05 de maio de 2015 | N°
18153
ARTIGOS - ADÃO
VILLAVERDE*
VERDADES SIMPLIFICADORAS E
PARALISANTES
Integrante autorizado do governo
gaúcho dissertou, neste espaço de ZH há pouco tempo, acerca do que chamou de “A
hora da verdade”, conforme interpretação de realidade exigindo “enorme
sacrifício” alheio. Ressalte-se que o chefe do Executivo completa mais de seis
meses desde a eleição, notabilizando-se por uma paralisia constrangedora.
Imobilismo que emana do próprio Piratini, redoma protetora do mandatário,
cercado por personagens histriônicos, dedicando todos os esforços para
alardear, diuturnamente, a verdade simplificadora, na qual o gestor anterior é
depositário de todas as dificuldades estruturantes do dito caos nas finanças
rio-grandenses.
Prefeitos escolados e políticos
experientes não poderiam ceder a tal simplificação. Empenhado em superlativar
dificuldades e apontar culpabilidades pretéritas, esse “coletivo pensante”
substitui a necessária busca de soluções pela estratégia do reducionismo
descomprometido que torna inerte a administração em solo gaúcho.
Assim, transforma essa versão na
verdade que privilegia o ajuste de contas com o passado, sempre referenciado
pela visão meramente retroativa. O cenário decorrente é paralisação de obras,
calote nos fornecedores, corte de horas extras para servidores da segurança
pública e de recursos para o Corpo de Bombeiros, diminuição nos repasses à
saúde, crises nos hospitais, carência de investimentos em políticas sociais,
falta de nomea- ções de professores e completa ausência de projetos
legislativos estruturantes. Impõe, assim, ao RS um ambiente pessimista agravado
pelo clima de “terrorismo” das ameaças de atraso ou parcelamento de salários.
E que acentua o encaminhamento
obrigatório para um diagnóstico de penúria, no qual se aplica o receituário bem
conhecido da requentada elaboração dos tradicionais governantes do PMDB:
arrocho salarial, demissões de servidores e aumento de impostos complementado
com a venda do que restou do patrimônio público. Presume-se, pois, da assertiva
oficial que, mais uma vez, o povo gaúcho será sacrificado pelas verdades
simplificadoras e paralisantes que não são novidade para nenhum de nós.
*Engenheiro, professor e
deputado estadual (PT-RS)</>