo refeito mais de uma vez e reforçou que
todos os custos têm sido pagos pela própria empreiteira.
– A
multa é gerada quando há uma exigência de refazer e a empresa se nega. Mas a
ordem foi prontamente atendida – disse.
O
faz e refaz do concreto dos corredores do BRT não é o único entrave ao
andamento das obras. As estações e terminais que receberão os passageiros
dependem de um estudo de demanda não só dos ônibus, mas também do metrô, por causa
da integração entre os modelos de transporte.
Já se
sabe que o metrô não será inaugurado antes de 2020. Mas Baú espera que, antes
disso, os dados já estejam disponíveis. Mesmo que essa primeira fase do metrô contemple
basicamente a Zona Norte, sua influência chega até as vias do BRT em construção
porque os ônibus alimentarão a rede integrada, justifica Baú.
andre.mags@zerohora.com.br