segunda-feira, 7 de maio de 2018


07 de Maio de 2018
REPORTAGEM ESPECIAL

Dólar alto não melhora ânimo de empresários

Normalmente sinônimo de maior competitividade da indústria, a alta recente do dólar, acima dos R$ 3,50, não traz grande ânimo aos empresários.
 
O economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI) Marcelo Azevedo lembra que a valorização cambial não é apenas sobre o real, mas em relação à maioria das moedas pelo mundo, o que não torna os produtos brasileiros mais baratos ante os concorrentes. A vantagem, entende Azevedo, varia de acordo com o setor, mas os principais beneficiados devem ser as grandes commodities, como soja e minério de ferro.
 
- Por outro lado, isso deixa insumos da indústria mais caros - ressalta o economista, lembrando que parte do que as fábricas nacionais compram para produzir vem do Exterior.
 
VALORIZAÇÃO DA MOEDA CHEGOU TARDIAMENTE
 
O presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, ressalta que a temporada de negociações para fechar contratos de exportações se encerrou em março, quando a moeda americana estava em patamar inferior, oscilando entre R$ 3,20 e R$ 3,30.
Com isso, os preços para embarques de produtos brasileiros acabaram fechados sem absorver a influência positiva da valorização da moeda americana, que chegou mais tarde.
 
Além disso, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Fernando Pimentel, reclama que o setor tem sofrido com a concorrência dos importados e que alta do dólar não aconteceu a tempo de frear as aquisições de fora do país.
 
O que vai abastecer o estoque das lojas nos próximos meses, de acordo com o dirigente, já está adquirido. Mantido neste patamar, o câmbio poderia desencorajar apenas as importações para o inverno de 2019.