sábado, 24 de janeiro de 2015


25 de janeiro de 2015 | N° 18053
PAULO SANT’ANA

Os corretores

Andei cogitando de comprar um imóvel. Nem sabia direito se queria comprar um imóvel comercial ou residencial. Afinal, queria comprar um imóvel para investir.

Não sei de que jeito um corretor descobriu que eu queria comprar um imóvel.

E, quando um corretor descobre que um cliente quer comprar um imóvel, sai da frente, que os corretores não trabalham sozinhos, eles atacam em bandos.

Daí que marquei horários com diversos corretores que me procuraram e fui conversar com eles, separados ou em duplas.

Depois de muitos encontros, despedi os corretores sem comprar o tal imóvel que quisera.

O fato é que os corretores que me procuraram não estavam preparados para aguçar o meu interesse.

A esse respeito, quero dizer que certa vez, mais de 20 anos atrás, quis comprar um terreno e um corretor me procurou.

Levou-me até o terreno e me mostrou aquele imóvel.

Não sei por que cargas d’água o corretor descobriu que eu adorava árvores.

Então, ele me levou até o terreno e começou a me mostrar o imóvel. Eu botava defeito no terreno, dizia ser úmido, pedregoso e ondulado.

Cada vez que eu botava um defeito no terreno, o corretor habilidosamente me dizia: “Mas olhe bem para essa árvore, veja aquelas outras árvores que cercam o terreno, não são umas maravilhas?”. E eu vá a botar defeito no terreno. E o corretor vá a me mostrar as árvores.

Terminou assim: o corretor acabou me vendendo as árvores e me dando o terreno de lambujem.

Aquilo é que era corretor competente.

Essa fila de corretores que me procurou agora, na verdade, não descobriu bem o que eu queria. Por sinal, nem eu próprio sabia bem o que queria.

Na verdade, grande parte do que sofremos se dá por não sabermos bem o que queremos, nem as coisas, nem as pessoas de quem devemos nos cercar.

Seríamos imensamente felizes se tivéssemos certeza do que queremos e passássemos a lutar para consegui-lo.

MEUS LEITORES

- Sobre “O preço da corrupção”, publicada em 13/12/2014

Paulo Sant’Ana

Sou assíduo leitor de tua coluna. Hoje deparei com teu comentário sobre o preço da gasolina no Brasil, comparado com outros países da América do Sul. Em abril, estive na Venezuela e, conversando com o motorista de uma van que nos levava a um passeio turístico, fiquei sabendo que com US$ 1 compram-se 96 litros de gasolina. Fiquei cético com a afirmativa. Ao chegar aqui, pesquisei no Google e constatei ser verdadeira a informação. Fizemos um passeio de duas horas por Caracas e o preço foi de US$ 30. O Google informa ainda ser a Venezuela o país onde a gasolina é mais barata no mundo. Se tiveres dúvidas faz essa consulta.

CARLOS ALBERTO CONY

Resposta: Meu amigo, sei disso. Na Venezuela os combustíveis são baratíssimos. Tudo porque a Venezuela é autossuficiente em petróleo. E quando veio a notícia de que o Brasil passara a ser autossuficiente em petróleo, vibrei, iríamos portanto pagar uma ninharia pelos combustíveis.

Qual o quê! Os preços aqui mais do que dobraram depois que nos tornamos autossuficientes. Que cruz, a brasileira!

O MELHOR DE MIM

Pensamentos extraídos do meu arquivo de colunas

E me dizia um atrevido amigo

outro dia:”Só tem uma coisa

mais saborosa do que namorar

a mulher do amigo: é conquistar

a mulher do inimigo”.

É clássico que por trás de quase todo moralista existe um cafajeste.

O melhor da vida não é ser feliz. O melhor da vida é ir criando condições para se tornar apto a ser feliz.


Quem não soube amar, quem deixou escapar a magnífica oportunidade de amar para sempre e cada vez mais, tem que, como eu, ser condenado miseravelmente à solidão.