28
de maio de 2015 | N° 18176
ARTIGO
-LEONARDO OLIVEIRA*
VOLTEI DE BOGOTÁ COM INVEJA
Osorriso
dos bogotanos evidencia a satisfação com o momento que vivem. Não é para menos.
Percebe-se fácil a mão do Estado para beneficiá-los. Trata-se de uma capital
que, entre os carros e as pessoas, ficou com as pessoas. Os passeios são largos
e ajardinados. As ciclovias se estendem por 269,3 quilômetros , conforme
o site oficial da cidade.
As
ciclorrutas, como eles chamam, estão integradas aos BRTs, criados há 15 anos
pelo prefeito Enrique Peñalosa, que veio a Curitiba copiar a ideia. Os
articulados zunem por 104 quilômetros
de corredores de concreto. Em cada estação envidraçada e ampla (e sem pichações
ou cartazes de shows baratos), há boxes com ganchos para que os ciclistas
pendurem suas bicicletas. São saídas para amenizar o trânsito pesado, que ainda
exige rodízio de placas na hora do rush.
Bogotá
é uma cidade para ser conhecida a pé – apesar da altitude. A segurança se faz
presente nas ruas. É ostensiva. Tanto a pública quanto a privada, em que homens
caminham sempre ladeados por cães. A luta contra o narcotráfico foi vencida,
mas é nítido que a Colômbia não baixa a guarda. Labradores são parceiros
inseparáveis de policiais e seguranças. Farejam veículos na entrada do
estacionamento dos shoppings enquanto o porta-malas é revistado.
Quem
entra a pé no shopping também passa por revista, com detector de metais. Ninguém
reclama ou franze o cenho. Os bogotanos sabem o quanto foi dura a vida. E
quanto ela melhorou. Por isso sorriem e se orgulham da sua cidade.
E
isso, confesso, me fez trazer na mala uma ponta de inveja.